Cordeiro indiano com damascos

Standard

Esta receita tem por base um prato da legítima culinária indiana. Foi feita com temperos importados* porém usados em menor quantidade, ou seja, adaptada ao paladar brasileiro porque a comida indiana é muito picante. Depois de uma viagem de quase um mês pela Índia, minha filha nos ofereceu um delicioso jantar típico na casa dela com a mesa decorada com peças trazidas da Índia. O prato principal foi esse cordeiro.

Cordeiro indiano com damascos

Ingredientes para 4 pessoas: 500 gr. de pernil de cordeiro sem osso cortado em cubos, 100 gr. de damasco seco, 1 colher de sopa de vinagre de maçã, 2 colheres de sopa de azeite, 2 cebolas picadas miúdo, 1 dente de alho amassado, 10 gr. de gengibre picado em lascas finas, 1 pedaço de canela em pau, 6 cardamomos, 3 tomates maduros picados, 1/2 litro de caldo de carne e 1 colher de café de açúcar.

Temperos: 1 1/2 colher de café de pimenta malagueta em pó (ou 4 pimentas inteiras), 1/2 colher de café de cominho em pó, 3/4 de colher de café de garam masala, 1/4 de colher de café de pimenta-do-reino, sal a gosto.

Coloque os damascos e o vinagre de maçã em uma vasilha e deixe marinar por 3 horas.

Aqueça uma colher de azeite em uma panela e sele (passe de um e outro lado até perderem a cor vermelha e adquirirem um tom bronzeado) os cubos de carne. Reserve-os em uma tigela.

Aqueça o caldo feito com o osso e as aparas do pernil ( veja aqui como fazer um caldo de carne básico).

Deite mais azeite na panela e doure as cebolas no fogo baixo. Quando estiverem translúcidas e macias junte o alho e o gengibre picados. Misture tudo, deixando cozinhar por 3 minutos. Acrescente a canela, os cardamomos e os tomates. Refogue por mais 10 minutos e então acrescente os cubos de cordeiro, a pimenta-malagueta, o cominho, o garam masala e a pimenta-do-reino. Acerte o sal e cubra os ingredientes com o caldo de carne quente.

Tampe a panela e cozinhe em fogo baixo por, ao menos, 40 minutos ou até verificar que a carne está bem macia. Neste ponto, adicione os damascos marinados e o açúcar.

Cozinhe tudo junto por mais 5 minutos e sirva quente.

* com exceção do cardamomo e do garam marsala, os demais temperos são fáceis de se encontrar no Brasil.

Paleta de cordeiro ao forno

Standard

Preparar uma paleta de cordeiro ao forno é uma garantia de sucesso, pois a carne ficará macia e suculenta. Tem outras vantagens: não enfumaça a cozinha, você não fica cheirando a cordeiro e pode deixar pronto antes dos seus convidados chegarem. Assim pode ficar tranquilamente batendo papo com eles.

Tem um detalhe fundamental: deixar a carne marinando com antecedência.

Na foto, o cordeiro vem acompanhado de arroz com grão-de-bico, nossa próxima receita.

Paleta de cordeiro

Marinada

Ingredientes para uma paleta: 2 xícaras de vinho tinto, 1 cebola grande ralada, 1 colher de chá bem cheia de sal com alho bem triturado, ervas frescas. No caso, colhi da minha horta: salsinha, cebolinha, manjericão e hortelã, e ainda acrescentei tomilho desidratado e herbes de Provence. Pimenta do reino moída na hora à gosto.

Misture tudo e regue os dois lados da paleta. Coloque-a dentro de um saco de plástico junto com a marinada e deixe por 24 horas na geladeira. Vá virando de lado para pegar tempero uniformemente.

Pré-aqueça o forno a 280 graus. Escorra a marinada e limpe o excesso de ervas, pois se ficarem aderidas à carne ficarão pretas ao assar. Unte um tabuleiro com banha de porco ou óleo e coloque a paleta.

Abaixe a temperatura do forno para 250 graus, coloque a paleta para assar e vigie até que fique corada.

Retire do forno, vire para ver se corou igual dos dois lados. Abaixe a temperatura para 200 graus, cubra bem a carne com papel alumínio e volte ao forno. O total do cozimento deve dar em torno de 1h 30’.

Retire e verifique com um garfo se a carne está macia. Estando pronta, retire do forno e deixe-a embrulhada em papel alumínio, enrolada em pano de prato, até a hora de servir.

Se for servir muito tempo depois (e já estiver fria), volte ao forno a 150 graus ainda embrulhada no papel alumínio.

Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimi-lo.

Costelinhas de cordeiro ao molho de mostarda

Standard

Hoje pela manhã, na rádio CBN, o Sardenberg perguntou ao Rusty Marcellini, em seu programa sobre gastronomia, qual era a sua maneira predileta de comer um cordeiro. Rusty respondeu com um fato curioso que, apesar de conhecido pela maioria, ainda confunde muita gente. A carne de cordeiro é a carne avermelhada e macia do bicho jovem que vem a ser o filhote do carneiro com a ovelha. No Rio Grande do Sul, terra onde há tradição de se comer churrasco de cordeiro, nos bons restaurantes servem o cordeiro mamão, que é o animal novinho, que foi abatido antes de ser desmamado e por isto tem a carne bem macia. Não é pra confundir com carne de cabrito, que é o filho do bode com a cabra. Como o cabrito é normalmente criado em solo montanhoso, sua carne é mais escura e mais dura – e o sabor é bem diferente da carne do cordeiro. Quanto ao preparo, Rusty explicou que quando tem tempo gosta de preparar pernil ou paleta, que podem ser ao forno ou cozidos na panela – os dois preparos levam tempo e são mais indicados para um jantar, acompanhados de um vinho encorpado. Quando tem pressa, no almoço por exemplo, Rusty prefere preparar uma costelinha ou o lombo do cordeiro, que são as partes mais macias. Pede um vinho leve.

Assim, procurei na minha reserva de receitas não publicadas e achei um preparo de costelinha de cordeiro muito rápido e fácil de fazer. Esta receita ainda foi feita em Bruxelas, quando minha filha lá morava.

Costelinhas de cordeiro ao molho de mostarda

Compre as costelinhas já cortadas como mostra a foto. Tempere-as com molho de mostarda ( se quiser fazer em casa veja a receita aqui), sal e pimenta do reino. Deixe por 15 minutos.

Esquente um fio de óleo ou azeite em uma frigideira antiaderente. Doure as costelinhas de um lado. Quando notar que começam a sair umas gotículas de sangue, vire  e deixe corar do outro lado. Retire do fogo e sirva imediatamente. Veja na última foto o ponto da carne: deve ficar bem vermelha por dentro, mal passada.

Como acompanhamento sugerimos nhoque de mandioquinha salteado ao molho de tomate com manjericão fresco. Para colorir o prato, enfeite-o com vagens bem verdinhas.

Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimi-lo.

 

 

Cordeiro ao molho de vinho Tannat

Standard

Minha filha mais velha adora cozinhar carnes e degustar vinhos. Casou com o marido perfeito, pois é um gaúcho que tem gosto pela boa mesa e sempre elogia suas experiências culinárias, além de saber como ninguém escolher o vinho certo para acompanhar cada prato. Sempre digo para minhas amigas e alunas de culinária: o incentivo do marido é sempre a mola propulsora de uma futura grande cozinheira, mesmo que de vez em quando ela erre alguma coisa…Paciência, maridos! Elogiem sempre e serão recompensados. Aliás, o melhor é sempre estarem os dois na cozinha juntos, exercitando a fundamental cumplicidade do casamento! A receita abaixo foi feita e escrita por ela, que com pouco tempo de casada já se tornou uma excelente cozinheira.

Cordeiro ao molho de vinho Tannat

Compre a carne e as ervas frescas de véspera: 2 peças de stinco de cordeiro, 1/2 maço de hortelã e 4 ramos de alecrim. Confira se tem em casa os demais ingredientes 2 folhas de louro desidratadas, 6 cravos (ou meia colher de chá de cravo em pó),1 xícara de café de vinho branco, 1 colher de sopa de manteiga, 4 colheres de azeite de oliva extravirgem, 2 xícaras de chá de vinho da uva tipo Tannat, 4 xícaras de caldo de carne caseiro (de preferência de cordeiro)*, sal e pimenta do reino a gosto. 

Confesso que não é sempre que encontro o Stinco preparado para a venda e então peço ao açougueiro para cortar a parte inferior do pernil de cordeiro. Ele não vai querer ficar com o restante com medo de não conseguir vender, mas é fácil convencê-lo se ficar com a parte restante também. Eu sempre faço isso e a deixo no freezer para uma próxima receita. Uma boa ideia é destrinchar essa parte, guardar a carne e usar o osso para fazer o caldo. Você pode usá-lo nessa receita.

Para fazer o caldo de carne coloque na pressão por 30 minutos: aproveitamento de carne com osso e gordura mais cenoura, aipo, cebola e alho. Depois coe.

Caso prefira, esse prato pode ser feito com a carne do pernil de cordeiro cortada em pedaços médios (calcule 600 gramas, sem o osso).

Agora vamos ao preparo. Passo 1: comece de véspera com a marinada da carne. Coloque num saco plástico grande e firme (ou numa travessa se tiver tempo para virar a carne de tempos em tempos): 1 cebola picada em pedaços grandes, a hortelã e a carne. Moa a pimenta do reino preta por cima e regue com o vinho branco. Feche o saco e deixe que toda a carne tenha contato com o líquido. Leve à geladeira por, no mínimo, 8 horas.

Passo 2: retire a marinada da geladeira e deixe que fique em temperatura ambiente. Abra o saco e adicione o sal suficiente para ser esfregado em toda a carne ( calcule o sal tendo por base uma colher de sobremesa por quilo). Pique a cebola em pedaços miúdos e aqueça o caldo de carne.

Passo 3: depois de 30 minutos da carne pegando sal, derrame azeite em uma panela já aquecida e sele a carne, dourando-a bem de todos os lados. Retire e reserve. Para fazer o molho: na mesma panela, acrescente a manteiga e doure a cebola picadinha. Quando começar a grudar no fundo, acrescente o caldo de carne quente e espere incorporar. Verta o vinho tinto aos poucos, esperando evaporar o álcool. Junte o cravo e as folhas de louro ao molho e volte com a carne. Posicione os ramos de alecrim de forma a ficarem submersos e em contato com a carne. Verifique se o caldo está quase cobrindo a carne, se não, junte água fervente. Reduza o fogo e espere a carne ficar macia. Teste com um garfo. Confira sempre o molho: se começar a secar, acrescente água quente pelas beiradas. O cozimento deve levar, no mínimo, duas horas. Quanto mais tempo, mais macia a carne, não se apresse.

Antes de servir, retire a carne da panela e engrosse o caldo, se necessário, com maisena pré- diluída em água).

Neste jantar (veja foto principal) servi a carne com um nhoque feito à parte e depois incorporado ao molho. Outras opções é servi-lo com um cuscuz de legumes ou então acompanhado de uma boa massa.

Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimi-lo.

Picanha de cordeiro na brasa

Standard

Até há pouco tempo só casas especializadas – açougues e supermercados tipo gourmet – vendiam carne de cordeiro. Agora, pelo menos aqui na minha cidade – Belo Horizonte-, alguns supermercados, tipo Carrefour Extra, já começam a comercializá-la a um preço bastante razoável. Aproveitando disso, passamos a introduzir o cordeiro nas nossas refeições de fim de semana ou nos jantarzinhos de sexta-feira à noite, deixando de ser um prato para ocasiões especiais. Assim , vamos aumentar a quantidade de receitas com esta carne deliciosa aqui no blog, começando de uma bem fácil para quem ainda não tem o costume de comer carne de cordeiro e pensa que é difícil prepará-la.

Picanha de cordeiro feita na churrasqueira

A picanha que comprei já veio temperada, mas se for temperá-la considere a seguinte mistura para 300 gr.de carne: 1 colher de café de sal, 1/2 dente de alho (opcional), 1 colher de café de cebola ralada, a mesma quantidade de ervas secas ou salsinha e cebolinha picadinhas, 1 pitada de pimenta do reino e 1 colher de chá de vinho ou vinagre de vinho tinto. Obs: os gaúchos temperam só com sal e na hora de colocar sobre a brasa. Passe a mistura de tempero na peça de carne e coloque-a dentro de um saco plástico, deixando na geladeira por algumas horas. Tire da geladeira uma hora antes da cocção e retire o excesso de ervas, de alho e cebola( queimam na brasa).

Acenda a churrasqueira (se for à gás) ou prepare o carvão certificando se o calor está alto. Coloque sobre a grelha a peça de carne. Quando notar que começam a brotar gotículas de sangue na parte superior da carne, vire-a. Deixe corar a  parte de baixo e está pronta!

Sirva imediatamente acompanhada de uma ou mais destas opções: salada, cebolas e batatas assadas, farofa, banana assada na grelha, purê de banana-da-terra, arroz com brócolis, etc.

Batatas e cebolas assadas

Escolha batatinhas bolinha e cebolas baby. Se não tiver, corte as maiores em quatro. Lave as batatinhas e deixe-as com a casca. Cozinhe as batatas na pressão por 10 minutos (bolinha) ou 20 minutos (batatas grandes). Enquanto isto, despele as cebolas e corte-as ao meio ou em quatro, dependendo do tamanho. Reserve.

Coloque as batatas semi-cozidas e as cebolas cruas em uma assadeira, regue com azeite, salpique sal grosso e ervas secas ( tipo ervas finas ou de Provence). Leve ao forno a 180 graus até verificar que estão completamente cozidas, macias e coradas.

Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimi-lo.

 

 

 

Stinco de cordeiro

Standard

Esta receita é inspirada nas cozinhas turca e grega, que têm muita coisa em comum. Foi em uma viagem a esses países que comi um prato como este e desde então não sosseguei até fazê-lo eu mesma*. Valeu a pena, pois ficou delicioso!

O ‘stinco’ de cordeiro é o corte da panturrilha deste animal – a ponta da paleta (pata dianteira). Dica: para dar um efeito bonito ao prato, peça ao  açougueiro para cortar de forma a deixar o osso como pode ser visto na foto.

Obs: Como nesta receita a carne fica por muito tempo cozinhando no molho – a fim de tornar-se macia e suculenta – não achei necessário mariná-la de véspera. Porém, se quiser fazê-lo, junte à carne crua legumes picados, ervas e vinho e deixe-a por 12 horas na geladeira, bem fechada dentro de um saco plástico.

Veja os ingredientes para servir bem 2 pessoas: 2 peças de ponta de paleta de cordeiro,1/2 cenoura, 1/2 talo de salsão,1/2 cebola, alecrim e tomilho à gosto, 200 ml de vinho tinto seco e 1 lata de tomate sem pele.

Tempere as peças de carne com sal e pimenta do reino moída na hora. Aqueça uma panela funda e grossa (se for de ferro, tanto melhor) com um fio de azeite, sele a carne de todos os lados. Reserve.

Diminua o fogo e aproveite a borra que se formou na panela para refogar os legumes já picados, acrescentando mais azeite, as ervas e o vinho (para quem optou pela marinada, aproveite o caldo do tempero). Espere que o álcool evapore e junte os tomares e mais o molho da lata de tomate sem pele já coado (para retirar as sementes). Misture tudo. Volte com as peças de carne para a mesma panela, cobrindo-as com o molho. Tampe e deixe no fogo baixo por 3hs. Se a panela for de ferro pode cozinhar no forno a 160 graus. Não se esqueça de colocar um papel alumínio na panela, abaixo da tampa).

Verifique o cozimento de vez em quando e, se preciso, pingue água quente pelas beiradas.

Sirva o stinco de cordeiro acompanhado de polenta ou risoni (chamado na Grécia de Kritharáki) como mostra a foto principal.

  • Nota: esta receita foi preparada pela blogueira filha casada.

Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimi-lo.

Frómista – Lechazo ou cordeiro de leite assado

Standard

Hoje iniciamos o primeiro trecho de nossa peregrinação pelo Caminho de Santiago. Na verdade, confesso, não me sinto uma peregrina, sou apenas uma caminhante, apesar de carregar comigo o cajado e a concha -os símbolos do Caminho – e de seguir, com bastante disposição e coragem, as setas amarelas que nos conduzirão ao destino final.

Seguindo pelo “Caminho francês”, de Burgos a Frómista são ao todo 85 km. Destes, percorremos a pé, durante a manhã, o trecho final entre Boadilla del Camino e Frómista, margeando o Canal de Castilla. A caminhada é muito agradável. O terreno é plano, a ampla vista dos verdejantes campos agrícolas contrastando com o descampado do céu profundamente azul é belíssima. A proximidade da água torna parte do caminho fresco e sombreado. Respira-se ar puro, um suave aroma de mato purifica nossos pulmões e o incessante e festeiro chilreio dos pássaros enche nossa alma de alegria.

Após duas horas de caminhada paramos para apreciar a vista, beber água límpida de poço e saborear deliciosas maçãs colhidas no pé – achei incrível! Mais adiante, outra parada para nos refrescarmos sob as frondosas árvores que cercam o dique e reunir coragem para avançar colina acima até Frómista, pensando na recompensa do delicioso almoço a nos aguardar!

Frómista é pequena e muito simpática.  Tem um casario antigo pintado em cores ocres, uma bela igreja românica – a igreja de San Martin, que neste estilo é a mais original e bem conservada de toda a Espanha – e outras construções milenares, erguidas sobre ruínas dos tempos dos romanos. Se gostar de um lugarzinho bem pacato, vá morar lá, é perfeito!

No restaurante Villa de Frómista nos aguardavam surpresas maravilhosas. Para começar, um bom vinho branco refrescante servido com morcilla ( embutido de carne, gordura e sangue de porco, de cor bem escura) . Como primeiro prato, salada e langostinos ( camarões gigantes) grelhados na brasa e servido ao ajo & aceite (alho e azeite de oliva)

O prato típico da região é o lechazo, o cordeirinho de leite ( ainda não desmamado ao ser abatido) assado no forno a lenha, como aqueles de tijolos em formato de semicírculo que se usa para assar pizza.  A carne é muito macia e saborosa. Batatas fritas são o acompanhamento tradicional. Com estas há de se tomar cuidado pois, crocantes por fora e derretendo na boca ao serem mordidas, dá vontade de nunca parar de comê-las. De sobremesa, arroz com leche ( igual ao nosso arroz doce mineiro) e flan de huevos ( pudim de leite com ovos). Comemos bastante, sem arrependimento – afinal havíamos gasto muitas calorias com a caminhada da manhã!

 

 

Costeleta de cordeiro grelhada ao molho de vinho

Standard

O costume de se comer carne de cordeiro começa a se popularizar no Brasil, por influência de nossos vizinhos do Sul – Argentina e Uruguai – como também dos gaúchos, que sabem apreciar uma boa carne. Em Minas Gerais, como há poucos criadores, a carne é considerada artigo de luxo, pois o preço é bem superior ao da carne de boi. Quem de vocês leitores tem fazenda? Anima aí, gente! Aposto que criar cordeiro deve ser um ótimo negócio. De nossa parte, contribuiremos com as receitas!

Aqui na Europa, acentuadamente em países como a Bélgica, onde faz frio boa parte do ano e o território é exíguo para a criação de gado, a criação de cordeiro (e também a importação da carne) é bastante comum. Aproveitei as belas costeletas que compramos na feira do Midi, em Bruxelas, para preparar um prato rápido e saborosíssimo!

Costeletas de cordeiro ao molho de vinho e marmelos

Considere de 2 a 3 costeletas por pessoa, dependendo do tamanho. Para o tempero: sal e pimenta do reino. Para o molho: o suco do cordeiro, um pouquinho do vinho que você abriu para acompanhar o prato e uma fatia de uma boa marmelada.

Passe as costeletas rapidamente na água fervente só para limpá-las. Seque-as e tempere apenas com sal e pimenta do reino, passando-os diretamente na carne. Deixe por 15 minutos. Aqueça água à parte.

Deite uma colher de sopa de azeite em uma frigideira antiaderente e deixe que fique bem quente.  Espalhe o azeite. Grelhe as costeletas (não coloque mais de 2 ou 3 de cada vez!) desta forma: ponha as costeletas encostadas no fundo da frigideira e deixe-as fritando até começar a sair gotículas de sangue do lado de cima. Verifique se o lado de baixo já está corado e vire-as. Deixe corar desse lado. Conserve todo o suco da carne na frigideira, retire as costeletas e coloque-as numa travessa refratária e guarde-as dentro do forno ( desligado) só para não esfriarem enquanto você prepara o molho. Se for fazer mais de 3 costeletas, assim que terminar de grelhar, vire e reserve o suco da carne em um recipiente. Passe um papel absorvente na frigideira e recomece novamente o mesmo processo até que todas as costeletas estejam grelhadas. Enquanto isto, vá guardando-as no forno.

Aqueça o suco da carne e raspe o fundo da frigideira (onde grelhou a carne) com uma colher de pau até obter um caldo ralo e homogêneo. Abaixe o fogo. Despeje cerca de 1/2 de xícara de café de vinho para cada 2 a 3 costeletas que fritou (nunca deve passar da metade da quantidade do caldo – veja a foto). Misture e deixe que o álcool evapore. Junte uma fatia – equivalente a uma colher de sopa cheia – de marmelada já amassada e mexa até que dissolva completamente. Prove o sal e a pimenta.

Volte com as costeletas para a frigideira e regue-as com o molho quente. Pronto! Sirva imediatamente.

Como acompanhamento – uma vez que estamos na Bélgica – cozinhamos no vapor algumas couves de bruxelas e preparamos chips de batata doce. Sim, aqui tem uma batata doce laranja-rosada deliciosa!

Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimi-lo.

Aguarde, em breve ensinaremos o passo-a-passo de como fazer chips no micro-ondas!

 

O cordeiro de Bruxelas

Standard

Diretamente de Bruxelas, a nova filial do nosso blog Sal & Alho.

Esta linda cidade, tradicional entreposto de comércio de alimentos desde a Idade Média, continua mundialmente famosa pelos chamados Mercados de Domingo, atraindo aos belgas pelos ótimos preços. Acontecem várias feiras ao mesmo tempo e a maior delas é na região da estação ‘Gare du Midi’, ao sul da cidade, no bairro de Saint-Gilles – de onde partem e chegam os trens com ligação internacional. A oferta variada e multi-cultural, com indiscutível predominância árabe, atrai também gente do mundo inteiro. Falam-se ali todas as línguas: francês, holandês, árabe, italiano, espanhol e até português – uma verdadeira torre de Babel! Morando na cidade desde fevereiro, tenho me divertido indo à feira aos domingos para comprar as frutas e legumes habituais da semana, além de castanhas, queijos e peixes. Normalmente, logo encho as mãos de sacolas, ficando sem condição de tirar fotos. Porém, prometo: qualquer dia vou mostrar a feira pra vocês aqui no blog.

Um dia desses, a feira já estava terminando e eu, atrasada, tentava conseguir aproveitar o que ainda estava à venda.  Deparei-me com uma barraquinha de carnes com promissoras costeletas de cordeiro. Inspirada, pedi ao vendedor algumas costeletas, já cortadas e sem osso. Para acompanhar, escolhi as tradicionais couves-de-bruxelas e batatas. Chegando em casa, tratei de preparar esta receita, de modo bem simples, chamando-a de…

O cordeiro de Bruxelas 

Para 2 pessoas você vai precisar de: 4 costeletas de cordeiro, 2 batatas médias, 10 couves-de-bruxelas, 2 colheres de sopa de pesto de manjericão, 1/2 xícara de vinho tinto, sal, alecrim e pimenta do reino.

Cerca de uma hora e meia antes da refeição, prepare um temperinho com  vinho, sal, alecrim e pimenta do reino.  Mergulhe as costeletas dentro, molhando-as bem dos dois lados. Cubra-as e deixe-as no tempero por meia hora. Enquanto isso, prepare o pesto cortando as folhinhas de manjericão e macerando-as no azeite. Cozinhe as batatas até estarem ainda um pouco duras, mas no ponto certo de cortar. (Obs.: curiosamente, as batatas daqui tem mais água e por isso já podem ser cortadas cruas, sem cozinhar). Descasque-as e corte-as em fatias bem finas, de 3 a 5 mm.

Corte 4 pedaços de papel alumínio de aproximadamente 20 x 20 cm e coloque-os sobre a bancada, com o lado brilhante para cima. Tire a carne do tempero (reservando-o para usar depois). Deite um fio de azeite em uma frigideira e deixe esquentar bem. Passe as costeletas até que corem levemente dos dois lados. Coloque sobre cada folha de laminado as peças de carne e, por cima de cada uma, uma colher cheia do pesto – ou até cobri-la totalmente. Feche os pacotes, deixando, perto da pontinha do osso,  um pouco de espaço para o ar circular.  Feche bem na parte da carne coberta com o pesto, para não deixá-lo escapar. Coloque os embrulhos no forno, já pré-aquecido a 180 graus.

Enquanto isso, na mesma frigideira que selou a carne, disponha as fatias de batata. Se precisar, acrescente mais azeite ou manteiga. Deixe até corarem e vire-as. Em outra panela, pequena e funda, coloque as couves-de-bruxelas na água, a conta de cobri-las. Assim que a água ferver, desligue o fogo e tampe a panela, até verificar que as bolinhas ficaram macias. Atenção: essas mini-couves são de sabor forte mas delicado, se cozinharem demais ficam com  cheiro e sabor ruim.

Depois de meia hora de forno, retire os pacotes e abra um pouquinho do espaço deixado na parte do osso, derrame o tempero de vinho que guardou sobre a carne e volte para o forno, ainda embrulhada. Isso impedirá que a carne fique seca. Depois de mais 15 a 20 minutos, estará pronta e macia.

Antes de servir, passe as couves-de-bruxelas na mesma frigideira das batatas para aquecê-las e tempere-as com azeite, sal e ervas.

Para montar o prato individual: disponha as batatas formando uma camada, equilibre as couves-de-bruxelas por cima e, por último, ponha as 2 peças de costeleta, uma apoiada sobre a outra.

Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimi-lo.

Cordeiro marroquino no tagine

Standard

Desde que chegou do Marrocos, minha filha queria estrear a panela de barro trazida de Safi. A panela tem um prato fundo embaixo, uma tampa em formato de cone com um furo superior (para sair o vapor) e se chama tagine. Ela queria fazer uma receita de cordeiro igual à que comeu (e adorou) em um dos restaurantes que frequentou mas, apesar de lembrar-se do visual e do sabor da iguaria, não sabia como prepará-la. Pois a menina pesquisou várias receitas e até me pediu para traduzir uma do francês para o português. Analisou todas e depois de juntar uma ideia daqui e outra dali, resolveu testar à sua maneira. Novamente a família blogueira se reuniu. Não só o cordeiro ficou quase igual ao prato original como nos surpreendeu pelo delicioso sabor e aroma. Mais uma excelente receita para o nosso repertório!

Tagine de cordeiro com ameixas e tâmaras

Para 4 pessoas considere 800 gr. de pernil de cordeiro em cubos, sal, pimenta do reino, 3 colheres de sopa de azeite, 1 cebola, 2 dentes de alho amassados, 1 colher de sopa cheia de ras-el-hanout*, 2 colheres de sopa de mel, 1 pauzinho de canela, 12 ameixas e 12 tâmaras.

Para o molho, separe os ingredientes usuais de um bom caldo de carne: 1 colher de azeite, 1 cebola, 3 talos de salsão, 1 cenoura e 1 bouquet garni.

Preparo da carne: se comprar o pernil inteiro, congelado e com osso, deve pesar aproximadamente 1,5 quilos. Deixe descongelar na geladeira e retire o osso cuidadosamente: com a ponta da faca faça um corte longitudinal até encontrar o osso e a partir daí, vá cortando ao redor e abrindo a peça. Guarde o osso e as aparas da carne para o caldo. Corte a carne que retirou dos ossos em cubos e tempere-a com 1 colher de chá cheia de sal e 1 uma boa pitada de pimenta-do-reino, deixando descansar por, pelo menos, 1/2 hora.

Preparo do caldo: coloque a panela de pressão aberta no fogo e quando estiver quente, deite 1 colher de azeite e frite as aparas da carne com o osso. Quando estiverem coradinhas, frite a cebola e acrescente os talos de salsão e a cenoura. Cubra com água pré-aquecida, acrescente o buque garni e tampe a panela. Conte uns 20 minutos depois que começar a apitar para desligar o fogo. Coe o caldo, desprezando os restos. Coloque o caldo de carne coado para aquecer em um caneco.

Na tagine, ou em uma panela comum, deite 3 colheres de azeite. Deixe esquentar e frite a carne até corar, no fogo forte, sem deixar dar água (se precisar passe-a aos poucos). Retire a carne e reserve, deixando a borra com o caldo da carne na tagine.

Pique a cebola em pedacinhos e amasse os dentes de alho grosseiramente. Frite a cebola e depois o alho na borra da carne. Acrescente o mel e o ras-el-hanout e mexa bem.

Agora volte com a carne já corada para a tagine e despeje um pouco do caldo quente pelas beiradas até que a carne fique semi-coberta. Tampe e deixe cozinhar por aproximadamente 30 minutos ou até verificar que a carne está macia (na panela normal deve demorar um pouco mais, neste caso, vá pingando o caldo aos poucos).

Quando a carne estiver quase no ponto, coloque as ameixas e tâmaras (sem os caroços) de modo que fiquem entremeadas com a carne. Acrescente mais caldo quente pelas beiradas se necessário. Coloque também o pauzinho de canela e feche novamente a tampa. Deixe que as frutas amoleçam e cozinhem junto com a carne por mais uns 10 minutos. Quando a canela começar a perfumar o ambiente é hora de tirar o pauzinho. Prove o sal e veja se é necessário acrescentar mais tempero. Está pronto!

Sirva o cordeiro acompanhado de cuscuz marroquino.

Preparo do cuscuz:

Aproveite o caldo da carne que você preparou e misture-o no preparo do cuscuz: coloque em uma panela funda 1 copo de cuscuz, 1 copo de água e 1 copo do caldo de carne. Cubra com um pano limpo e espere que absorva o líquido. Depois é só esquentar e salgar a gosto.

*Ras-el-hanout é o nome dado à uma mistura de especiarias feita no Marrocos que normalmente contém, entre outras: gengibre, cardamomo, canela, coentro, cúrcuma, páprica, cominho, noz-moscada, cravo, pimentas e sal. Se não achá-lo para comprar, tente fazer seu próprio tempero com os ingredientes que conseguir.

Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimi-lo.

Férias no México I

Standard

A tequila, os “mariachi” e os tacos são internacionalmente conhecidos como símbolos da cultura do México. O mexicano é alegre e hospitaleiro por natureza e adora festa com música, dança, comida farta e bebidas fortes. A gastronomia é rica e variada, apresentando uma culinária genuinamente diferente, baseada nos produtos locais, conforme a região do país.

Na Cidade do México estive em diversos restaurantes e aqui apresento o mais típico deles, onde participamos de uma alegre e coloridíssima festa com os românticos “mariachi” acompanhados de dançarinos em belas roupas típicas. Quem me conhece já sabe: não me fiz de rogada, ao primeiro convite pulei para o palco e dancei até o show terminar!

Restaurante Arroyo

Fundado em 1940 por Dom José Arroyo e Doña Maria Aguirre Arroyo, no mesmo endereço que hoje ocupa na Avenida Insurgentes, 500, este restaurante típico mexicano tornou-se uma autêntica lenda viva. Há mais de 70 anos a família tem cuidado pessoalmente de atender a freguesia com esmero e carinho e por lá já passou gente famosa de todo o mundo. A tradicional “barbacoa de borrego” ( para nós mineiros trata-se do conhecido torresmo) que fez a casa conhecida desde os primeiros anos, continua a ser feito à vista do visitante e servido com uma boa tequila. Senti-me em casa, como se comesse torresmo com cachaça no interior de Minas Gerais.

A comida típica do alto planalto mexicano oferece carnes de excelente qualidade, sendo mais comum as de porco, frango e cordeiro, seguida da de boi. Os molhos são à base de tomate,alho, cebola, muita (mas muita mesmo) pimenta e diversos ingredientes que são extraídos dos cactus, abundantes na região. Apresentando-me como a responsável por este já conhecido blog internacional, consegui uma atenção especial do chef do Restaurante Arroyo para me passar algumas receitas. Até ensaiei escrevê-las, mas logo desisti, pois as receitas são bastante elaboradas e tomam muito tempo para serem devidamente feitas e os ingredientes para os indispensáveis molhos são impossíveis de se encontrar fora no México. Quem quiser degustar a gastronomia mexicana tem que ir ao México – nada mal, pois amei o país. Recomendo!

“Chucho” Arroyo, o simpático e onipresente responsável pelo restaurante e neto dos fundadores, ampliou a infra-estrutura da casa que hoje conta com espaço suficiente para atender quase mil pessoas, sem perder a qualidade do atendimento e da comida. Além do excelente espetáculo de música e dança típicas, ainda há outras distrações para as famílias mexicanas e turistas: uma praça de Toros! Visite, vale a viagem!

O legítimo Ragu

Standard

O ragu tradicional, de receita italiana, é feito à base de carne cozida e legumes. Os italianos dizem que deixam a carne cozinhar por um dia inteiro. Exagero à parte, é mesmo necessário que a carne cozinhe até ficar super macia e escura. Dizem que um ragu feito bem lentamente, na panela de ferro, no fogão à lenha é de se comer de joelhos. Como ninguém aqui quer fazer penitência, vamos ao legítimo ragu italiano preparado na panela e no fogão tradicionais.

Ragu de carne à moda italiana

Para 6 pessoas considere:1,5 kg de carne sem osso, cortada em cubos (a carne deve ser mais dura, tipo alcatra ou coxão mole). A carne pode ser de boi, de cordeiro ou de porco.

Separe: 1 colher de sopa de azeite, ½ xícara de chá de bacon picadinho,1 cebola, 2 cenouras,1 colher de sobremesa de sal com alho,1/2 xícara de café de vinho tinto, 6 tomates sem semente picadinhos (ou 2 latas de pomodori pelati), 2 xícaras de chá de caldo de carne (400 ml) e um bouquet garni. 
Sal, a gosto.

Vai precisar de uma panela grande com tampa e uma colher de pau.

Frite o bacon no azeite. Assim que começar a soltar a gordura, acrescente os cubos de carne e frite-os até corar. Tire a carne da panela e reserve.

À parte, cozinhe as cenouras até começarem a amolecer.

Na mesma panela, frite bem a cebola picadinha, o sal com alho e a cenoura picadinha. Quando começar a agarrar, junte o vinho, misture e deixe evaporar. Acrescente um pouco do caldo de carne previamente aquecido e raspe o fundo com uma colher de pau para formar o primeiro caldo. Deixe reduzir e aí volte com a carne para a panela. Junte o molho de tomates (ou os tomates da lata), o caldo de carne quente e o bouquet garni. Prove o sal e tampe a panela. Deixe cozinhar no fogo baixo por, pelo menos, 2 horas. Se, ao final do cozimento, a carne não estiver desmanchando, termine de desfiá-la e misture-a novamente ao molho. Deixe em fogo baixo ainda por uns 20 minutos para que a carne desfiada fique bem incorporada ao molho.

Se fizer de véspera fica muito mais gostoso – deixe passar a noite na geladeira.

Dica: Se não tiver todo esse tempo disponível para fazer o ragu da forma tradicional, apresse o processo na panela de pressão. Comece a fritura nesta panela desde o início e após acrescentar a carne e o caldo feche a panela. Após 40 minutos, retire a pressão e veja o ponto da carne. Desfie-a e volte com a carne e o molho para a panela sem pressão para terminar o cozimento (sem a tampa) por mais uns 30 minutos.

Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimí-lo.

Safari no Tala Reserve

Standard

Durban é uma bela cidade turística da África do Sul, com um movimentado porto e quilômetros de excelentes praias à beira do Oceano Índico. Tendo ótima estrutura viária, hoteleira, esportiva e de lazer, o ano inteiro sedia eventos de todo tipo. É vizinha ao Vale das Mil Montanhas e do território PheZulu, onde tivemos um contato próximo com os zulus, suas tradições e artesanato. Ao lado de Durban ficam algumas das conhecidas reservas que fazem parte dos Parques Nacionais, onde tivemos oportunidade de ver, no seu habitat natural – e de bem pertinho – leões, hipopótamos, rinocerontes, zebras, girafas, impalas, búfalos, avestruzes, macacos, crocodilos e muitos outros.

Escolhemos visitar o Tala Private Game Reserve, a menos de 45 minutos do centro de Durban. Além da facilidade para se ver os animais à solta em uma imensa área de natureza preservada, o restaurante e os chalés para hospedagem são de um bom gosto arquitetônico e decorativo de impressionar pelo perfeito entrosamento com a natureza e o belíssimo trabalho artesanal.

Antes de sairmos numa 4×4 com um bem informado e simpático guia, encomendamos o nosso almoço. Às três da tarde, uma deliciosa refeição nos aguardava. Veja o que comemos:

Costeleta de cordeiro com fritas

As costeletas de cordeiro servidas na África do Sul tem bem mais carne e menos gordura do que as que se comem no nosso país. No prato que escolhi (ver foto no topo da página) a costeleta veio envolvida em um suculento molho barbecue de sabor apimentado, com tudo o que se come na África. Comi com as mãos, como a muito tempo não fazia. Uma experiência deliciosa!

Cordeiro cozido com molho barbecue, menta e beterraba

Difícil interpretar o molho que veio sobre os cubos de cordeiro cozido pois os temperos que usam na típica culinária sul-africana são bem diferentes dos nossos. Parece-me ter sido feito da seguinte maneira: aproveitou-se a borra do cozimento da carne para fritar a cebola roxa cortada em fatias finas. Juntou-se açúcar mascavo para caramelizá-la. Um molho barbecue básico foi acrescentado e finalizou-se com folhas de menta fresca picadas bem miudinho. Na decoração do prato usaram rodelas de pepino em conserva.

Capetown 3 – Karibu South Africa Dining

Standard

Para quem mora em Belo Horizonte como nós, uma cidade mundialmente famosa pela quantidade de bares e restaurantes – mais de 16 mil estabelecimentos para 2,4 milhões de habitantes – estranha que aqui na África do Sul não existam bares ( como os nossos) e os restaurantes se acham restritos à área turística. Isto se deve ao fato dos nativos não terem o hábito de se alimentarem fora de casa. Tanto que só se vê nos restaurantes turistas e um ou outro grupo de executivos recebendo convidados estrangeiros.

Em Capetown, os restaurantes estão concentrados na área do antigo cais do porto, onde um cartaz de propaganda no Victoria & Albert Waterfront anuncia uma ampla área de alimentação onde se pode escolher o que comer entre 80 diferentes tipos de comida, que vai de fast-food a restaurantes de luxo apresentando a gastronomia de dezenas de países. Depois de percorrer mais de trinta restaurantes lendo os cardápios expostos na porta, escolhemos o que avaliamos ser o melhor – o Karibu South Africa Dining – tanto pela luxuosa decoração como pelo fluxo de pessoas – era o único praticamente lotado enquanto muitos outros estavam às moscas. Tomamos assento e logo chegou um coral de vozes masculinas que nos ofereceu um belo espetáculo. Passamos a analisar o cardápio. O restaurante oferece uma boa variedade de pratos típicos da África do Sul, como caças, cordeiro e frutos do mar. Escolhemos cordeiro da região de Karoo, especialidade da casa, em duas variações recomendadas.

Costeleta de cordeiro ao molho Karibu com batata salteada

IMG_4474

O famoso molho da casa do qual guardam segredo é um molho tipo barbecue, denso e temperado, feito na base de tomate com gosto de ketchup e, ao que me pareceu, temperado com ervas aromáticas, como hortelã e alecrim e um tanto caramelado. Vamos tentar reproduzi-lo em casa, quem sabe chegamos perto?

A costeleta, assada provavelmente por muitas horas, pois estava tenra, veio envolta no molho Karibu. Achei uma boa ideia servir a batata junto e ao mesmo tempo, à parte, pois caso contrário ficaria suja com o molho. A batata, cujo preparo chamam de wedge é impossível de ser reproduzida em casa, pois precisa de equipamento de uso industrial. Faça-a como a batata salteada que já publicamos, porém sem cheiro verde. Para arrematar, uma grossa fatia de tomate grelhado e um maço de salsa laçada com talos de cebolinha. Bela apresentação. Sabor? Delicioso!

Cordeiro ao molho secreto com arroz de açafrão

IMG_4475

Neste prato de cubos de cordeiro assado o grande lance é também o molho. No cardápio só diz que trata-se de um molho secreto que vem sendo preparado a gerações. Impossível de descobrir-se o que leva, quando muito, percebemos que o sabor a destacar-se é o do tamarindo e da pimenta zimbro. Simplesmente divino! O arroz deve ter sido preparado colocando-se um pouco de açafrão, curry e cominho na água do cozimento e finalizado com passas. Acompanhamento perfeito para cordeiro e carnes adocicadas.

V&A Crème Brûlée ( veja foto de destaque no topo da página)

De comer de joelhos! O creme veio com uma crosta de morangos e berries caramelizada. Ao lado, um copinho com Amarula, o famoso licor sul-africano. Aí quebra-se a crosta e vai-se derramando o licor aos pouquinhos. Hum… se um dia eu me tornar chef de verdade esta sobremesa será o meu cartão de visitas!

Jantar sofisticado com ingredientes simples

Standard

De repente você convidou amigos para um jantarzinho em sua casa. Vem muita gente e você quer gastar pouco. Ideias, please! Temos várias aqui no blog mas escolhemos esta pois além de tudo pode ser preparada  com antecedência.

Trata-se de juntar polenta, que você compra pronta e só mistura água e sal e de mais alguma carne desfiada com um bom molho. A escolhida da vez foi a receita de Coq au vin, já publicada. Outras que ficam divinas: polenta com cordeiro, que também já demos a receita ou pato ( receita sairá publicada em 13/03)

Polenta com frango desfiado ao vinho

Para a polenta: pela qualidade da farinha de milho optamos por comprar um preparado para Polenta bergamasca (italiana, da Nicoli). Rende bastante. Aqui vai uma tradução resumida de como fazê-la:

Calcule 50 gr. por pessoa. Para cada 100 gr. da farinha são 400 ml de água, ou seja, 2 xícaras de chá. Coloque a água em uma panela grande, acrescente sal ( prove) e quando estiver morna, despeje a farinha. Cozinhe por 30 a 40 minutos, mexendo sempre, devagar, na mesma direção.  O ponto é quando a polenta começa a desgrudar da lateral da panela. Se for fazer de véspera, interrompa o cozimento 10 minutos antes, guarde na geladeira e deixe para terminar na hora de servir. Gosto de temperá-la com pimenta do reino, louro em pó e um pouquinho de tomilho.

Para a cobertura: faça as coxas de frango como na receita do Coq au vin. Calcule 1 coxa inteira (coxa e contra-coxa) por pessoa. Deixe cozinhar bastante, até ver que a carne já está soltando dos ossos. Retire da panela, deixe esfriar. Com dois garfos, separe a carne dos ossos, pele e cartilagens. Reserve a carne desfiada em lascas grandes e volte com o restante (ossos,etc) para a panela. Acrescente água quente e um pouco de molho de tomate e deixe ferver até que forme um caldo grosso. Prove e acrescente tempero, como sal e pimenta do reino, se precisar. Coe este caldo e junte ao frango desfiado. Está pronto para servir ou guardar para o dia seguinte.

Montagem:  o serviço é empratado, ou seja, os pratos são servidos já prontos, como é chic para um jantar bistrô ou gourmet.

Coloque a polenta no meio do prato – cerca de 2 conchas  grandes por pessoa. Espalhe formando um círculo de 15 cm de diâmetro e 1,5 cm de altura. Pode usar um destes potinhos de plástico descartáveis de supermercado para facilitar. Limpe o que ficou fora do círculo com a ponta de um guardanapo de papel.

Se quiser que a polenta fique firme, em forma de círculo (como na foto acima) , coloque na geladeira, ainda com a forma redonda por cerca de 30 minutos. Antes de servir, leve ao forno.

Disponha o frango desfiado, bem quente, por cima da polenta. Enfeite com um raminho de salsa e uma flor, de preferência, comestível. Sirva imediatamente.

Quer sofisticar mais?

Outra excelente opção, de paladar mais forte, é fazer um pernil de cordeiro e deixar que cozinhe até a carne ficar bem macia.  Reduza o caldo que ficou na panela até que fique consistente. Prove o tempero. Desfie a carne e junte-a com o caldo coado.

Aguarde a receita de como fazer um pato (dia 13/03) e proceda do mesmo modo da sugestão acima. Fica diferente e  deliciosa!

Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimí-lo.

Pernil de cordeiro assado

Standard

Ontem estávamos preparando o pernil desde a véspera. Já era hora de  estar  cozido e bem coradinho. Assim que abri o forno, um delicioso aroma se espalhou pelo ar. A campainha tocou. Tocou de novo. Estranho… ouvi um tilintar de sinos. Fui abrir a porta. Quase morri de susto ao ver um Papai Noel gorducho que abriu um largo sorriso e os braços para me abraçar. Juro que nunca sonhei que um dia veria um Papai Noel de verdade. O velhinho, em um português com sotaque nórdico, então disse:

– Minha senhora, ainda não é Natal mas estava aqui do lado, na Praça do Papa, vendo a linda casa que fizeram para mim. Senti um cheirinho delicioso de algo saindo do forno e vim saber o que é.

– Assamos um pernil de cordeiro para o Natal, ainda não é o dia da ceia, mas tivemos que fazer antes para passar a receita para nossos amigos.

Resultado: Papai Noel devorou o pernil e levou o osso para as renas.

Tive que correr para fazer outro e aí está!

Pernil de cordeiro assado

Escolha um pernil entre 1,7 e 2 kg e peça ao açougueiro para cortar a ponta do osso, de modo que caiba em uma panela de pressão grande.

Separe o tempero: 1 colher de sobremesa de sal, ½ colher de sobremesa de alho triturado, ½ cebola triturada, 4 folhas de louro picadinhas, folhinhas de hortelã, 1 colher de sopa de molho inglês, ½ copo de vinho tinto. Misture com 2 xícaras de água. Coloque o pernil inteiro dentro de um saco grande de plástico grosso e entorne o tempero. Feche o saco e coloque na geladeira por 24 horas. Na metade deste tempo, vire o saco do lado contrário.

 

No dia seguinte, passado este tempo, separe: 1 cebola, 1 talo de alho poró, 1 cenoura, 1 cabeça inteira de alho, ½ copo de vinho, um raminho de salsinha, cebolinha e hortelã amarrado com barbante, 1 colher de sopa de sal  e uma colher de café cheia de pimenta do reino em grão. Coloque o pernil escorrido do tempero na panela de pressão e todos estes ingredientes, complete o nível da água até ¾ da panela e coloque no fogo forte. Depois que a panela começar a apitar, conte 40 minutos e desligue.

Pré-aqueça o forno a 280 graus. Tire o pernil da panela sem o caldo. Unte uma assadeira grande com óleo e coloque o pernil no meio. Asse por aproximadamente 1:30 h, regando a cada meia hora com o caldo que ficou na panela. No meio do tempo, vire a carne. Se começar a querer dar crosta por cima, cubra com papel alumínio. Quando espetar um garfo e verificar que a carne está macia, pode retirar do forno.

Se quiser fatiar, faça-o com o pernil morno e uma boa faca elétrica. Corte contornando o osso. Se ainda não tem uma faca elétrica em casa, ainda está em tempo de pedir para o bom velhinho.

Sirva com uma boa geleia de pimentas.

Quer esta receita impressa? Clique aqui.