Camarão Thai

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Sempre gostei de comida tailandesa, desde que consiga come-la, é claro, pois às vezes a quantidade de pimenta é de tal ordem que fico de língua de fora, bebendo litros d’água para aplacar o ardor. Falando em tempero em excesso (para nós), não só a comida mexicana e caribenha são super apimentadas como a turca, a indiana, a tailandesa, a chinesa, a coreana e as de muitas outras culturas orientais. Então é aquela história de pedir ao maître para colocar menos pimenta  na comida, mas nem sempre dá certo – tem o problema do idioma. Tenho cada história…Bem, uma vez comi um prato parecido com este que agora apresento a vocês. Felizmente o maître falava inglês e consegui saber quais eram os ingredientes. Logo que cheguei de viagem refiz a receita em casa, mas ficou diferente – acho que o cara me passou a receita errada, sempre fazem isto. Outro dia, folheando um livro de comida tailandesa, achei uma receita que acreditei ser a mesma. Dando os devidos descontos dos temperos e adaptando a receita para o nosso paladar, resultou em um prato delicioso!  Refiz para fotografar e agora passo para vocês:

Camarão Thai

Trata-se de um molho feito com camarão, leite de côco, pimentões, maçã e temperos, misturado com uma pasta de espessura bem fininha que vem enrolada em ninhos. A que usei, de origem chinesa, tem o nome de Hot Pot Noodles ( macarrão de hot pot) e é feita com farinha de trigo, água e sal. O pacote tem 320 gr. e usei-o todo para servir 6 pessoas.

É aconselhável ter uma panela wok, pois é antiaderente e seu formato e espessura permitem que a comida seja feita de forma rápida e eficiente, sem grudar no fundo. vai precisar também de outra panela para cozinhar a pasta.

Para o molho: 200 gr. de camarão VG limpo por pessoa – no caso, para esta receita que serve 6 pessoas separei 1,2 kg ( para tempera-los usei 1 colher de sobremesa cheia de sal e 1 limão. Mais: 1 xícara de café de azeite, 1 colher de café de sal, 2 dentes de alho, 1 xícara de chá de cebola picadinha, 1/2 pimentão vermelho e 1/2 amarelo, 1 colher de sobremesa de coentro picadinho e a mesma quantidade de gengibre. Se gostar de comida com tempero bem forte, pode dobrar a quantidade do coentro e do gengibre ( eu não arrisquei). Ainda: tomate pelati amassado que dê 1 xícara de café, 1 maçã verde, 1 e 1/2 garrafinha de leite de côco. Pimenta malagueta amassada ou molho de pimenta à vontade – eu coloquei 1 colher de chá.

Primeiro lave, deixe escorrer bem e depois tempere o camarão já limpo com sal e limão. Deixe por 1 hora. Enquanto isto, monte o mis-en-place, ou seja, deixe tudo posto no lugar como mostra a foto. Pique o que tiver de picar: pimentões em fatias finas, cebola, coentro e gengibre. Deixe a maçã para depois.

Deixe a wok esquentar um pouco e deite metade do azeite. Doure a cebola e depois o alho já batidinho com o sal. Retire-os da panela – deixando o azeite – e reserve. Deite o restante do azeite e frite os camarões até ficarem vermelhos. Volte com o cebola, junte os pimentões, o tomate macerado e o gengibre. Misture tudo e deixe amolecer. confira se o camarão está ao dente. Junte o coentro. Pique a maçã e jogue por cima.

Despeje o leite de côco e acrescente o molho de pimenta. Mexa com cuidado para não machucar os camarões e a maçã. Prove o tempero e acrescente o que o seu paladar pedir. Desligue e deixe descansar por 15 minutos. Enquanto isto, cozinhe a pasta – veja as instruções de tempo de cozimento no pacote.

Na hora de servir, verta a pasta bem escorrida sobre o molho de camarões já aquecido e misture cuidadosamente com um garfão ( cuidado para não riscar a wok) . Sirva bem quente e – atenção: nada de colocar queijo ralado por cima!

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Peixe à cambojana

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Desde gerações passadas, nossa família adora sair pelo mundo conhecendo novas culturas. Hoje o mundo está ficando todo igual, entramos em um shopping, são as mesmas lojas, as mesmas marcas. De repente, achamos que estamos ali ao lado da nossa casa. Porém, há traços marcantes em cada cultura dos quais cada povo se orgulha e defende a unhas e dentes. O mais visível e ainda possível de tocar, cheirar e provar, é a culinária. Uma experiência gastronômica em outras terras é sempre gratificante e enriquecedora.

A filha casada chegou do Camboja trazendo novidades, presentes, fotos e…ingredientes! Queria repetir para nós, mãe e irmã blogueiras – e, por tabela, para o nosso público – um prato típico que lá provou e adorou. Fomos jantar na casa dela e passamos uma noite muito agradável. Compartilhar o ato de cozinhar com as filhas é uma experiência inigualável.

Compartilhamos nosso jantar com vocês, prepare-o em casa para a sua família e amigos e receberá muitos elogios. 

Amok fish cambojano

Trata-se de um peixe de água doce que é temperado com uma mistura à qual dão o mesmo nome do peixe: Amok. É uma receita Khmer, ou seja, tradicional do antigo reino que ali existiu antes do Camboja de hoje. Por aqui, o peixe mais semelhante e fácil de encontrar é o surubim. Considere 150 gr. por pessoa e compre um bom filé já limpo. A receita seguinte é para 4 pessoas.

Tem um detalhe importante: o peixe é cozido à vapor dentro de uma forminha feita com folha de bananeira. Providencie, então, uma folha grande e larga – mesmo que seja para dar uma voltinha na estrada mais próxima e apanhar uma no mato. Lave muito bem a folha. Coloque-a sobre a bancada e com a ajuda de um prato de sopa emborcado para baixo como molde e uma faca de ponta fina, recorte no mínimo 8 discos – veja na primeira foto acima o disco cortado sobre o prato. Depois passe os discos de folha de bananeira ligeiramente na água quente para perderem a rigidez, a fim de dobrarem-se com facilidade. Para fazer as forminhas, acompanhe as fotos acima: dobre de 2 a 2, cada disco em um sentido da fibra da folha – isto é , observe as fibras, se um disco ficar com as fibras na horizontal o outro fica sobreposto com as fibras na vertical. Dobre ligeiramente, sem vincar, em três partes, com as bordas para cima. De cada lado, faça uma dobrinha e depois outra e outra, como pacote de presente. Prenda com um palito. Está pronta a “canoinha” para cozinhar o peixe. Providencie uma panela larga e uma peneira para colocar as canoinhas que serão cozidas no vapor ( banho-maria).

Para o molho do peixe, separe: 1 xícara de leite de côco, 1 colher de sopa bem cheia de açúcar mascavo, 2 ovos, 1 dente de alho bem socado, 1 colher de café de sal e os temperos especiais – 1 colher de sopa de molho de peixe ( encontra-se em mercearias orientais) e 1 colher de sopa do tempero de nome Amok Powder.

Bata primeiro os ovos, só para misturar as claras com as gemas e depois junte todos os demais ingredientes, sendo o último o leite de côco. Misture bem.

Corte o peixe em cubos de 3×3 cm. e tempere-o com o molho. Deixe descansando por quinze minutos. Divida o peixe em quatro partes e encha as canoinhas.

Coloque-as para cozinhar no vapor. Primeiro coloque no fogo alto, assim que a água ferver, deixe o fogo no mínimo. Deve cozinhar por aproximadamente 45 minutos. Após 30 minutos, confira o cozimento. Antes de tirar as canoinhas da panela, verifique, com um palito, se o peixe está macio.

Para acompanhar, o usual no Camboja é arroz branco cozido na água com sal. Porém, a filha é sofisticada e cozinhou, na água com sal, um arroz 7 grãos. Deixou 2 colheres de passas pretas hidratarem em ½ xícara de vinho branco e, ao final do cozimento, juntou ao arroz. Ficou delicioso! Para servir, desenforme-o usando um recipiente redondo (veja dica).

Meu genro escolheu um perfeito Sauvignon Blanc sul-africano para acompanhar o peixe. Caiu super bem!

Se quiser tentar preparar o Amok Powder em casa, os ingredientes são estes:

Talo de capim limão moído(ou capim santo), folhas de kaffir ( folha de limão Kaffir – pode ser desidratada), páprica, cúrcuma, galangal (da família do gengibre) e gengibre chinês. Tente achar em lojas de produtos alimentícios orientais. Possivelmente os nomes estarão em inglês: lemon grass, kaffir leaves, paprica, galangal, curcuma e finger root. A apresentação final é um pozinho fino marrom claro, da cor de cominho, menos amarelado que o curry.

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Salada de endívia com gorgonzola

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Há certos sabores e cores que combinam divinamente, resta-nos descobri-los. Experimente confiar nos seus sentidos e ouse! Dê uma passada em um bom supermercado ou numa boa banca do mercado e siga seu instinto. Escolha o que saltar aos olhos pela cor, aroma ou frescura. Recorra à memória gustativa para selecionar o que combina. Decida-se a inovar e crie algo novo. Usando daquela criatividade que não custa exercitar e caprichando no bom gosto na hora da execução, consiga resultados dos quais possa se orgulhar!

Sábado, cansada da semana de muito trabalho, me dei ao luxo de ir ao supermercado escolher algo diferente. Aí está o resultado. Surpreenda com esta entrada refrescante e bonita, servida como primeiro prato:

Salada de endívias e gorgonzola

Aproveite a oferta de  verão e compre estes produtos: 1 endívia, 1 alface roxa repicada, 1 romã pequena, 100 gr. de queijo gorgonzola e 30 gr. de nozes.

Separe e lave as folhas, retire o excesso de água. Disponha em uma travessa rasa: primeiro as folhas da alface roxa e por cima as folhas da endívia. À parte, amasse o queijo gorgonzola com 2 colheres de leite, triture bem as nozes e misture. Molde a massa em uma colher de sobremesa e repasse para o centro de cada folha de endívia. Decore com as nozes. Abra a romã, retire parte dos bagos e coloque sobre as folhas de endívia.

Do restante da romã, faça o molho para o tempero, que será servido à parte: bata só os bagos da romã no liquidificador e coe para extrair o suco. Junte uma colher de sopa de vinagre de vinho tinto e a mesma medida de azeite. Se tiver em casa, acrescente uma colher de chá de licor de jabuticaba, de cereja ou de morango. Junte uma pitadinha à toa de sal e uma poeira de pimenta do reino. Prove.

Apresente o prato bem decorado. Porém, na hora de comer, oriente seus convidados para, no seu próprio prato, picar as folhas e espalhar sobre elas a pasta de gorgonzola, os bagos de romã e o molho. Vai ouvir: hum…mas que delícia!

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