Camarão ao molho de coco e pimentões

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Com forte influência da Índia, uma vez que sua raiz cultural e étnica é também indiana, a culinária do Sudeste Asiático, em particular da área costeira da Tailândia é bastante rica em sabores e cores. Os produtos mais usados, além dos peixes e frutos do mar, são as especiarias, como o curry e as pimentas, o coco e frutas ácidas como maracujá, limão e abacaxi. Na adaptação deste prato – que na receita original tailandesa é bastante apimentado para o nosso paladar brasileiro-, troque a pimenta pelo pimentão.

Camarão ao molho de coco e pimentões

Para 4 pessoas: 20 camarões VG, 1 cebola média ( ou 1 xícara de café da cebola picadinha), 1 colher de chá cheia de sal e 1 limão tahiti. 2 colheres de óleo de coco. 1/3 de pimentão vermelho e a mesma quantidade de pimentão amarelo ( de forma que picadinhos completem juntos 1 xícara de café ), ½ xícara de café de salsinha e cebolinha verde picadinhas. Pimenta vermelha crua a gosto, se tiver coragem. Mais: ½ xícara de café de suco natural de 1 maracujá doce (reserve a polpa e as sementes) e ½ xícara de chá de leite de coco. Detalhe importante: pasta de curry verde tailandesa*, que dá um sabor muito especial e faz toda a diferença.

Limpe, escorra e tempere os camarões com sal e limão. Deixe por 15 minutos. Corte a cebola, os pimentões e o cheiro verde bem miudinho (como na foto).

Frite os camarões no óleo de coco até ficarem vermelhos. Retire-os e na mesma frigideira frite a cebola e os pimentões picadinhos até amaciarem ( se precisar junte mais um pouco de óleo de coco). Em um canto da panela, coloque a polpa do maracujá e deixe secar até torrar as sementes, mexendo para não agarrar. Despeje o leite de coco, misture tudo raspando o fundo da frigideira e deixe começar a ferver.

Prove o sal e junte a pimenta ( pode ser o molho de pimenta malagueta) e mais 1 colher de sobremesa da pasta de curry verde. Importante: como a intensidade do sabor dessa pasta pode variar muito conforme o fabricante, é aconselhável colocá-la aos pouquinhos e ir provando. Tempere de acordo com o seu gosto e tolerância à pimenta e temperos fortes. Junte os camarões e deixe ferver por mais 5 minutos.

Dica: faça o prato uns 15 minutos antes de servir, deixando o caldo ralo e os camarões submersos nesse caldo. Na hora de servir é só esquentar, considerando que o caldo irá reduzir. Acompanhe com arroz branco.

* ingredientes da pasta que você encontra no Brasil: curry, limão, capim-limão, gengibre, cheiro verde e leite de coco.

Ceviche tropical

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Todo mundo sabe que o ceviche mais famoso do mundo é da Cevicheria La Mar, em Lima, no Peru, de propriedade do não menos famoso Gastón Acurio. Veja aqui a receita. É delicioso, mas não tem jeito de fazer em casa porque não temos no Brasil nem o milho gigante, nem a camota (tipo de batata doce) nem o ají (pimenta) peruanos. Então a gente inventa! Resolvi fazer uma receita abrasileirada e ficou ótima! Experimente!

Ceviche tropical 

Veja os ingredientes: peixe ( escolhi peixe branco e salmão) e camarão médio. Para ficar colorido: cenoura baby, pimenta biquinho e coentro (pode ser salsinha). Para dar acidez, cebola roxa e para dar sabor e um toque brasileiro: abacaxi. Para a salmoura: limão tahiti e sal.

Corte os peixes (deixe ficarem quase congelados para facilitar o corte) em cubos pequenos de 1,5×1,5 cm. Limpe os camarões. Coloque-os juntos em uma travessa com suco de limão suficiente para cobri-los e tempere com um pouco de sal. Deixe na salmoura por uma hora ( máximo hora e meia até servir).

Retire a casca do abacaxi e corte rodelas de 1 cm para depois cortar os cubinhos, eliminando a parte dura do centro. Coloque-os para escorrer numa peneira e depois misture o caldo do abacaxi ao suco de limão da salmoura. Pique as cenourinhas bem miudinho. Corte as pimentas biquinho ao meio e retire as sementes. Pique bem o coentro e/ou a salsinha. Pique a cebola roxa em fatias finíssimas. Reserve.

Um pouco antes de servir, escorra o peixe e o camarão da salmoura e misture tudo delicadamente. Coloque e sirva em taças, de preferência daquelas de formato triangular a boca larga de servir marguerita ou de sorvete. Pode enfeitar com uma folhinha de salsa.

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Camarão tailandês no coco

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Em Bangkok, capital da Tailândia, há um interessante centro de lazer que tem o nome de Asiatique . Lá tem lojinhas com todo tipo de artesanato, selecionado e de muito bom gosto. Mas o melhor é a quantidade e variedade de restaurantes, além de uma feira com barraquinhas de comidas típicas. E tem até roda gigante! Pode-se chegar por terra mas o melhor mesmo é tomar um barco (ferry) do próprio parque em uma estação central próxima aos hotéis de luxo, construídos às margens do Rio Chao Phraya, que têm todos eles seus próprios cais e barcos. Assim, além de aproveitar o fim de tarde e a noite ( abre as cinco da tarde) nesse grande e variado centro gastronômico e de compras ainda se vai e volta desfrutando um agradabilíssimo passeio de barco. Ao por do sol é imperdível!

Foi lá que escolhi, entre variadas opções, este camarão servido no coco, bem típico da culinária tailandesa. Confesso que dentre todos os pratos que comi no Sudeste Asiático, e depois reproduzi em casa para passar a receita a vocês, este foi o mais difícil de descobrir os ingredientes originais* e o modo de fazer. Aliás, foi a única de todas as receitas já apresentadas (veja as nove receitas postadas aqui no mês de março) que precisei repetir. Mas valeu, ficou delicioso!

* É claro que eu trouxe a mala cheia dos temperos que só se encontram por lá!

Camarão no coco

Esta receita pode ser feita sem o coco, para servir no prato acompanhado de arroz branco, de preferência feito com água de coco e finalizado com um pouquinho de leite de coco. Afinal, não é nada fácil conseguir alguém para tirar o tampo do coco e, além disso, é preciso fazer essa difícil operação logo antes de servir, pois a polpa do coco do tipo que temos no Brasil escurece rápido. Se estiver cozinhando a dois, se um de vocês for o suficiente forte e ágil, sirva no coco pois fica lindo!

Veja os ingredientes para 2 pessoas: 400 gr. de camarão sem casca e limpo, 1 limão, 1 colher de chá de sal, 1 colher de sopa de óleo de coco. Para o molho: 1 cebola grande, 1 pedaço de repolho que depois de fatiado dê 1 xícara de chá cheia, 1/3 de pimentão vermelho e 1/3 de pimentão amarelo, 1 xícara de café ( 100ml) de leite de coco, 10 folhas grandes de rúcula, 4 talos de cebolinha verde. Tempero do molho: 1 colher de chá de curry em pó, 1 colher de chá de molho de ostra, 1 colher de chá de molho de peixe, suco coado de 1 limão, pimenta a gosto.

Limpe e tempere os camarões, deixando-os no tempero por 15 minutos. Enquanto isto, pique os legumes como na foto. Escorra os camarões. Reserve. Tome uma wok ou panela larga e frite os camarões no óleo de coco (use a metade) até ficarem vermelhos.

Retire-os da panela, acrescente o restante do óleo e frite, tudo junto, a cebola, os pimentões e o repolho picados (o gosto do repolho vai desaparecer no final). Abaixe o fogo, despeje um pouco de água fervente, tampe a panela e deixe que amoleçam. Prepare, à parte, o tempero do molho, misturando bem os ingredientes. Junte o tempero, aos poucos. Prove até ficar do seu gosto, inclusive a pimenta. Desligue o fogo e passe o molho no processador, no modo pulsar, de modo que fique bem misturado, triturado em pedaços pequenos mas não deixe liquefazer – deve ficar um molho grosseiro (aí está o segredo).

Volte com o molho para a mesma panela, junte o leite de coco, retifique o tempero. Pouco antes de servir, junte o camarão, mexa, coloque as folhas de rúcula inteiras e a cebolinha verde picada por cima. Ligue o fogo no fraco, abafe a panela com uma tampa e deixe as folhas murcharem ligeiramente. Está pronto!

Enquanto faz esta última operação, retire o tampo do coco e escorra a água. Coloque imediatamente o molho com os camarões dentro do coco, enfeite com raspas de coco (de outro coco) , ponha uma orquídea do lado e surpreenda seu amor!

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Badejo ao molho de camarão com o tempero do Tanta

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O Restaurante Tanta trouxe uma nova proposta para a gastronomia peruana. Depois de abrir o Astrid & Gastón, em 2000, com um cardápio de forte influência francesa, o premiado chef Gastón Acurio resolveu imergir na culinária típica peruana. Voltando de uma longa viagem de exploração gastronômica ao interior de seu país, em 2002, que resultou no livro “Peru: uma aventura culinária”, decidiu abrir o Tanta, com uma proposta de valorizar os produtos nativos e os pequenos produtores do interior, apresentando um cardápio de comida caseira que poderia ser levada para casa. Hoje o restaurante, muito popular e querido pelos peruanos, apresenta um cardápio variado e interessante para quem quer conhecer a tradicional comida do interior e do litoral do Peru. Veja abaixo da receita as fotos do cardápio.

Quando cheguei para almoçar no Tanta do shopping Larcomar, em Lima, onde se tem uma linda vista para o Pacífico, com dificuldade para entender o cardápio repleto de ingredientes desconhecidos, pedi ajuda ao garçom. Expus meu problema de intolerância à glúten e lactose e pedi uma sugestão. Ele me perguntou o que eu gostaria de comer, ao que respondi ser algum pescado e frutos do mar. Daí a poucos minutos, apesar do restaurante estar lotado, com fila de espera, ele retornou com a boa notícia de que o chef faria algo especial para mim. Passados quinze minutos me foi apresentado o prato da foto principal. Estava tão delicioso que comprei o ají picante no dutyfree de Lima para experimentar fazê-lo em casa na primeira oportunidade. Pois copiei a receita no domingo e a família adorou!

Badejo ao molho de camarão com ají picante

Para 4 pessoas compre 600 gr. de filé de badejo fresco ( pode ser linguado, pescada ou dourado) e 16 a 20 camarões médios. Sal e limão para temperar ambos. Para o molho: azeite ( no Tanta fazem com manteiga) , 1 ½ xícara de molho de tomate caseiro, 2 cebolas ,1/3 de pimentão amarelo e vermelho médios, 1 colher de sobremesa cheia de cheiro verde ( salsinha, cebolinha e coentro) e 1 colher de sobremesa de ají picante ( se não tiver, tempere o molho com páprica picante).

Tempere o filé com sal e limão e deixe descansar por meia hora. Enquanto isto, limpe o camarão retirando as tripas. Tempere com sal e limão e deixe por 15 minutos. Pique os outros ingredientes. Ligue o forno a 200 graus, regulando o calor entre médio e mínimo tanto em baixo quanto em cima. Pique os vegetais.

Frite os camarões em uma frigideira untada com azeite ( ou manteiga) até ficarem vermelhos, virando-os delicadamente com uma espátula para que corem por igual. Retire e reserve. Na mesma panela frite a cebola e os pimentões até amolecerem. Junte o molho de tomate e o cheiro verde. Misture. Bata este molho no liquidificador e volte para a mesma panela. Acrescente os camarões, tempere com o ají ( ou com páprica picante), acerte o sal. Acrescente pimenta vermelha se gostar.

Assim que completar a meia hora do peixe no tempero, corte o filé na diagonal em quatro partes ( se for para 4 pessoas). Pincele uma assadeira com óleo e coloque o peixe. Asse até que as postas fiquem brancas por dentro e coradas por fora. Espete o garfo, se sair limpo está cozido!

Disponha uma posta em cada prato e cubra com o molho de camarões. Sirva acompanhado de arroz branco e batatas cozidas ou chips de batata doce.

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Veja o cardápio do Tanta:

Camarão jamaicano

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Na oportunidade de visitar Orlando, na Flórida, Estados Unidos, não deixe de reservar parte da tarde e a noite para passear na Universal Citywalk , um centro de entretenimento com cinemas, lojas, restaurantes, discotecas e outras atrações. Há muitos restaurantes com decoração e cardápios internacionais e torna-se difícil escolher o que comer, tal a variedade. Como estive ano passado no Caribe e adoro reggae e mojito (bebida com rum e hortelã), escolhemos jantar em um restaurante típico – que é a cópia da casa de Bob Marley – a fim de experimentar a culinária jamaicana. O cardápio oferece variações em torno de frutos do mar e decidi-me por um camarão com legumes. Provei, delicioso. Comi tudo! Sentindo o aroma e o paladar achei que era possível reproduzir a receita em casa. Pois fiz com tanto capricho que ficou mais gostoso que o original. Assim mostro a foto do prato e do cardápio do restaurante e, em seguida, passo a receita feita por mim.

Camarão com quiabo e coco à moda da Jamaica

Escolha camarões médios (pode ser tamanho 71/90) e calcule, por pessoa, cerca de 100 gr. de camarão já descascado e limpo. Considerando uma porção para 4 pessoas, separe quiabos, 2 tomates tipo italiano grandes e maduros, sem pele e sem sementes, 2 cebolas, 2 dentes de alho, 1 espiga de milho verde, ½ garrafinha ou 100 ml. de leite de coco, 1 xícara de café de coco natural ralado grosso, 1 limão thaiti, sal, azeite, pimentas tabasco e malagueta a gosto, 1 colherinha de café de curry*. Calcule o equivalente a 3 xícaras de chá cheias dos seguintes legumes: 1/3 de uma abobrinha mineira ou italiana (verde) , 1/3 de abóbora paulista ( rajada por fora e laranja por dentro), a mesma quantidade de pimentão vermelho (pode colocar amarelo e/ou verde) .

Lave, tire as tripas e tempere o camarão com sal e limão. Deixe pegando tempero por 15 minutos. Enquanto isto, pique os legumes – o quiabo em tronquinhos, o tomate em cubinhos, a cebola em fatias bem finas, o alho bem miudinho, as abobrinhas e os pimentões em tiras médias do mesmo tamanho. Rale a espiga de milho crua e reserve.

Ponha água para ferver à parte. Tome uma panela funda, derrame 2 colheres de azeite e frite os camarões até ficarem vermelhos. Retire e reserve. Acrescente mais uma colher de azeite, frite a cebola até ficar amolecida , junte o alho e, estando frito, acrescente os tomates e o milho ralado. Misture tudo e assim que começar a grudar na panela, acrescente 3 xícaras de água quente. Abaixe o fogo e junte o leite de coco e os camarões, deixando que cozinhem mais 5 minutos ou até os camarões estarem cozidos e o caldo ligeiramente encorpado. Prove o tempero e acrescente as pimentas e o curry. Misture bem. Desligue. À parte, frite o quiabo no óleo e escorra na peneira o excesso de gordura.

Vinte minutos antes de servir, coloque os pimentões cortados em um refratário, regue fartamente com azeite e leve-os ao forno quente até encolherem. Reserve. Enquanto assam, pegue uma panelinha, coloque as abobrinhas, cubra com água e deixe que cozinhem, sem deixar amolecer. Escorra a água e reserve. Tempere os legumes com uma misturinha de azeite, sal e pimentas. Disponha em um prato.

Pouco antes de servir, acrescente o quiabo ao molho com camarões já aquecido. Retifique o tempero, se necessário.

Sirva o camarão separado dos legumes (abobrinhas e pimentões) pois estes são servidos como guarnição para adornar o prato. O coco também é servido à parte e distribuído sobre o camarão e o arroz. Acompanhe com arroz branco. Veja a montagem final do prato na foto principal.

  • no restaurante o gosto de curry prevalecia sobre o camarão e o molho. Por minha conta, reduzi a quantidade pela metade ou até menos. Achei que ficou mais delicado e saboroso.

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Peixada com molho de camarão a jato

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Moqueca é o nome que se dá a este prato lá na Bahia, onde o temperam com leite de côco, dendê e bastante pimenta. Em Minas Gerais a receita é a mesma, porém pode-se ou não acrescentar o leite de côco – pouco, só pra dar um gostinho – e nunca se usa dendê. A pimenta fica ao gosto do freguês e pode ser a malvada da malagueta (forte) , a dedo de moça ou a biquinho inteira, que enfeita e não arde. Nos vales dos rios São Francisco e Doce, este prato, típico de beira de rio, feito com peixe, cebola, tomate, cheiro verde e, conforme a região, também pimentões é conhecido como peixada. É sempre acompanhado de pirão, feito com o caldo do molho misturado com farinha de mandioca até ficar pastoso.

A receita que se segue é o meu jeito de fazer peixada ou moqueca. Faço o molho separado e só depois junto o peixe e o camarão (opcional). Desta forma, não só é feita com muito mais rapidez como se tem melhor condição de controlar o ponto certo do cozimento do peixe e do camarão. Quando se coloca tudo cru na panela, como é a receita tradicional, até que os ingredientes do molho fiquem bem cozidos e com o gosto misturado, o peixe já se desfez e o camarão, por excesso de tempo de cozimento, já ficou borrachudo. Vai por mim, pode fazer do meu jeito que dá certo!

Peixada com molho de camarão

Dica 1: use uma panela de barro, de pedra ou de ferro para fazer o prato. Ou, no caso de você ser um gourmet sofisticado, use a panela Le Creuset. Tenho todas e prefiro a de barro, fica mais típico.

Dica 2: é sempre melhor usar o peixe fresco, que pode ser de rio ou de mar. Se mora em uma grande cidade longe de rio e de mar, compre o peixe fresco mas resfriado e peça ao peixeiro para cortar postas com 2 a 3 cm de espessura. Peixe congelado, sinto muito, mas não presta para esta receita. Quanto ao camarão pode ser congelado mas deixe-o descongelando ao natural, lave bem, retire as tripas e deixe escorrendo por um bom tempo.

Calcule 1 posta grande de peixe ou 2 pequenas por pessoa. Se for colocar camarão, pode ser de 50 a 80 gr. por pessoa ou conte as unidades de acordo com a vontade de comer camarão (eu sozinha como dez!). Tempere com sal e suco de limão e deixe pegando tempero por 15 minutos. Para o molho: para cada 2 pessoas calcule 1 tomate tipo italiano grande bem maduro, 1 cebola, 1 dente de alho, 1 xícara de café mal cheia de pimentões picados, 1 colher de sobremesa de cheiro verde ( salsinha, cebolinha e centro), 1/2 xícara de molho de tomate pronto, 1/2 xícara de café de leite de côco (opcional). Azeite a gosto. Pique todos os ingredientes do molho e reserve.

Vamos ao preparo do molho: em uma panela de alumínio, no fogo alto, deite azeite até formar uma camada fina no fundo. Frite a cebola e em seguida o alho; junte o tomate e os pimentões. Vá mexendo até que tudo frite por igual. Assim que os legumes começarem a amaciar, junte o molho de tomate e misture. Tempere com sal e pimenta a gosto. Desligue o fogo. Enquanto frita, esquente a panela de barro (ou a que escolher) com uma camada fina de azeite ao fundo. Passe então metade do molho para a panela de barro. Espalhe as postas de peixe e o camarão por cima. Cubra com o restante do molho*. Jogue por cima o cheiro verde e o leite de côco. Dê uma boa regada com o azeite. Tampe a panela, reduza o fogo e deixe cozinhar até verificar que o peixe está cozido mas firme. No meio do cozimento, torne a provar o tempero e coloque mais sal e pimenta se necessário. * Se perceber que a quantidade de peixe não irá caber em uma camada, divida em duas. O molho, então, terá que ser dividido em três partes – uma para o fundo, outra para o meio e outra para a cobertura.

Para o pirão: assim que terminar o cozimento retire parte do caldo e passe para outra panela. Vá adicionando farinha de mandioca aos poucos até formar uma pasta homogênea e cremosa.

Dica 3 : termine a peixada meia hora antes de servi-la. Retire a panela do fogão, envolva-a em jornal e faça um embrulho com uma toalha de mesa velha. Deixe a peixada descansando – ficará muito mais saborosa porque o  caldo irá entranhar no peixe e nos camarões. Usando uma panela como as indicadas esta conservará o calor e não deverá esquentar  a peixada para o caldo não secar.

Sirva com arroz branco.

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Caldinho de moranga com camarão

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Nos fins de tarde quentes do verão e ainda mais se for na temporada de comemorações de fim de ano, nada melhor do que chamar os amigos para bebericar um espumante refrescante em casa. E para acompanhar, ofereça tira-gostos feitos por você! Veja algumas das receitinhas deliciosas que já publicamos no blog que combinam divinamente: damasco com gorgonzola, canapé de alho poró com queijo brie, cevicheisca de frango com gergelim, e outras. Hoje vamos acrescentar mais uma receita a esta lista que foi o maior sucesso na reunião com amigos que fizemos esta semana.

Caldinho de moranga com camarão

Para 15 pessoas vai precisar de meia abóbora moranga média, uma cebola, uma colher de café de sal com alho, 1 colher de sopa de óleo, 1/2 limão, 1 colher de café de sal, 200 gr. de camarão, 1 colher de sopa de azeite, 1 colher de sopa de whisky ou conhaque.

Limpe os camarões e tempere-os com 1/2 limão e uma colher de café cheia de sal.

Coloque água para ferver em um caneco de 1 litro. Descasque, tire as sementes e corte a moranga em cubos. Pique a cebola. Em uma frigideira, esquente o óleo, coloque a cebola picada, o sal com alho e a moranga. Misture bem e deixe corar. Acrescente água até cobrir completamente. Deixe que a moranga cozinhe até ficar bem macia. Espere esfriar um pouco e bata no liquidificador até obter um caldo na consistência de um suco grosso. Ponha o caldo para esfriar na geladeira.

Enquanto a moranga cozinha, esquente azeite em uma panela e doure os camarões até ficarem vermelhos. Agora proceda à flambagem: coloque a bebida dentro de uma concha e leve para esquentar diretamente sobre a chama do fogão. Assim que começar a evaporar, deite-a ligeiramente para que a bebida pegue fogo e verta imediatamente sobre os camarões. Muito cuidado para não deixar nada perto do fogo- muito menos você! Espere o fogo apagar sozinho e desligue. Reserve os camarões.

Escolha aqueles copinho de servir cachaça ou conhaque e coloque o caldinho dentro deles faltando um centímetro para chegar na borda. coloque um camarão na borda de cada copinho. Sirva frio.

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Frómista – Lechazo ou cordeiro de leite assado

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Hoje iniciamos o primeiro trecho de nossa peregrinação pelo Caminho de Santiago. Na verdade, confesso, não me sinto uma peregrina, sou apenas uma caminhante, apesar de carregar comigo o cajado e a concha -os símbolos do Caminho – e de seguir, com bastante disposição e coragem, as setas amarelas que nos conduzirão ao destino final.

Seguindo pelo “Caminho francês”, de Burgos a Frómista são ao todo 85 km. Destes, percorremos a pé, durante a manhã, o trecho final entre Boadilla del Camino e Frómista, margeando o Canal de Castilla. A caminhada é muito agradável. O terreno é plano, a ampla vista dos verdejantes campos agrícolas contrastando com o descampado do céu profundamente azul é belíssima. A proximidade da água torna parte do caminho fresco e sombreado. Respira-se ar puro, um suave aroma de mato purifica nossos pulmões e o incessante e festeiro chilreio dos pássaros enche nossa alma de alegria.

Após duas horas de caminhada paramos para apreciar a vista, beber água límpida de poço e saborear deliciosas maçãs colhidas no pé – achei incrível! Mais adiante, outra parada para nos refrescarmos sob as frondosas árvores que cercam o dique e reunir coragem para avançar colina acima até Frómista, pensando na recompensa do delicioso almoço a nos aguardar!

Frómista é pequena e muito simpática.  Tem um casario antigo pintado em cores ocres, uma bela igreja românica – a igreja de San Martin, que neste estilo é a mais original e bem conservada de toda a Espanha – e outras construções milenares, erguidas sobre ruínas dos tempos dos romanos. Se gostar de um lugarzinho bem pacato, vá morar lá, é perfeito!

No restaurante Villa de Frómista nos aguardavam surpresas maravilhosas. Para começar, um bom vinho branco refrescante servido com morcilla ( embutido de carne, gordura e sangue de porco, de cor bem escura) . Como primeiro prato, salada e langostinos ( camarões gigantes) grelhados na brasa e servido ao ajo & aceite (alho e azeite de oliva)

O prato típico da região é o lechazo, o cordeirinho de leite ( ainda não desmamado ao ser abatido) assado no forno a lenha, como aqueles de tijolos em formato de semicírculo que se usa para assar pizza.  A carne é muito macia e saborosa. Batatas fritas são o acompanhamento tradicional. Com estas há de se tomar cuidado pois, crocantes por fora e derretendo na boca ao serem mordidas, dá vontade de nunca parar de comê-las. De sobremesa, arroz com leche ( igual ao nosso arroz doce mineiro) e flan de huevos ( pudim de leite com ovos). Comemos bastante, sem arrependimento – afinal havíamos gasto muitas calorias com a caminhada da manhã!

 

 

Burgos – Beringela ao melaço com queijo de cabra

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Iniciamos o percurso do Caminho de Compostela em Burgos, na província de Castela e Leão, situada ao centro norte da Espanha. Esta aprazível cidade, fundada em 884,  é famosa pela belíssima e imponente catedral gótica que domina o horizonte. Ao seu redor está o Centro Histórico, uma área de pedestres cheia de cafés, restaurantes e lojinhas para turistas. Passear por suas ruas antigas, a pé ou de bondinho, revigora a alma e nos presenteia com um banho de cultura.

O tradicional e elegante restaurante El 24 de la Paloma foi o escolhido para o nosso primeiro jantar – um sofisticado menu acompanhado de excelentes vinhos. Veja o cardápio feito especialmente para o nosso grupo:

Entradas: camarão crocante ( envolto em fios, como os de doces árabes), cecina de Leon ( é como se fosse presunto cru, na Espanha chamado de jamon, só que é de carne de boi ao invés de porco) ao aroma de arbequina e lâmina de beringela com queijo de cabra ao molho de melaço de cana.

Segundo e terceiro pratos: Peixe branco (um tipo de bacalhau lá chamado de merluza) ao molho verde (coentro) e berberecho galego ( um tipo de marisco).  Entrecot de vaca com as famosas pimentas verdes Padrón ao azeite de enebro ( zimbro).

Sobremesa: Torta e sorvete de maçã.

Escolhemos uma receita simples e deliciosa – a combinação entre os três sabores é perfeita – que você pode fazer com ingredientes encontrados no Brasil:

Lâmina de beringela com queijo de cabra ao molho de melaço de cana (foto principal)

O queijo de cabra é uma especialidade desta região da Espanha, sendo encontrado em várias versões, conforme o tempo de cura e os ingredientes que lhe são acrescidos, como ervas.

Para conseguir que as lâminas de beringela fiquem tão clarinhas a dica é tirar, na ponta da faca, a casca da beringela e imediatamente colocá-la imersa em uma bacia com água. Usando de uma mandolina ou de sua habilidade, corte a beringela – sem retirá-la de dentro da água – em lâminas bem finas. Troque a água, sempre fria, por três vezes para tirar qualquer amargor.  À parte, esquente água em uma panela funda, acrescente sal e um pequeno buquê garni ( amarrado de ervas frescas). Coloque as lâminas e deixe aferventar por 2 a 3 minutos. Teste se estão macias, retire-as e deixe-as secar sobre um pano seco. Enrole-as e reserve.

Para fazer o melaço, o mais fácil é comprar uma rapadura de cana de boa procedência. Derreta um pedaço, ao fogo,  em um pouco de água  até obter a consistência de calda. Retire a calda da cor de caramelo, deixando um pouco na frigideira para, apurando o ponto, conseguir um tom amarronzado – cuidado para não queimar! Esta calda mais escura servirá para dar o toque final.

Arme os pratos (refratários) individualmente – veja a foto. Um pouco antes de servir, leve-os ao forno a 180 graus só para gratinar. Assim que o queijo começar a derreter, está pronto!

 

 

Camarão Thai

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Sempre gostei de comida tailandesa, desde que consiga come-la, é claro, pois às vezes a quantidade de pimenta é de tal ordem que fico de língua de fora, bebendo litros d’água para aplacar o ardor. Falando em tempero em excesso (para nós), não só a comida mexicana e caribenha são super apimentadas como a turca, a indiana, a tailandesa, a chinesa, a coreana e as de muitas outras culturas orientais. Então é aquela história de pedir ao maître para colocar menos pimenta  na comida, mas nem sempre dá certo – tem o problema do idioma. Tenho cada história…Bem, uma vez comi um prato parecido com este que agora apresento a vocês. Felizmente o maître falava inglês e consegui saber quais eram os ingredientes. Logo que cheguei de viagem refiz a receita em casa, mas ficou diferente – acho que o cara me passou a receita errada, sempre fazem isto. Outro dia, folheando um livro de comida tailandesa, achei uma receita que acreditei ser a mesma. Dando os devidos descontos dos temperos e adaptando a receita para o nosso paladar, resultou em um prato delicioso!  Refiz para fotografar e agora passo para vocês:

Camarão Thai

Trata-se de um molho feito com camarão, leite de côco, pimentões, maçã e temperos, misturado com uma pasta de espessura bem fininha que vem enrolada em ninhos. A que usei, de origem chinesa, tem o nome de Hot Pot Noodles ( macarrão de hot pot) e é feita com farinha de trigo, água e sal. O pacote tem 320 gr. e usei-o todo para servir 6 pessoas.

É aconselhável ter uma panela wok, pois é antiaderente e seu formato e espessura permitem que a comida seja feita de forma rápida e eficiente, sem grudar no fundo. vai precisar também de outra panela para cozinhar a pasta.

Para o molho: 200 gr. de camarão VG limpo por pessoa – no caso, para esta receita que serve 6 pessoas separei 1,2 kg ( para tempera-los usei 1 colher de sobremesa cheia de sal e 1 limão. Mais: 1 xícara de café de azeite, 1 colher de café de sal, 2 dentes de alho, 1 xícara de chá de cebola picadinha, 1/2 pimentão vermelho e 1/2 amarelo, 1 colher de sobremesa de coentro picadinho e a mesma quantidade de gengibre. Se gostar de comida com tempero bem forte, pode dobrar a quantidade do coentro e do gengibre ( eu não arrisquei). Ainda: tomate pelati amassado que dê 1 xícara de café, 1 maçã verde, 1 e 1/2 garrafinha de leite de côco. Pimenta malagueta amassada ou molho de pimenta à vontade – eu coloquei 1 colher de chá.

Primeiro lave, deixe escorrer bem e depois tempere o camarão já limpo com sal e limão. Deixe por 1 hora. Enquanto isto, monte o mis-en-place, ou seja, deixe tudo posto no lugar como mostra a foto. Pique o que tiver de picar: pimentões em fatias finas, cebola, coentro e gengibre. Deixe a maçã para depois.

Deixe a wok esquentar um pouco e deite metade do azeite. Doure a cebola e depois o alho já batidinho com o sal. Retire-os da panela – deixando o azeite – e reserve. Deite o restante do azeite e frite os camarões até ficarem vermelhos. Volte com o cebola, junte os pimentões, o tomate macerado e o gengibre. Misture tudo e deixe amolecer. confira se o camarão está ao dente. Junte o coentro. Pique a maçã e jogue por cima.

Despeje o leite de côco e acrescente o molho de pimenta. Mexa com cuidado para não machucar os camarões e a maçã. Prove o tempero e acrescente o que o seu paladar pedir. Desligue e deixe descansar por 15 minutos. Enquanto isto, cozinhe a pasta – veja as instruções de tempo de cozimento no pacote.

Na hora de servir, verta a pasta bem escorrida sobre o molho de camarões já aquecido e misture cuidadosamente com um garfão ( cuidado para não riscar a wok) . Sirva bem quente e – atenção: nada de colocar queijo ralado por cima!

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Peixes e frutos do mar 

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Valeu a pena uma visita ao Mercado de Peixes de Rialto, em Veneza, para ter aqui no blog um catálogo para vocês consultarem quando tiverem dúvida sobre as diferenças entre diversos peixes e frutos do mar –  crustáceos, moluscos, lulas, polvos e outros – principalmente aqueles consumidos no sul da Europa, provenientes do mares Mediterrâneo, Adriático, Atlântico e mar do Norte. Muitos deles são exportados para o Brasil ou temos semelhantes.

Experimente receitas que temos aqui no blog de peixe, camarão e frutos do mar, como Risotto ai frutti di mare, Risotto de camarão com aspargos verdes, Camarão à pomme d’or, Escabeche de peixe, Filé de peixe à provençal.

Veja também Dicas:

1) filé de peixe: grelhar, fritar ou assar

2) como limpar frutos do mar. 

 

 

Alberobello – frutos do mar

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Apaixonei-me por esta cidadezinha da província da Puglia, no extremo sul da Itália. Fica a uma hora ao sul de Bari – porto do mar Adriático – bem no início do “salto da bota” do território italiano. Pense em um lugar lindo, simpático e acolhedor e ainda totalmente diferente de tudo o que já se viu neste mundo – pois é lá! O pitoresco é que, além de ser uma cidade tombada pela Unesco por ter uma arquitetura única no mundo, conserva impecáveis as casinhas chamadas de “trullo” (uma só) ou “trulli ” ( plural) , cuja origem vem do século 15. A maioria delas ( embora reformadas) têm entre trezentos e seiscentos anos, imagine! São construções circulares com um teto piramidal feito com pedra calcária da região. Muitas ainda são casas particulares, mas há lojinhas de artesanato  e barzinhos.

Almocei em um restaurante lindo, destes de comida autoral, fantástica. Tentei tirar fotos do cardápio mas o gerente percebeu e colou em mim, que pena, daria tantas boas ideias para o blog…Assim, consegui apenas tirar uma foto do mural e do meu próprio prato.

 

Risotto de camarão com aspasgos

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Chegamos ao flat onde estamos hospedadas cansadas de tanto passear pelo centro histórico de Bruxelas. Pensávamos, mãe e filha blogueiras, em descansar um pouco antes de sair para jantar. Porém o ambiente estava tão aconchegante e quentinho que decidimos ficar. Lá fora a sensação térmica é de -6 graus! Melhor ficar por aqui e fazer nosso jantarzinho. Temos no frigobar um pacote de camarão fresco, um molho de aspargos peruano, o riso arbóreo que abrimos ontem e os temperos que compramos. Decidi fazer outro risotto e uma saladinha.

Risotto de camarão com aspargos verdes

Veja os ingredientes para 2 pessoas: 300 gr. de camarão fresco e limpo ( compramos já sem tripa!), limão e sal, 4 talos de aspargos, 1 cebola pequena, 2 colheres de sopa de azeite, 1 colher de sopa de pesto de tomate, 1 xícara de chá de riso arbóreo.

Tempere o camarão com sal e limão. Corte os talos de aspargos e pique a cebola. À parte, coloque 1 litro de água para ferver. Deite o azeite na panela, em temperatura alta (ou fogo forte) e deixe ficar quente. Escorra bem e frite os camarões até ficarem vermelhos. Retire e reserve. Na borra que ficou na panela, frite a cebola e depois o arroz. Junte os aspargos, frite mais um pouquinho e despeje a água fervendo até tapar o arroz. Abaixe a temperatura, mexa bem até desgrudar a borra do fundo da panela. Acrescente o pesto de tomate ( tomate, ervas e pecorino), sal a gosto e prove o tempero. Deixe o risotto cozinhar em baixa temperatura (ou no fogo baixo). Vá acrescentando água quente à medida do necessário, até que o arroz fique ao dente.

Ao final, junte os camarões. Misture com cuidado, deixe o caldo quase secar e está pronto! Obs.: Quando se termina um risotto, precisa restar um pouco de caldo grosso no fundo da panela, que será naturalmente absorvido pelo arroz até que o prato seja servido.

Enquanto o risotto cozinhava, aproveitei e fiz uma saladinha com tomate, ervilhas de folha (coloquei previamente para dar uma ligeira amolecida com um pouquinho de água), azeite e salpiquei sal e castanha do pará brasileira ( aqui tem nos melhores supermercados) picadinha para dar uma crocância.

Em meia hora fizemos nosso jantarzinho! E ficou delicioso!

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Durban 1 – Cargo Hold com tubarões

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Imagine-se jantando no porão de um velho galeão tendo à sua volta imensos tubarões! Pois isto é possível em Durban. No extremo sul das praias da cidade, próximo ao centro, em uma ponta de terra entre a praia e o porto, fica um interessante ponto turístico com diversas atrações, como o uShaka Marine World, um parque temático dedicado às maravilhas marítimas, lojas e restaurantes. É um lugar muito agradável de se passear a qualquer hora do dia, inclusive à noite, pois é bastante seguro. Entre as diversos opções gastronômicas escolhemos o restaurante que fica dentro do antigo barco, não somente por ser pitoresco jantar na companhia de tubarões, arraias e outros peixes incríveis como já sabíamos que a comida era bem feita, farta e oferecida a um bom preço. Pelo cardápio constatamos que a especialidade da casa é mesmo os frutos do mar, que oferecem em diversas combinações. Confira:

 

Frutos do mar grelhados

Meu olho cresceu quando vi o prato de lagostas, camarões, mexilhões e mariscos que serviram aos nossos amigos que já estavam na mesa do restaurante Cargo Hold quando chegamos. Sorte nossa encontrá-los ali, pois a fila de espera era grande. Gentilmente dividiram conosco este primeiro super farto prato bonito e aromático e depois dividimos com eles o que pedimos em seguida. Assim comemos, fizemos um intervalo e comemos de novo! Foi uma ótima experiência, pois enquanto esperávamos calmamente o recomeço, degustamos um excelente Sauvignon Blanc, evidentemente sul-africano e nos serviram (sem cobra nada!) deliciosos petiscos com sabor de mar.

 

Gulosa? Sim, confesso que sou. Aprecio tanto cozinhar como também comer bem. Porém mantenho o mesmo peso ideal a vida toda. O segredo é um só: mesmo que tenha vontade de devorar algo delicioso, mantenha o controle: coma sempre pouco! A gente acostuma…

Capetown 2 – Penísula do Cabo

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Entre o passeio pela bem cuidada praia de Boulders Beach a ver milhares de pinguins ( ver foto acima) e o belíssimo por do sol enfrentando a ventania do extremo sul da África, no famoso farol do Cabo da Boa Esperança ( ver foto no final do texto), paramos para almoçar em um simpático restaurante típico da região de Saint Simon/ Saint James. Trata-se de uma ex-colônia da Marinha Britânica, rica em incríveis histórias de marinheiros dos séculos passados, desde os idos do século 17. Um típico sobrado branco com varanda, igualzinho àqueles velhinhos de beira-mar do sul da Inglaterra, oferecendo o tradicional fish and chips. Mais britânico, impossível. Pois bem, o cardápio oferecia ainda uma mescla de pratos internacionais com tempero local. Apostamos no peixe e no camarão frescos, pescas do dia, segundo o simpático rapaz que nos atendeu. As receitas que se seguem são a nossa interpretação do pratos que escolhemos.

Badejo sobre batatas com molho de alcaparras

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Um prato simples pode aparentar um certo requinte se servido com alguma arte. Vamos primeiro ao preparo do peixe e das batatas: tempere com sal e limão o filé de peixe – cerca de 150 a 200 gr. por pessoa. Reserve. Coloque as batatas baby para cozinhar com a pele, 4 pequenas por pessoa.

Prepare o molho tipo vinagrete: para cada pessoa, pique ¼ de tomate em cubinhos miúdos, junte uma colher de sopa de alcaparras picadas, ¼ de cebola picadinha, sal, limão, azeite e vinagre. Reserve. Cozinhe o brócolis no vapor. Prepare a maionese ou outro molho de sua preferência.

Cerca de quinze minutos antes de servir, grelhe ou asse o peixe, usando manteiga ou azeite. Quando mudar de cor e ficar branco e macio, antes de corar, jogue sobre o peixe um misturinha de cebola ralada, ervas aromáticas, sal e pimenta do reino branca. Tome a manteiga ou o azeite da panela ou assadeira e regue o peixe. Enquanto o peixe cora, use uma forma redonda para enformar as batatas já cozidas e salgadas (veja dica), apertando-as dentro do aro e depois virando-as diretamente no prato. Coloque o filé de peixe sobre a caminha de batatas e cubra-o com o molho que acabou de preparar junto com o peixe. Disponha no prato – veja a foto – o molho de maionese, o brócolis e o vinagrete de tomates e alcaparras.

Obs.: O peixe revelou-se de ótima consistência, o molho saboroso e as batatas sul-africanas são sempre uma boa pedida. O molho de maionese industrializado foi o ponto fraco. Aconselho substitui-lo por um simples fio de azeite de boa qualidade. Para incrementá-lo, soque ervas frescas, misture ao azeite, deixe ficar por algum tempo e depois coe.

Camarões com spaguetti ao molho de pimenta, côco e rúcula

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Tempere os camarões já limpos com sal e limão. Calcule de 150 a 200 gr. por pessoa. Deixe no tempero por quinze minutos. Lave as folhas da rúcula de deixe-as secarem. Corte as pimentas frescas – as que nos serviram parecem com a nossa malagueta porém são maiores e menos ardidas. Se preferir, substitua por pimentão vermelho.

Cozinhe o spaguetti – cerca de 50 gr. por pessoa (veja dica). Enquanto a pasta cozinha, derrame uma colher de sobremesa de azeite sobre na frigideira e frite os camarões até ficarem vermelhos. Retire os camarões da panela. Reserve.

Na borra que ficou, acrescente um fio de azeite ou um pouquinho de manteiga, uma colher de chá de cebola ralada e frite até dourar. Junte a mesma quantidade de molho de tomate caseiro ( por minha conta, na receita do restaurante não tinha nem cebola nem tomate no molho). Misture. Coloque ½ xícara de chá de água quente, raspe toda a borra até formar um caldo homogêneo. Acrescente as pimentas cortadas. Deixe que amaciem. Junte ½ xícara de chá de leite de côco (pode substituir por creme de leite ou uma mistura dos dois). Volte com os camarões. Misture. Deixe que o molho e os camarões cozinhem. Prove o sal. Desligue o fogo.

Escorra o spaguetti. Volte com o molho ao fogo, junte a pasta e as folhas de rúcula. Misture e sirva imediatamente.

Obs.: Para quem não está habituado a comida muito apimentada, há de se tomar cuidado ao pedir ou fazer um prato como este. Gostamos da mistura de leite de côco, porém acho melhor misturar também creme de leite fresco para suavizar o sabor do côco e dar uma consistência menos aguada ao molho.

Abaixo, foto do ponto mais ao sul da África, no Cabo da Boa Esperança, onde o Oceano Atlântico encontra o Oceano Índico

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Trancoso 4 – Restaurante O Cacau

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Um tempo atrás estive em Trancoso e elegi O Cacau como o melhor restaurante – em matéria de sabor. Pois fiz a maior propaganda da farofa de banana de lá e…que decepção! Numa bela terça feira de final de julho não tinha banana da terra na casa para fazer a farofa! Falta de banana em Trancoso garanto que não era, pois no nosso café da manhã na Pousada Estrela d’Água todo dia tinha banana da terra frita e deliciosa! Também o restaurante estava sem graça, silencioso, um tanto escuro e nós éramos os únicos clientes quando chegamos, às 9 da noite. Depois, outras duas mesas foram ocupadas, mas nada que justifique o garçon e a garçonete ficarem sem aparecer na nossa mesa. Baixa temporada realmente é um problema para os restaurantes manterem os ingredientes do cardápio na casa e funcionários trabalhando a contento. Alguns pratos do cardápio estavam em falta. Então resolvemos simplificar e pedir duas panelas de Bobó de camarão para 5 pessoas. Foi a conta, pois no cardápio vem escrito que o prato é para 2 pessoas.

Bobó de camarão

O caldo estava gostoso, chegado no leite de côco e no dendê. Porém o camarão estava sem gosto. Quando é assim é porque não foi temperado antes, o que considero essencial. Lição de hoje: se você for fazer qualquer prato com camarão, deixe-o no tempero com limão e sal meia hora antes ( o que em restaurante sem movimento não dá para fazer). Depois, frite bem o camarão ( no azeite ou na manteiga até ficar vermelhinho) antes de juntar os outros ingredientes. Assim o camarão “segura” seu próprio sabor, para só depois dar gosto ao molho. Confira no blog a nossa receita de Bobó de camarão. Siga as instruções e, tenho certeza, ficará bem mais gostoso do que comemos no restaurante. Veio acompanhado de arroz branco e farofa de dendê ( farinha de aipim com azeite de dendê)

Dica: se tiver oportunidade de ir à  Bahia ou ao Espírito Santo, compre uma panela de barro – a comida fica muito mais gostosa preparada nesta panela dá uma ótima apresentação, pois o molho vem fervendo para a mesa e conserva-se quente por mais tempo.

 

 

Trancoso 3 – Uxua

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Este é um dos restaurantes do Quadrado que tem mesas rústicas na areia e música ao vivo. Diga-se de passagem que a música dentro do Quadrado estava confusa. Não discuto o tipo de música (popular, claro) nem a qualidade do cantor. O problema é que cada restaurante contrata o seu voz e violão e fica a disputa de quem coloca o som mais alto. Escuta-se de 3 a 4 músicas diferentes ao mesmo tempo!!! Evidente que aqui desconsiderei o conforto, pois trata-se de um blog de gastronomia e resolvi me ater, nestes comentários, apenas ao sabor e apresentação dos pratos. Escolhemos 2 pratos para 3 pessoas e foi o suficiente. O preço é dos mais baratos do pedaço. E o serviço, embora amador, conta com a simpatia natural do baiano.

Frutos do mar com arroz negro

Considero um prato sofisticado e embora a apresentação não tenha ajudado, de sabor estava excelente. Imagino que foi feito como um risoto, pois o arroz absorveu o gosto dos frutos do mar e estava macio e saboroso, embora de sabor predominante. Para sua sorte, já publicamos um risotto ai frutti di mare delicioso aqui no blog. Portanto, basta trocar o arroz carnaroli por arroz negro. No entanto, vai a dica: misture os dois tipos de arroz, a apresentação fica melhor e o gosto do arroz não briga com o dos frutos do mar. No caso do Uxua, serviram: lagosta, camarão e lulas, de excelente qualidade.

Badejo com crosta crocante e purê de abóbora

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O tempero do peixe estava ótimo e o fato de ser grelhado envolto na crosta deu um toque especial: crocante por fora e macio por dentro. Você pode variar a crosta no qual envolverá o peixe antes de leva-lo à frigideira para fritar. A básica é a que chamamos de empanar o peixe: passa-se o filé – já temperado – na farinha de trigo ou de rosca e depois frita-se, no fogo baixo, com um fio de azeite da melhor qualidade. Pode-se passar no ovo batido antes de passar na farinha – o que chamamos de milanesa. Para quem não tem prática, cuidado, vá treinando antes das visitas chegarem. Opções legais são as de misturar gergelim triturado à farinha de rosca. Ao invés de gergelim, tente triturar castanha do pará ou do caju, fica uma delícia. Está na moda misturar quinoa. Outra crosta ótima é de broa de fubá torradinha e triturada. Também tem a de biju de milho e pode ser também a de fubá puro. Experimente e invente! Oportunamente faremos alguma receita de peixe desta maneira, aguarde.

A gente se esquece do purê de abóbora, mas como é gostoso! Dê um descanso para o seu purê de batata de sempre e passe a fazer purê de baroa, de abóbora moranga, de inhame, de aipim…

Deram um colorido com rúcula no prato, o que deu muita graça e frescor.

Trancoso 1- Sabor da Bahia

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Nosso blog Sal & Alho adora passear e experimentar novos sabores pelo mundo afora. Afinal, esta é a melhor maneira de ampliar nossos sentidos – ouvir a explicação da cada prato do cardápio, ver a apresentação dos que escolhemos, sentir o aroma que prenuncia a chegada da comida à mesa e – o melhor de tudo – nos deliciarmos com novos e instigantes sabores. Sempre que gosto de um prato procuro saber como é feito. Os restaurantes raramente contam seus segredos, no máximo, ficamos sabendo de parte dos ingredientes. Então adoro fazer o jogo de provar tudo e tentar descobrir a maneira como foi feito e adivinhar todos os ingredientes. De cara já percebo o que foi usado como tempero e, para quem domina as panelas, é fácil saber o modo de preparo. Raramente repito a receita em casa tal qual comi, pois meu paladar já seleciona a quantidade e variedade deles à medida que vou fazendo e provando.

Em Trancoso, no litoral sul da Bahia, onde ficamos por quatro noites, selecionamos um restaurante para cada jantar. Três já eram nossos conhecidos e são sempre os indicados pelos amigos. O quarto, escolhemos pelo faro e surpresa! Foi o melhor de todos. Lição: não vá na onda dos outros e pela fama para escolher onde comer. Se achegue e dê uma assuntada, como diz o baiano. Todo restaurante tem o cardápio na porta. Pergunte ao atendente sobre os pratos, se possível dê uma voltinha, espie a mesa e os pratos de quem está comendo, pergunte se está gostoso. O famoso Quadrado de Trancoso tem um ambiente descontraído e nos permite fazer isto. E o mais importante de tudo- a regra de ouro que meu pai me ensinou: desconfie de restaurantes vazios, prefira justamente o mais lotado, mesmo que tenha de esperar. O sacrifício valerá a pena.

Selecionamos cinco restaurantes no Quadrado e aqui vai a crítica, pela ordem do melhor para o pior:

Sabor da Bahia

Escolhemos dois pratos para três pessoas e tranquilamente dava para mais outra pessoa. Bastante farto. O garçon foi muito atencioso, a comida veio rápida e fumegante. Sabor: delicioso!!!! Ambiente bem simples, rústico, limpo, conforto razoável. Simplicidade com excelente qualidade de matéria prima e comida feita com capricho.

Badejo servido na folha de palmeira acompanhado de farinha no dendê, molho de camarão, pirão e arroz branco

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Vieram três filés altos de badejo da melhor qualidade. O peixe estava bem temperado – sinal que já estava na salmoura antes do pedido. Feito no forno, assado no ponto certo, regado com um molhinho de tomate e camarõezinhos. Não havia sofisticação na apresentação, pois não é esta a proposta da casa. Pirão verdadeiro, com gosto de peixe e da boa farinha de aipim da Bahia. O excelente molho de camarão não era um simples molho – poderia ter sido servido como um prato. Praticamente é a mesma coisa da nossa receita de molho de camarão, com a diferença que colocaram creme de leite, requeijão catupiry e um pouquinho de dendê.

Mix de peixe e camarão servido na abóbora moranga acompanhado de farofa de banana a e arroz branco

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O que veio dava para três pessoas comerem! Usaram um peixe que não identifiquei qual, mas estava bom. O camarão, ótimo. O molho levou dendê e leite de côco e estava delicioso! Usaram a abóbora só como recipiente, diferente da receita de Camarão na moranga deste blog. Se quiser fazer como o do Sabor da Bahia, despreze a polpa da abóbora, use peixe cortado em cubos e adicione um pouquinho de dendê e de leite de côco ao final do preparo. A farofa de banana estava divina, se quiser fazer, veja a nossa farofa comum e adicione as rodelas de banana da terra ligeiramente fritas ao final. Dispense o ovo.

Detalhe importante: melhor preço dentre os cinco restaurantes onde comemos e bastante farto. Pode pedir um prato para duas pessoas o que torna o preço excelente!

Amanhã e nos dias subsequentes publicaremos nossos comentários sobre os outros restaurantes.

Camarão na moranga

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Domingo é dia de receber a família e os amigos para o almoço. No sábado, o conselho familiar discute o cardápio e no domingo vou sempre ao mercado comprar o que falta. Às vezes, dependendo do que acho, tenho alguma ideia e passo WhatsApp com foto para as filhas perguntando opinião. Pois hoje mudamos o cardápio de feijoada para camarão! Ok, sei que tem muita gente esperando a receita da feijoada que prometi para quando o tempo refrescasse. Já esfriou um pouquinho mas reservei a feijoada para inaugurar uma nova seção do blog, a dos almoços ou jantares com  cardápio completo: aperitivos, entrada, prato principal com seus acompanhamentos e sobremesa. Aguardem, em breve vai começar! Vamos então à receita do que comemos no nosso almoço de hoje:

Camarão na moranga

Como sempre, passo a receita para 6 pessoas. Compre 1 abóbora moranga de tamanho de médio para grande e 1 kg de camarão. Vai precisar ainda de 2 a 3 tomates maduros, 2 cebolas, 1 pedaço de pimentão amarelo e a mesma quantidade de pimentão vermelho, 1 ramo de coentro, 3 talos de cebolinha verde, azeite ou manteiga, sal, alho, limão, pimenta malagueta e ainda 1/2 copo de requeijão.

Pré aqueça o forno a 180 graus. Coloque a moranga inteira sobre uma assadeira rasa com um pouquinho de água e deixe no forno por 45 minutos. Enquanto isto, limpe os camarões ( tire as tripas) e tempere com 1/2 limão e uma colher de sobremesa cheia de sal. Pique os tomates, as cebolas e os pimentões. Em uma panela, frite primeiro, no azeite ou na manteiga, os camarões escorridos até que fiquem vermelhos. Retire da panela e reserve. Coloque mais um pouco de azeite ou manteiga e frite primeiro a cebola picadinha, depois o sal com alho ( 1 colher de sobremesa cheia), acrescente os pimentões e por último os tomates. Frite tudo até começar a amolecer e então coloque 1 xícara de chá de água fervente, tampe a panela, abaixe o fogo e deixe cozinhar. Acrescente sal e pimenta malagueta a gosto.

Retire a moranga do forno. Corte, com uma faca bem afiada e da lâmina comprida e fina, uma tampa com 8 cm de diâmetro. Pelo buraco, retire a polpa cavando por dentro com uma colher. Deixe a casca da moranga com 2 cm de espessura. Junte ao molho 3 a 4 colheres de sopa bem cheias da polpa da moranga sem as sementes. Misture, deixe cozinhar até formar uma sopa cremosa. Retire da panela e bata no liquidificador para obter um creme no ponto de purê mole.

Volte para a panela, prove o sal e a pimenta. Junte os camarões e deixe que o creme fique bem quente. Desligue o fogo e acrescente o coentro e a cebolinha picados bem miúdo. Coloque o creme com os camarões dentro da moranga e acrescente o requeijão. Misture e leve ao forno à temperatura de 280 graus até ver que a moranga está fumegando. Sirva bem quente acompanhada de arroz branco.

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Pad Thai tailandês

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Quando você está viajando pelo exterior, principalmente se for pelo Sudeste Asiático, onde a comida é bizarra, se tem a sorte de descobrir algo comível, agradeça! Mas se descobre algo realmente bom de se comer, milagre! Em ocasiões diferentes, minhas duas filhas que participam deste blog, uma  responsável pelas fotos e produção visual e a outra por muitas das receitas sofisticadas e mais trabalhosas, estiveram na Tailândia e adoraram este prato típico. Da mesma forma que existe, por exemplo, o risotto (à base de arroz) na Itália e o mexido (à base de arroz) no Brasil, lá eles fazem esta comida com o básico – que é a pasta de arroz –  misturada com outros produtos comuns da alimentação local. O importante, como sempre, é o tempero e a maneira de fazer, de modo que é  essencial você ver um nativo fazendo a comida para aprender. Ok, não somos tailandesas, mas aprendemos a fazer com eles! Gostamos  tanto que sempre fazemos em casa. É um prato leve e que alimenta, bom para se comer no fim de noite.

Pad Thai

É importante comprar dois produtos importados para que a receita seja feita corretamente: a pasta de arroz (tipo talharim branco) e o tempero para pad thai que é à base de tamarindo e que já vem pronto. Os demais ingredientes são fáceis de achar: frango, carne de porco, camarão, broto de feijão, ovos, amendoim, cebola e temperos.

Fizemos a receita baseada em 1 pacote de pasta, que tem 200 gr. – deu para 6 pessoas comerem. Então anote o que precisa: 1 peito de frango, 200 gr. de lombo, 300 gr. de camarãozinho rosa, 3 ovos, 120 gr. de broto de feijão, ½ cebola, 1 dente de alho, 50 gr de amendoim torrado e moído, ½ vidro de molho para pad thai, 1 colherinha de café de coentro em pó, pimenta do reino, sal, salsinha e cebolinha.

Se tiver uma panela WOK, maravilha, se não tiver, desta vez pode fazer na panela normal, mas compre uma wok na primeira oportunidade porque é excelente!

Vamos começar: limpe e tempere o camarão com sal. Corte o lombo e o peito de frango em cubinhos de 2×2 cm e tempere com sal e alho. Triture o dente de alho e fatie a cebola fininha. Lave e escorra os brotos de feijão, pique a salsinha e a cebolinha. Esquente água em um caneco para fazer as carnes. Veja as instruções de cozimento da pasta no pacote e siga-as.

Na wok, salteie o alho triturado com a cebola e o camarão. Reserve. Em outras duas panelas, frite o lombo e o frango separadamente em um pouco de óleo até corar. Vá pingando água quente até que  a carne fique macia, deixando que fique no fundo da panela um pouco do caldo. Reserve. Volte para a wok, empurre o camarão para a lateral e despeje os 3 ovos. Assim que ficar branco e amarelo mexa os ovos e misture com o camarão, o frango e o lombo. Acrescente o broto de feijão, a salsinha e a cebolinha, mexendo sempre. Junte o tempero de pad thai, o coentro, a pimenta do reino.  A esta altura a pasta de arroz já deve estar cozida e recém escorrida. Acrescente a pasta à wok e mexa tudo com um garfão, tomando cuidado para não partir os fios da pasta. Finalize distribuindo o amendoim  igualmente sobre o prato.

Obs: se não achar para comprar o molho para pad thai pronto , misture 1 colher de sopa de molho de tamarindo, a mesma quantidade de molho de peixe e 1 colher de açúcar.

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Camarão sofisticado e fácil de fazer

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Crevette à pomme d’or. Chic, não é? Há pratos que fazem parte de nossa memória afetiva, lembranças de momentos especiais. Imagine a cena: jantar romântico à luz de velas, com flores e um bom vinho, no restaurante alinhadérrimo do famoso hotel de Copacabana. O chef  preparando o pedido à nossa frente, fazendo a maior encenação. De repente, uma fogueira que quase põe fogo na mesa! Que susto! Talvez para impressionar, o chef havia flambado o camarão com um tanto a mais de whisky. Valeu, pois estava divino! Como sempre, reproduzi o preparo do prato em casa, que passou a ser mais um na coleção dos que amamos. Com o tempo a gente adapta e aprimora as receitas e agora passo para vocês como eu faço:

Camarão à pomme d’or ( traduzindo: maçã de ouro)

Vamos ao preparo para 4 pessoas. O principal: 800 gr. de camarão, 1 colher de sobremesa rasa de sal, ½ limão e 2 maçãs vermelhas. Para o molho: 2 colheres de sopa de azeite ou 1 de manteiga; 1 a 2 de tomates, 1 a 2 cebolas, 1/4 de pimentão vermelho e a mesma quantidade do amarelo e ainda salsinha e cebolinha. Para flambar: ½ xícara de café de whisky. Para finalizar: 1 xícara de chá de creme de leite fresco.

Limpe os camarões e tempere com sal e limão. Deixe de 15 minutos a ½ hora no tempero. Enquanto isto, pique o tomate, a cebola e os pimentões, de modo a dar 1 xícara de café cheia de cada. Pique a salsinha e a cebolinha para dar ½ xícara de café. Deixe as maçãs inteiras por enquanto.

Em uma frigideira, frite os camarões em 2 colheres de sopa de azeite ou 1 colher de manteiga. Assim que estiverem vermelhos, esquente à parte o whisky, colocado o líquido dentro de uma concha, diretamente sobre a chama. Vire a concha um pouquinho para que o whisky pegue fogo e verta-o imediatamente sobre os camarões. O processo de flambagem é delicado, tenha cuidado. Assim que o fogo apagar sozinho, retire os camarões e reserve-os.

Na mesma panela, pingue um pouco d’água de modo a fazer uma papa com a borra do camarão. Coloque mais um pouco de azeite ou manteiga e doure a cebola. Em seguida, junte os tomates e os pimentões. Acrescente a cebolinha e a salsinha. Se começar a secar antes de amolecer, pingue água quente. Quando tudo estiver cozido, bata no liquidificador para obter um caldo grosso. Coe o caldo e volte para outra panela. Descasque e corte as maçãs em cubos de 2×2 cm. Se você tiver o boleador próprio, faça bolinhas de maçã – o prato fica lindo! Coloque os pedaços ou as bolinhas de maçã para cozinhar imersas no caldo coado. Junte os camarões em seguida, deixando que maçã e camarão terminem de cozinhar juntos. Antes de servir, acrescente o creme de leite fresco, misture, verifique o sal e desligue antes que comece a ferver. Sirva com arroz branco.

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Surubim com camarão

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O surubim é um peixe grande de água doce, dos mais populares do Brasil, sendo encontrado em todas as suas bacias hidrográficas. A carne é consistente e muito saborosa, merecendo um molho rico em sabor.  Com a posta do surubim, gosto de preparar moqueca, e como o filé,  prefiro de prepará-lo na brasa ou assado. Uma boa receita para o fim de semana ou mesmo o dia a dia, pela facilidade do preparo é esta:

Filé de surubim ao molho de camarões com côco

Calcule 200 gr. de filé por pessoa. Lave, seque e tempere com sal e limão. Ligue o forno a 200o C. Coloque os filés em uma assadeira untada com óleo, jogue um pouco de ervas desidratadas por cima e leve ao forno até corar, por cerca de 20 minutos a meia hora.

Molho para 4 pessoas:

Separe:  800 gr. de camarãozinho rosa, 1 tomate italiano grande bem maduro, 1 cebola, ¼ de pimentão vermelho e a mesma quantidade do amarelo, 1 xícara de café de molho de tomate, a mesma quantidade de leite de côco, 1 a 2 dentes de alho triturados,  ¾ de litro de caldo de peixe e ½ xícara de café de azeite.

Limpe os camarões e tempere-os com 1 colher de sobremesa rasa de sal e 1 limão. Pique miudinho todos os demais ingredientes. Em uma panela média, coloque o azeite e frite o camarão até que fique vermelho. Junte a cebola e o alho e deixe fritar até corar. Acrescente os tomates e os pimentões e frite bem, sem deixar agarrar. Prepare, em outra panela, o caldo de peixe e junte o molho de tomates. Assim que os ingredientes estiverem fritos, junte o caldo. Deixe ferver. Prove o sal e acrescente pimenta malagueta. Quando o molho já estiver de boa consistência, ajunte o leite de côco e deixe ferver em fogo baixo por mais 10 minutos.

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Retire o peixe do forno, disponha os filés em um a travessa e cubra-os com o molho de camarões. Acompanha arroz branco e ou purê de batatas.

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Bobó de camarão da Bahia

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Nome africano este: bobó. Não descobri a etimologia da palavra, mas é algo como um caldo ralo de inhame ou aipim. No tempo dos escravos era feito com camarão seco, usando dendê, pimenta e temperos verdes.  Hoje, esta receita de origem baiana até parece uma iguaria sofisticada, de tão badalada que é. Anime-se a prepará-la, pois é deliciosa, você vai fazer bonito e é bem fácil!

Bobó de camarão

A receita usual é com aipim ou mandioca (como é conhecida na porção central e sudeste de Minas) e camarão fresco.

Para 2 pessoas: 200 gr. de camarão, 300 gr. de mandioca,1/2  xícara de café de óleo ou azeite, 1 xícara de café de cebola picadinha, a mesma quantidade de tomate maduro picado, pimentão, cheiro verde (salsinha, cebolinha e coentro). Para temperar: sal, alho, limão e pimenta malagueta.  Se quiser fazer o bobó à moda baiana, vai misturar uma colherinha de dendê ao óleo ou azeite do preparo e ao final do cozimento do molho de mandioca irá juntar ½ garrafinha de leite de côco.

Vai precisar de 2 frigideiras e um caneco para preparar o caldo. À parte e antes de preparar o bobó, cozinhe a mandioca cortada em cubos na água com sal.

Se comprar camarão fresco e inteiro, tire a casca e a cabeça, lave bem e coloque em 1 litro de água para ferver junto com ½ cebola, 1 dente de alho e um raminho de coentro, a fim de preparar um caldo. Depois de 15 minutos de fervura, coe. Na falta do caldo de camarão, use água mesmo.

Limpe os camarões, retirando as tripas, lave e deixe escorrer bem. Tempere com sal e limão. Enquanto isto, pique a cebola, o tomate e os temperos verdes.

Coloque as 2 frigideiras sobre o fogão. Em uma irá fritar os camarões no azeite até que fiquem vermelhos. Junte então 1/3 da cebola picadinha e deixe  fritar mais; se necessário acrescente um pouquinho do caldo até que fiquem ao dente.

Na outra frigideira frite o sal com alho e a cebola, depois o tomate. Junte a mandioca já cozida. Acrescente os pimentões e metade do cheiro verde. Quando começar a agarrar na panela, cubra com o caldo e deixe cozinhar. Quando formar um caldo grosso, junte, se quiser, o leite de côco. Mexa bem, prove o tempero, junte a pimenta, prove de novo. Deixe esfriar e depois bata no liquidificador. Volte com o creme batido para a panela e junte os camarões, misture bem, deixe ferver e, por último, junte o restante do cheiro verde.

Sirva quente, com arroz branco.

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Ceviche

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Champagne, espumante ou vinho branco em um fim de tarde ou noite de verão pedem como acompanhamento um agrado que desperte seus sentidos com um leve aroma marítimo, uma sinfonia de cores e um intrigante sabor cítrico. Experimente esta receita de ceviche, com ingredientes pescados daqui e dali e que afinal se deram bem, em uma perfeita  harmonia de aroma, cor e sabor.

Ceviche

O ideal é que seja feito de véspera ou com, pelo menos, 4 horas de antecedência para que possa marinar. Da parte dos frutos do mar, escolha entre salmão fresco ou peixe branco, camarãozinho rosa, kani e lula; separados, em dupla, trio ou todos juntos, felizes na companhia uns dos outros, desde que os personagens principais sejam peixe e/ou camarãozinho.

Da parte dos vegetais, este trio é imbatível: cebola roxa, cenoura e tomate verde ( sim, todinho verde). Se achar carambola, corte em fatias finas e enfeite com as estrelinhas.

Preparo – Do salmão: coloque o filé do peixe no congelador para ficar mais firme para cortar. O ponto ideal é, estando a carne ainda dura, que a faca deslize com facilidade. Corte reto filés de 1 cm, deite a fatia, torne a cortar em um sentido e depois no sentido contrário de modo a formar quadrinhos de 1x1cm.  Do camarãozinho: lave e tire as tripas; deixe escorrer toda a água. Do kani e da lula : só cortar em tronquinhos de 1 cm.

Corte a cebola roxa em fatias finíssimas, rale a cenoura no ralo grosso e corte o tomate em cubinhos de 1×1 cm (veja Dica – corte de tomates).

Molho para marinar: azeite e vinagre de champagne ou de vinho branco em partes iguais, suco de limão, sal, uma poeira de pimenta rosa triturada. Prove.

Misture tudo em uma travessa de vidro e coloque o molho até o meio, para deixar marinando. Na metade do tempo, troque de posição a porção que ficou embaixo com a de cima. Na hora de servir, escorra um pouco do molho, a conta de deixar os ingredientes molhadinhos, mas não imersos no caldo que se formou.

Sirva bem frio, acompanhado de torradinhas de baguette francesa. Fica lindo e chiquérrimo se colocado em tacinhas de sorvete!  Para dar um toque bem verão, sirva com uma bola de sorbet de limão da Alessa. Perfeito!

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Salada de frutos de mar e terra

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Aproveite aquela oferta de camarãozinho rosa e escolha um kani de boa marca ( que tenha mesmo gosto de peixe ou caranguejo). Se puder ser camarão fresco com a casca, é muito mais gostoso! Escolha frutas cujo paladar combine, por exemplo, manga. Já pensou em colocar raspas de côco em sua salada? Pois com esta combina divinamente. Agora um vermelho para ficar bem bonita, se gosta de pimentão, perfeito, se não, substitua por tomatinho cereja. O que mais? Folhas, claro, porém escolha as de sabor suave, para não brigar com o camarão . Se colocar rúcula ou agrião vão esconder o sabor dos frutos do mar. Então já podemos começar:

Lave os  camarõezinhos com água corrente, tire cabeças, cascas e tripas, deixando só o rabinho. Afervente ligeiramente, se forem bem pequenos, nem precisa. Tempere com sal e limão. Corte os kanis.

Sabe como  tirar a noz de um côco maduro inteiro? Procure o orifício do caule e fure-o com uma faca. Escorra a água. Quebre o côco, jogando-o com força no chão (em uma superfície dura, tipo pedra rústica. Se precisar ir lá na calçada da rua, tudo bem, mas olhe se não tem ninguém vendo– podem sair por aí dizendo que você enlouqueceu de vez! Se perguntarem, aproveite e conte sobre este blog, diga que é seguidor(a) e faz tudo que sugerem). Partiu o côco em dois? Missão cumprida. Coloque as partes diretamente sobre a chama do fogão e deixe esquentar, assim a parte branca sairá inteira, facilmente. Passe no ralador de furo horizontal para tirar as lascas.

Corte a manga em lascas e o pimentão em tiras finas.

Molho: vai combinar algo leve e refrescante. Faça-o com 2 colheres de iogurte natural ou coalhada; corte miudinho e junte salsinha, cebolinha e o indispensável hortelã, para dar frescor. Tempere com sal e bastante limão.

Arme a salada em um prato, colocando os ingredientes sem misturar. Pincele com o molho e sirva fria.

Se quiser dar um tchan muito especial, sirva junto com sorvete de côco da Alessa, fica o máximo!

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Risotto ai frutti di mare

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Dia destes publicamos uma legítima Paella, saída diretamente de uma cozinha espanhola. Alguns dias atrás, a filha casada nos convidou para irmos à casa dela. Nos deparamos com uma bela surpresa: tudo preparado para iniciarmos um autêntico risotto italiano. A receita original saiu do Giallozafferano, mas foi traduzida e adaptada por ela, que já morou na Itália. Desta vez, a redação é dela:

Hoje vou fazer uma receita italiana para a minha família (6 pessoas). Já deixei separados 500 gr. de cada um destes ingredientes do mar – camarãozinho rosa, vôngole, lula e mexilhão (já sem a concha, e em separado, deixei alguns com a concha para enfeitar). Além de limpos ( veja Dica – Como limpar frutos do mar) e escorridos, já foram temperados com sal e limão. Mais: 2 xícaras de chá de arroz canaroli, 2 cebolas picadinhas, 1 cenoura,1/2 caule de aipo ou salsão, 1 xícara de chá de azeite, a mesma quantidade de vinho branco, 1 litro de caldo de peixe já preparado, 1 dente de alho, 1 raminho de salsinha, sal e pimenta do reino branca.

Agora vamos ao preparo! Bata o aipo e a cenoura e frite a mistura, com pouco azeite, junto com um dente de alho inteiro, retirando-o depois. Acrescente a lula já cortada em anéis. Quando mudar de cor, junte um pouquinho do vinho branco e deixe cozinhar até ficar macia. O caldo de peixe já deve estar fervendo em outra panela.

Preparo do risotto: em uma panela já aquecida com um pouco de azeite, frite a cebola picadinha no fogo baixo. Quando a cebola ficar transparente, junte o arroz canaroli e frite mais um pouco, acrescentando azeite, se necessário. Quando o arroz tiver mudado de cor, coloque o restante do vinho branco. Depois que o álcool evaporar, vá acrescentando aos poucos o caldo de peixe, mexendo sempre, até que o arroz esteja na metade do cozimento. Volte à panela da lula, acrescente os camarões, metade da salsinha picadinha e cozinhe por uns 5 minutos. Se necessário, acrescente mais caldo de peixe até que estejam ambos macios.

 

Despeje o conteúdo da panela com a lula e os camarões na panela do risotto e misture tudo. Acrescente agora o vôngole e os mexilhões. Mexa com cuidado, para não estragar os mexilhões. Nivele o arroz e os demais ingredientes. Prove o sal e acrescente pimenta a gosto. Torne a provar. Disponha os mexilhões com casca sobre o arroz para decorar. Deixe terminar o cozimento. Quando todos os frutos do mar estiverem no ponto, desligue o fogo e deixe o risotto descansar por 10 a 15 minutos. Decore com mais salsinha picadinha e está pronto para ser devorado!

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Dica – Como limpar frutos do mar

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Se você, como nós, não mora na beira da praia e tem que comprar frutos do mar congelados, basta deixá-los de molho na água para que descongelem. Se estiver com pressa, troque a água mais vezes. Aqueles que vem congelados nas bandeijinhas já podem vir limpos, mas é sempre bom conferir. Porém, se você tem a sorte de morar perto da praia e pode usar frutos do mar frescos, terá que limpá-los. Peça ao peixeiro para começar a limpeza e depois siga a nossa dica de como limpar os principais frutos do mar. Vamos lá, de um a um:

– Camarão: Se comprar o camarão com casca, retire primeiro a cabeça e depois a casca, podendo ou não deixar a cauda, dependendo da receita. Mesmo o camarão ensacado e congelado raramente vem todo limpo. Importante: a tripa ou veio escuro de um camarão é o seu trato intestinal que, se não for retirado, dará um sabor amargo, além de ser desagradável de mastigar (parece areia). Portanto, deve ser retirado do camarão cru antes de cozinhar. Com uma pequena faca afiada, faça um corte superficial ao longo do lombo do camarão para expor o veio intestinal. Retire-o com a ponta da faca, depois enxague o camarão debaixo de água fria corrente e ponha no escorredor para secar. Está pronto para ser temperado.

– Vôngole: Para limpar o vôngole, as conchas devem ser cobertas com água limpa e salgada (cerca de 2 litros de água com 2 colheres de sal para cada quilo de vôngole) e deixadas de molho por 10 a 15 minutos. Caso tenha vindo sem conchas, saiba que para tirá-las já foi passado na água quente. Então, deixe de molho na água com sal e depois escorra.

– Mexilhão: Com as costas de uma faca pequena, remova a crosta grossa que recobre toda a casca de marisco. Com o polegar apoiado na lâmina da faca, puxe as fibras (barba) do mexilhão e despreze-as. Lave-o em água corrente e esfregue com uma escova de cerdas finas para limpá-lo completamente. Coloque o mexilhão numa panela grande e cubra-o com água. Cozinhe, com a panela tampada, até as conchas abrirem (despreze aquelas que ficaram fechadas). Remova e despreze o restante das fibras e utilize as conchas abertas na receita. Para receita com mexilhão sem concha, retire-o puxando até que se solte por inteiro. Retire o anel que envolve a parte macia do marisco e descarte-o. Caso você já tenha comprado com a concha aberta, o passo acima já foi feito. Apenas confira se as fibras foram retiradas corretamente e deixe de molho por 15 minutos na água com sal.

– Lula: Quando compramos a lula limpa e já fatiada em anéis, basta colocá-la de molho na água com sal por 15 minutos. Caso você tenha comprado inteira, vire-a pelo avesso e retire as entranhas, limpando-a completamente por dentro. Depois, puxe a pele escura, deixando só a carne branca. Coloque de molho na água com sal e depois escorra.

Penne ao molho de camarão

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Sabendo usar aquele camarãozinho rosa que se compra por um precinho bem razoável, você terá um prato requintado, fora da mesmice e com um sabor delicioso. Aprenda a fazer este molho para servir com pasta. De todas as que já usei, a que melhor “pegou” o molho foi o penne rigate grano duro. Este prato tem uma presença tão marcante que é ideal para ser servido tipo fim de noite, para fechar uma rodada de boa bebida e bom papo entre amigos. Da próxima vez que convidar os amigos, surpreenda-os!

Penne ao molho de camarão

Já que vai ter mais gente para comer, vamos passar a receita para de 6 a 8 pessoas, usando um pacote de 500 gr. de penne rigate, de preferência, de grano duro, de uma boa marca. Para prepará-la,  não deixe de ver Dica – Cozimento de pasta .

Molho de camarão

Calcule cerca de 50 gr. de camarão por pessoa; para 6 pessoas seriam 300 gr. Para esta quantidade: suco de ½  limão, 1 colher de café rasa de sal, ½ xícara de café de azeite, 1 cebola pequena ralada, ¾ de xícara de café de vodka, ½ xícara de café de molho de tomate concentrado ( tipo o que vem na lata de pomodori pelati). Prepare, à parte, 1 xícara de chá de molho branco. Separe a mesma quantidade de creme de leite, de  preferência aquele fresco de garrafinha.

Separe uma panela e uma espátula. Vai precisar usar o liquidificador.

Preparo do molho:  limpe os camarões, escorra bem e tempere com o limão e o sal. Coloque a panela no fogo alto, despeje o azeite e frite os camarões até que fiquem bem vermelhos. Mexa com a espátula, de tanto em tanto, para que não agarrem. Flambe os camarões, ou seja: esquente a vodka dentro de uma concha grande diretamente sobre a chama do fogão. Assim que começar a soltar uma leve fumacinha, dê uma deitadinha bem rápida na concha para que pegue fogo no líquido e rapidamente jogue a vodka sobre os camarões. Não se assuste com o fogaréu, mantenha-se bem distante.  Assim que o fogo apagar, acrescente a cebola ralada e deixe fritar. Se estiver agarrando, coloque mais um tiquinho de azeite. Logo que a cebola dourar, junte o molho de tomates e em seguida, aos poucos, vá acrescentando ½ xícara de chá ou pouco mais de água quente. Raspe toda a borra da panela até formar um caldo. Prove o tempero, acrescente sal e pimenta se quiser – o caldo deve ficar bem temperado. Bata os camarões com o caldo no liquidificador. Acrescente, ainda no liquidificador, 1 xícara de molho branco – deve  dar a mesma quantidade do molho de camarão já batido. Volte com este molho para a panela e ferva, sempre mexendo, até que fique bem consistente. Na hora de servir, acrescente 1 xícara de creme de leite fresco e misture bem. Tire do fogo antes que ferva e jogue por cima da pasta já aquecida. Se houver um descompasso entre o perfeito cozimento da massa (ao dente) e o preparo final do molho, coloque pasta e molho misturados em uma travessa refratária e leve ao forno para aquecer antes de servir. Lembre-se que pasta deve ser servida sempre bem quente!

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Paella Valenciana, quer conhecer o sabor da Espanha?

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Já eram mais de três da tarde;  nós dois com uma fome danada mas querendo aproveitar ao máximo o sol na praia em Torremolinos, cidade turística na região da Andaluzia. Lembra daquela ondinha que a gente vê desenhada  na revista em quadrinhos que identificamos como um odor inebriante e irresistível de comida deliciosa? Pois foi esta mesmo que vi, como uma miragem na areia quente. Apurei o olfato, senti um cheiro delicioso de mar e temperos afrodisíacos e segui o rastro. Fui dar em uma casinha branca na beira da praia, com mesinhas  dispostas em um tablado e uma placa de madeira pintada  escrito “Camara”. Verifiquei nas mesas lotadas: todos os turistas comiam um arroz  dourado com frutos do mar. O pedido demorava demais a chegar e então fui até a cozinha. Identifiquei-me como brasileira e  implorei para ficar ali aprendendo a  fazer o prato. Desta forma, já faz mais de vinte anos, fui apresentada a este prato típico do sul da Espanha. De lá para cá, tornou-se um dos favoritos da minha família. Faço-o com certa frequência no verão e passo o segredo para vocês:

Paella Valenciana ( da região de Valença)

Sal com Alho

A panela própria é a paelleira, uma frigideira esmaltada, bem larga e baixa. Veja o que tem em casa de mais parecido. Vai precisar de um caneco para ferver água e de uma colher de pau.

Para 4 pessoas, compre de 300 a 400 gr. de peixe de mar e a mesma quantidade de cada um destes mariscos: lula, camarão, mexilhão e vieiras.  O total deve dar aproximadamente 1,2 kg. Separe 2 xícaras de chá de arroz comum.

Ingredientes

Ingredientes

Para o molho: 1 xícara de café de azeite, ½ cebola e ½ tomate maduro picadinhos,  8 tirinhas de pimentão vermelho e 8 do amarelo; uma colher de sopa de molho de tomate,  1 xícara de café de vinho branco; sal, colorau, açafrão e pimenta calabresa.  Se quiser caprichar, compre 4 camarões gigantes inteiros e 4 mexilhões com a concha e reserve para o final. Escolha um bom vinho branco e ponha para gelar.

Limpe os mariscos. Corte o filé ou posta de peixe sem osso em cubos de  3 cm de lado.  Lave, escorra bem e tempere tudo com uma colher de sobremesa rasa de sal e ½ limão. Coloque água para ferver. Na paelleira ou frigideira, no fogo alto, coloque ½ xícara de café de azeite, frite a cebola até começar a dourar, junte o tomate, depois os camarões. Assim que avermelharem , coloque a lula e  logo que esta ficar branquinha, junte o mexilhão e deixe que  mude de cor.  Acrescente o peixe, os pimentões e o molho de tomates. Misture com cuidado e deixe fritar. Assim que o caldo começar a secar, junte o vinho e deixe que evapore. Agora, afaste tudo para as bordas, coloque a outra metade do azeite no meio da panela e despeje o arroz. Mexa só ali no meio e depois misture tudo. Arrume a panela para que fique tudo nivelado e aí despeje água quente até cobrir o arroz e mais 1 centímetro. Abaixe o fogo. Tire um pouco do caldo, dissolva o açafrão e o colorau. Junte ao caldo da panela, misture, prove o sal, acrescente mais se precisar e coloque a pimenta com cuidado.  Prove para verificar se está bem temperadinho.  Decore como os camarões e mexilhões especiais. Vá adicionando água quente aos poucos até que o arroz cozinhe. Cada vez que adicionar água, mexa de leve com a colher de pau e desagarre o fundo. O ponto do arroz é “ao dente” (ligeiramente duro) e a paella deve fica molhadinha. Se precisar servir mais tarde, deixe mais caldo, pois vai secando à medida que esfria.

 

Obs: a pronúncia espanhola é “paelha”.

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Ravioli ao creme de aspargos com camarões

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Dizem os entendidos que o fundamental da boa culinária é o uso de ingredientes de boa qualidade. Acrescento que precisam ser bem combinados. Quando acertamos em alguma combinação, a gente nem acredita que antes estes ingredientes andaram por aí, perdidos um dos outros. É o caso que conto a seguir, de um pacote de massa fresca, no caso um ravioli de muçarela, um maço de aspargos e alguns camarões que um dia se encontraram, por mero acaso, na mesma prateleira da nossa geladeira.

Ravioli de muçarela, molho de aspargos verdes e camarões flambados

Compre uma bandeja de ravioli recheado com muçarela comum ou de búfala. Já vem pré-cozido e se tiver umas 20 peças, dá para 4 pessoas. Faça o molho branco com aspargos. Siga a receita do molho branco, porém, este molho vai virar um molho de aspargos: afervente de 2 a 3 aspargos por pessoa (não deixe que amoleçam) e depois bata no liquidificador a metade deles, justo a metade de baixo de cada haste. Junte o caldo de aspargos ao molho branco, misture e deixe ferver. Agora junte a outra metade dos aspargos, cortados em tronquinhos de 3 a 3 cme deixe ferver mais um pouco, se precisar, raleie o molho com leite. Acrescente creme de leite, cerca de 1/4 da quantidade de molho. Prove o sal, junte pimenta do reino branco e nós moscada, se gostar. Misture e desligue o fogo antes do creme tornar a ferver.

Forre o fundo de uma travessa refratária com o molho. Disponha uma camada dos raviólis, torne a cobrir com o molho de aspargos e repita até terminar a camada de cima com o molho.

Se quiser sofisticar, limpe e tempere os camarões. Depois de 15 a 30 minutos, proceda à fritura, no fogo forte, dos camarões, na manteiga ou no azeite. Agora veja como flambar os camarões. Pronto, pode colocá-los sobre a última camada de molho e levar a travessa ao forno um pouco antes de servir.

Sal com AlhoQuer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimí-lo.