Peixe a cinco ervas

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Além de ser muito fácil e rápida de se fazer, esta receita de peixe inteiro assado tem uma bela apresentação. Outra vantagem é que não precisa ser feita imediatamente antes de servir: o peixe já assado aguenta ficar no forno, já desligado, por até 1 hora para depois ser aquecido na hora de servir. Assim você pode receber os seus convidados sem ficar de castigo na cozinha tomando conta da comida.

 Peixe assado recheado e temperado com cinco ervas

Escolha um peixe fresco inteiro de tamanho médio – entre 1,5 e 2,5 quilos. Calcule 200 gr. por pessoa. Peça ao peixeiro para passar uma faca no couro para retirar as escamas e para abri-lo apenas por baixo e limpá-lo bem, retirando os ossos da coluna dorsal e as vísceras. Ao chegar em casa, lave-o bem e seque-o com um pano. Guarde-o em um saco plástico. Se puder prepará-lo sem ter que ir à geladeira, muito melhor. Mas se for usar no dia seguinte, ou ainda depois, congele-o tomando cuidado para que não deforme. Antes do preparo, deixe o peixe descongelar naturalmente, o que pode levar de 4 a 6 horas.

Recheio do peixe: dentes de alho cortados ao meio; cebolas brancas, alho poró e tomates maçã cortados em fatias finas.

Meia hora antes de colocar o peixe no forno, escolha uma assadeira grande (que caiba o peixe todo) e forre-a com uma folha grande de papel alumínio – o suficiente para envolver todo o peixe. Ponha-o sobre a folha de alumínio ( com o lado brilhante para cima) e passe uma camada de sal por fora e por dentro.

Abra o peixe e regue o interior todo com azeite. Recheie com a cebola, o alho poró, o tomate e por cima, o alho, dispondo-os apenas na parte inferior do peixe. Pique as cinco ervas: salsinha, cebolinha, coentro, hortelã e manjericão. Distribua-as sobre a camada já feita. Feche bem o peixe, regue-o com azeite por fora e envolva-o com o papel alumínio, fechando bem as bordas.

Pré-aqueça o forno a 250 graus e ponha o peixe para assar. Depois de 30 a 40 minutos verifique se está assado: a carne deve estar completamente branca e macia. Antes de servir, retire a pele raspando-a com uma faca. Despreze a pele e o papel alumínio e transfira o peixe para uma travessa com a ajuda de uma tábua fina de polipropileno. Sirva imediatamente.

Haddock ao forno com batatas

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Esta receita fica ótima feita com salmão ou truta defumada e também com bacalhau. É muito fácil e rápida de fazer. Tanto pode vir servida na travessa quanto em porções individuais.

Gosto de fazer o haddock desta maneira pois realça sua textura e o sabor levemente adocicado. Esse peixe nobre de água salgada é proveniente do Atlântico Norte ou mares adjacentes e é aparentado com o bacalhau. Costuma chegar ao Brasil já defumado, com uma bonita cor avermelhada e um aroma bem característico.

Haddock ao forno com batatas e cebolas

Considere para cada pessoa: 150 gr. de filé do peixe defumado, 2 batatas inglesas, 1 cebola, 2 dentes de alho e azeite.

Como o peixe é defumado, dispensa qualquer tempero. Observação : o peixe já vem pronto na embalagem.

Cozinhe as batatas ao dente e fatie o mais fino que conseguir. Fatie também a cebola bem fina. Pique o alho.

Espalhe as rodelas de batatas na travessa refratária em que irá servir o prato.

Em uma frigideira untada com azeite passe a cebola fatiada até amolecer. Disponha-a sobre a camada de batatas. Na mesma frigideira, doure o alho. Espalhe-o na travessa.

Ainda a mesma frigideira, na sequência, salteie os filés de peixe( passe de um e outro lado em pouco azeite). Arranje-os sobre a camada de batatas, cebola e alho. Leve ao forno pré-aquecido a 180 graus por 10 minutos ou até as batatas corarem. Sirva quente.

Sugiro como acompanhamento aspargos passados no azeite. Sobre os peixes coloque uma colherada de queijo de kefir ou coalhada síria temperada. Pode também servi-lo com queijo tipo camembert.

 

 

Arroz de bacalhau

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Acho graça quando vejo “risoto de bacalhau” nos cardápios de restaurantes mineiros. É a maior ofensa para um português! Risotto é um prato tradicional italiano e o bacalhau seco é característico da cozinha portuguesa e aí misturam os dois! Na minha opinião fica uma gororoba incomível. Para quem quer comer um legítimo e delicioso arroz de bacalhau, aqui vai a receita.

Arroz de bacalhau

Como prato principal são 150 gr. de bacalhau por pessoa. Você pode usar o bacalhau seco já desfiado vendido nas bandejinhas. O importante é dessalgá-lo, deixando-o de molho na água por, no mínimo, 48 horas: assim a carne voltará a ficar macia.

Para 4 pessoas são 600 gr. de bacalhau desfiado, 2 xícaras de chá de arroz comum, 1 cebola roxa (ou branca) picada, 1 xícara de chá mal cheia de lentilhas já cozidas, 2 a 3 dentes de alho picados, azeite, salsinha e cebolinha verde picadinhas. Há outros preparos, por exemplo, pode acrescentar linguiça tipo calabresa cozida e picada.

Tome uma panela e frite, em duas colheres de azeite, a cebola e em seguida o alho. Assim que amolecerem, junte o bacalhau e deixe dourar sem escurecer. Acrescente as lentilhas (e a linguiça, se for o caso). Junte o arroz já pronto e misture bem.

É aconselhável preparar 2 horas antes para que o arroz pegue o gosto do bacalhau. Um pouco antes de servir, acrescente um pouco d’água e um fio de azeite. Deixe que o arroz fique bem quente e junte, por último, o cheiro verde.

Pode variar da lentilha substituindo-a por grão-de-bico. Há quem acrescente ovos cozidos picados e azeitonas pretas.

Atum grelhado com crosta de gergelim

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O atum é um dos peixes mais nobres e conceituados da gastronomia internacional. Em seu preparo, o que o difere dos outros peixes – e isto é muito importante – é o ponto de cozimento: quase cru, no máximo, rosado. Portanto, se você não gosta de peixe cru, desista do atum. Mas se é um bom gourmet, com paladar sofisticado, experimente esta receita. Vai adorar e querer comer sempre o peixe suculento e tenro!

Compre na peixaria o filé de atum inteiro, que deve apresentar diâmetro e cor semelhantes a um lombo de porco de tamanho médio. Resfrie a carne no congelador para conseguir cortar os filés com perfeição – marque 2 dedos e corte reto, perpendicular ao sentido das fibras da carne ( como se corta um tornedor de filé mignon). Passe uma fina camada de sal de todos os lados de cada filé,  de 15 minutos a meia hora antes de prepará-lo para servir em seguida.

Torre o gergelim branco e o preto em quantidade suficiente para envolver todos os filés de atum.

Prepare um pesto com azeite extra-virgem, um macerado de ervas frescas ( salsinha e cebolinha verde/ pode por um pouquinho de hortelã) e uma pitadinha de sal.

No fogo alto, aqueça uma frigideira antiaderente. Assim que esquentar, coloque os filés de atum. Observe a lateral das peças: quando metade da altura tiver mudado de cor, vire os filés. Fique de olho: assim que observar gotículas sobre a carne, como se estivesse suando, a carne está no ponto certo, ou seja, semicrua por dentro. Neste ponto, os filés devem estar ligeiramente corados. Retire-os da frigideira, envolva-os primeiro no pesto e depois passe de um lado e outro no gergelim. Volte para a frigideira apenas para dar uma tostada rápida. Está pronto!

Sirva, de preferência, com uma salada de rúcula e alfaces, temperada com aceto balsâmico, shoyo e azeite. Pode acrescentar tomates confitados e cogumelos salteados.

Dica: para cortar os filés de atum de forma regular deixe-o no freezer até ficar duro. Corte reto no sentido transversal, marcando para cada filé cerca de de 3 cm ou 2 dedos.Veja o atum cru:

 

Ceviche do La Mar – Peru

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A abertura do La Mar por Gastón Acurio, em 2005, foi um marco importante na história recente da culinária peruana. A ideia do restaurante nascera em 2002, quando Gastón empreendeu uma longa viagem ao interior do Peru e voltou com a ideia de dar destaque à qualidade dos ingredientes e ao pequeno produtor peruano. Sua intenção foi a de abrir não só uma cevicheria como valorizar a sustentabilidade e as boas práticas comerciais. Sonhou fazer do La Mar uma embaixada da cozinha peruana no mundo, tornando o “cebiche”( como se diz em Lima) um prato tão popular quanto a pizza e o sushi, incentivando a gastronomia peruana a se espalhar pelo mundo. O que vem acontecendo!

Na foto principal : o famoso cebiche do La Mar

O La Mar tem uma decoração alegre e descontraída, mais parece uma grande barraca de praia. Abre para almoço, não faz reserva e recebe, em sua maioria, executivos que tem pouco tempo para comer e querem uma refeição leve e saudável. Os garçons impressionam pela cordialidade e o serviço é rápido, de modo que a alta rotatividade torna o restaurante rentável. O que achei mais interessante é que, a cada dia, uma cooperativa de produtores é a responsável pelo fornecimento do pescado, tão fresco que não se passam mais de quatro horas entre o peixe sair do mar e ser servido!

Mas vamos ao que interessa: a receita do ceviche. Amei! Repeti em casa e ficou ótimo. Pena não ter camote ( tipo batata doce) e choclo ( milho graúdo), pois se tivesse ficaria muito melhor!

Ceviche peruano

O ceviche pode ser feito com peixe, camarão, polvo ou misturado. O mais tradicional é o de peixe branco – escolha entre badejo, linguado ou pescada, de preferência. Calcule de 50 a 80 gr. por pessoa.

Preparo: o filé de peixe ( limpo, sem pele nem ossinhos) precisa ser cortado em cubinhos e marinado por uma hora e meia ( não deixe passar) em uma mistura de suco de limão tahiti e sal marinho – muito limão pois o peixe precisa ficar imerso na mistura. Deixe em um recipiente de louça, na geladeira, tampado com um plástico filme.

Corte cebola roxa em fatias finíssimas.

Como tempero use coentro e ají ( na falta deste tipo de pimenta, use a dedo-de- moça, comum no Brasil). Corte-os bem miudinho.

Como fazer: tire o peixe da salmoura, escorra e separe o caldo que ficou – a este dão o nome de “leche de tigre”. Cada restaurante tem sua receita particular da salmoura, que pode levar outros temperos.

Na hora de servir, misture, em um bowl de aço inox, o peixe e a cebola e tempere com o leche de tigre, o coentro e a pimenta. Sirva imediatamente.

Para acompanhar: na receita do La Mar servem o ceviche junto com camote cozido e o choclo aferventado. Ambos levam apenas sal como tempero. Na falta destes, a opção é servir com a nossa batata doce roxa cozida ou então com chips de batata inglesa e mix de batata doce, à venda no Brasil.

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Tilápia com crosta de macadâmia

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A tilápia é um peixe de criatório que tem um preço bom e, bem feita, pode se tornar um prato bem gostoso. Já pensou em servir um prato sofisticado com tilápia? Vai fazer bonito gastando pouco!

Tilápia com crosta de macadâmia

Escolha de 6 a 8 peixes (dá para 4 a 6 pessoas) grandes e firmes, bem rosados. Vai usar sal, 1 limão, azeite, 50 gr. de macadâmia, 1 ovo e 2 torradas. Separe dois pirex para assar o peixe.

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Lave e tempere os peixes com sal e limão. Deixe-os por 15 minutos a meia hora no tempero. Pré-aqueça o forno a 220 graus. Disponha-os no pirex untado com pouco azeite e leve ao forno para assar. Verifique se está assado espetando um garfo. Se começar a dar água, aumente a temperatura do forno para 250 graus.

Passe no processador 1 xícara de café cheia de macadâmia. Rale 2 torradas de pão de forma e misture.

Quebre um ovo e misture a clara com a gema. Pincele os peixes assados e passe-os na farinha de macadâmia e pão. Ponha-os no pirex e volte ao forno para dourar a crosta.

Como acompanhamento, sugerimos fazer o arroz 7 grãos e servir com cenourinhas baby cozidas e passadas no azeite.

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Bacalhau com crosta de broa

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Minha filha casada voltou de Portugal com esta nova receita de bacalhau que comeu em um dos restaurantes famosos do país – o Buxa, que fica no Largo das Oliveiras, na encantadora cidade histórica de Guimarães. Quem já foi lá certamente encantou-se com esta cidadezinha com a qual a nossa Ouro Preto tanto se parece!

Tal qual a mãe, se saboreia um novo prato e aprova, passa para a segunda parte: observa o feitio e apura os sentidos para perceber sabores, aromas e formas. Pois minha filha registrou tudo e, tão logo chegou, veio testar a receita com a mãe e a irmã blogueiras. Por minha conta, contra a vontade dela que não queria mudar a receita original, coloquei um tomate só para dar cor no prato. Acertamos em cheio, mas também a receita é fácil. Experimente:

Bacalhau com crosta de broa

Para 2 pessoas, prepare 2 boas postas de bacalhau claras e altas. Clique aqui para ver em detalhes a maneira de preparar o bacalhau – dessalgar trocando água fria 3 a 4 vezes por dia por 48 horas, aferventar na água e retirar pele, gorduras e ossos com cuidado para não estragar a posta.

Compre 2 broas de fubá em uma boa padaria e deixe por 2 dias embrulhadas em papel de pão.

Separe 4 cebolas médias, 2 dentes de alho, 1 ovo e azeite. Para guarnição, escolha 1 tomate tipo italiano maduro. Corte as cebolas em quatro e pique o alho miudinho. Esfarele as broas de modo a obter uma farinha grossa.

Seque as postas de bacalhau. Derrame na frigideira 3 colheres de sopa de azeite. Frite ligeiramente as postas. Retire e deixe esfriar. Na mesma frigideira, passe ligeiramente a cebola e o alho, sem deixar dourar.

Pré aqueça o forno a 250 graus.

Misture a clara com a gema e pincele todos os lados das postas de bacalhau. Pouco ovo, é só para a crosta grudar. Passe as postas na farinha de broa. Tome uma travessa refratária que possa ir à mesa ( a não ser que vá servir empratado), unte com azeite e coloque uma camada de cebola no fundo. Coloque por cima as postas – no meio – e mais a cebola com o alho e o azeite nas laterais. Derrame mais 2 colheres de sopa de azeite. Acrescente mais farinha de broa. Leve ao forno a 220 graus para dourar a crosta (sem colocar papel alumínio). Aproveite o forno e coloque o tomate cortado em 4 para assar com azeite.

Sirva o bacalhau com as cebolas e o tomate assado. Uma boa pedida de guarnição é a batata ao murro.

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Bacalhau a lagareiro

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Lagareiro é o nome pelo qual é conhecido o mestre que fabrica o azeite no lagar – uma espécie de prensa onde se tritura a azeitona para obter-se uma massa grossa que, após um processo de apuração, transforma-se no azeite extra-virgem. A receita leva este nome porque o azeite é seu principal ingrediente -quanto melhor a qualidade do azeite, melhor o sabor da receita. Experimente, além de ser a receita mais fácil de bacalhau que conheço ainda é, como se diz, “dos deuses”!

O bacalhau deve ser usado em posta. Como já ensinamos nas dicas de como escolher e preparar o bacalhau, escolha um lombo de bacalhau alto e claro. Estando salgado, lave bem e coloque de molho em água fria por 48 horas, trocando a água a cada 6 a 8 horas. Afervente para tornar mais fácil retirar a pele, a eventual gordura branca e os ossos. Em Portugal, se faz com a pele e a gordura mas já sei que brasileiro detesta o gosto da pela e da gordura – que chamamos de rançoso. Calcule uma boa posta por pessoa, em torno de 150 a 200 gr.

Para cada posta, pique em fatias finas 2 cebolas grandes e 1 cabeça de alho.

Escolha uma travessa na qual, de preferência, vá servir o peixe. Forre o fundo com uma camada de cebola, coloque as postas por cima. Distribua os pedacinhos de alho sobre o bacalhau. Cubra com cebola. Regue com azeite extra-virgem de boa qualidade até o nível da metade da posta de bacalhau. Pré aqueça o forno a 220 graus e estando quente, asse o bacalhau.

Dica: para o bacalhau adquirir um tom dourado, logo que assar pincele-o com gema de ovo e volte ao forno para dourar.

Sugiro servir acompanhado de batatas ao murro que, uma vez abertas, são regadas com o caldo de azeite do cozimento do bacalhau. Divino e perfumado!

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Peixe à cambojana

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Desde gerações passadas, nossa família adora sair pelo mundo conhecendo novas culturas. Hoje o mundo está ficando todo igual, entramos em um shopping, são as mesmas lojas, as mesmas marcas. De repente, achamos que estamos ali ao lado da nossa casa. Porém, há traços marcantes em cada cultura dos quais cada povo se orgulha e defende a unhas e dentes. O mais visível e ainda possível de tocar, cheirar e provar, é a culinária. Uma experiência gastronômica em outras terras é sempre gratificante e enriquecedora.

A filha casada chegou do Camboja trazendo novidades, presentes, fotos e…ingredientes! Queria repetir para nós, mãe e irmã blogueiras – e, por tabela, para o nosso público – um prato típico que lá provou e adorou. Fomos jantar na casa dela e passamos uma noite muito agradável. Compartilhar o ato de cozinhar com as filhas é uma experiência inigualável.

Compartilhamos nosso jantar com vocês, prepare-o em casa para a sua família e amigos e receberá muitos elogios. 

Amok fish cambojano

Trata-se de um peixe de água doce que é temperado com uma mistura à qual dão o mesmo nome do peixe: Amok. É uma receita Khmer, ou seja, tradicional do antigo reino que ali existiu antes do Camboja de hoje. Por aqui, o peixe mais semelhante e fácil de encontrar é o surubim. Considere 150 gr. por pessoa e compre um bom filé já limpo. A receita seguinte é para 4 pessoas.

Tem um detalhe importante: o peixe é cozido à vapor dentro de uma forminha feita com folha de bananeira. Providencie, então, uma folha grande e larga – mesmo que seja para dar uma voltinha na estrada mais próxima e apanhar uma no mato. Lave muito bem a folha. Coloque-a sobre a bancada e com a ajuda de um prato de sopa emborcado para baixo como molde e uma faca de ponta fina, recorte no mínimo 8 discos – veja na primeira foto acima o disco cortado sobre o prato. Depois passe os discos de folha de bananeira ligeiramente na água quente para perderem a rigidez, a fim de dobrarem-se com facilidade. Para fazer as forminhas, acompanhe as fotos acima: dobre de 2 a 2, cada disco em um sentido da fibra da folha – isto é , observe as fibras, se um disco ficar com as fibras na horizontal o outro fica sobreposto com as fibras na vertical. Dobre ligeiramente, sem vincar, em três partes, com as bordas para cima. De cada lado, faça uma dobrinha e depois outra e outra, como pacote de presente. Prenda com um palito. Está pronta a “canoinha” para cozinhar o peixe. Providencie uma panela larga e uma peneira para colocar as canoinhas que serão cozidas no vapor ( banho-maria).

Para o molho do peixe, separe: 1 xícara de leite de côco, 1 colher de sopa bem cheia de açúcar mascavo, 2 ovos, 1 dente de alho bem socado, 1 colher de café de sal e os temperos especiais – 1 colher de sopa de molho de peixe ( encontra-se em mercearias orientais) e 1 colher de sopa do tempero de nome Amok Powder.

Bata primeiro os ovos, só para misturar as claras com as gemas e depois junte todos os demais ingredientes, sendo o último o leite de côco. Misture bem.

Corte o peixe em cubos de 3×3 cm. e tempere-o com o molho. Deixe descansando por quinze minutos. Divida o peixe em quatro partes e encha as canoinhas.

Coloque-as para cozinhar no vapor. Primeiro coloque no fogo alto, assim que a água ferver, deixe o fogo no mínimo. Deve cozinhar por aproximadamente 45 minutos. Após 30 minutos, confira o cozimento. Antes de tirar as canoinhas da panela, verifique, com um palito, se o peixe está macio.

Para acompanhar, o usual no Camboja é arroz branco cozido na água com sal. Porém, a filha é sofisticada e cozinhou, na água com sal, um arroz 7 grãos. Deixou 2 colheres de passas pretas hidratarem em ½ xícara de vinho branco e, ao final do cozimento, juntou ao arroz. Ficou delicioso! Para servir, desenforme-o usando um recipiente redondo (veja dica).

Meu genro escolheu um perfeito Sauvignon Blanc sul-africano para acompanhar o peixe. Caiu super bem!

Se quiser tentar preparar o Amok Powder em casa, os ingredientes são estes:

Talo de capim limão moído(ou capim santo), folhas de kaffir ( folha de limão Kaffir – pode ser desidratada), páprica, cúrcuma, galangal (da família do gengibre) e gengibre chinês. Tente achar em lojas de produtos alimentícios orientais. Possivelmente os nomes estarão em inglês: lemon grass, kaffir leaves, paprica, galangal, curcuma e finger root. A apresentação final é um pozinho fino marrom claro, da cor de cominho, menos amarelado que o curry.

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Bacalhoada

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O gosto pelo bacalhau está no sangue, para quem é descendente de portugueses, como eu e certamente vocês, brasileiros e ainda os nossos seguidores de além mar, que já são muitos. Não só em Portugal, como também nos países de idioma português da África e outros tantos morando pelo mundo afora. Aprendi esta receita com minha mãe, que aprendeu com a minha avó, que aprendeu…lá se vão gerações!

Das receitas que faço com bacalhau, pode até não ser a menos trabalhosa, mas é aquela que provoca os maiores elogios quando a panela de barro chega à mesa. Por minha conta e risco, modifiquei a receita. Aprendi a faze-la colocando os ingredientes todos crus na panela. Observei que, para obter o bacalhau em lascas limpas eu precisava aferventá-lo antes. Uma vez pré-cozido e já macio, me restavam duas alternativas, já na panela do cozimento: 1)deixava os outros ingredientes semi crus para o bacalhau não passar do ponto, ou 2) esperava a batata e os outros ingredientes ficarem cozidos e aí o bacalhau já tinha cozido demais, já estava borrachudo. Mudei a receita e deu tudo certo – este é o meu segredo que conto para vocês!

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Bacalhoada tradicional na panela de barro

Veja em Dicas- Bacalhau como comprar e preparar o peixe para este prato. Ok, agora que o bacalhau já ficou de molho na água por 48 horas , já foi aferventado e limpo, pode começar.

Um quilo de bacalhau dá para 6 pessoas. Escolha 6 batatas inglesas grandes, 6 tomates italianos grandes bem maduros, 3 cebolas grandes, ½ pimentão amarelo, ½ pimentão vermelho ( pode por do verde, também – eu acho indigesto), 4 dentes de alho, 6 colheres de sopa de azeite, 1 colher de sopa cheia de salsinha e outra de cebolinha e mais – dica: 2 a 3 folhas de couve.

Coloque as batatas na panela de pressão, com água cobrindo e depois que a panela apitar, deixe cozinhar por 10 minutos, nada mais. Deixe esfriar e retire a pele. Pique o tomate em cubinhos, a cebola e os pimentões em fatias, o alho fatiado miudinho e o cheiro verde bem miudinho.

Desmanche o filé de bacalhau em lascas, como mostra a foto.

Em uma panela, coloque o azeite, frite a cebola e o alho, junte os tomates e os pimentões. Frite e revire até começarem a amaciar.

Se você já tem uma boa panela de barro curtida, maravilha, se não tem , escolha uma panela larga.

Forre o fundo da panela com as folhas de couve – isto é a dica para as batatas não grudarem no fundo. À medida que for fatiando as batatas no sentido maior, vá colocando as fatias – finas! – na camada do fundo, lado a lado até completar. Por cima, coloque a terça parte do molho e salpique o cheiro verde. Disponha as lascas de metade do bacalhau, formando uma camada. Cubra o bacalhau com outra camada com a terça parte das batatas. Coloque a outra terça parte do molho sobre as batatas e o cheiro verde. Cubra com a última camada de bacalhau, depois as batatas e, por último, o restante do molho. Salpique o cheiro verde. Resumo: 3 camadas de batata, 3 de molho e 2 de bacalhau, nesta ordem: batata/molho/ bacalhau/batata/molho/bacalhau/ batata e molho.

Leve ao fogo baixo, com a panela tampada até verificar que a batata está no ponto, sem deixar que cozinhe demais para não partir ao servir. Logo que começar a ferver, prove o sal e acrescente mais, se necessário, aos poucos. Cuidado, bacalhoada salgada é terrível! A quantidade de azeite necessária será analisada durante o cozimento – não pode ficar seco nem formar uma camada de azeite sobre o molho. Leve o azeite à mesa para quem quiser colocar mais.

Sirva acompanhada de arroz branco.

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Bacalhau fresco da Bica do Sapato

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Ontem à noite jantei no Bica do Sapato aqui em Lisboa, restaurante frequentado por jovens descolados e executivos do mundo todo. Fica no Cais da Pedra, em um armazém em frente ao porto, surpreendentemente bem decorado por dentro. Eu, que sou arquiteta, aprecio quando se consegue fazer uma decoração clean, refinada e agradável sem gastar muito, como foi o caso. Adorei o recurso visual de se projetar antigos pratos de desenhos tradicionais portugueses na parede, cujo desenho se desfaz para formar o seguinte. Porto tem surpresas e ontem havia um imenso navio no cais,  colado na varando do resturante.

 

Bem que eu gostaria de ter conversado com o chef, mas a casa estava cheia e o moço muito ocupado, mas fui muito bem servida pelos simpáticos atendentes da casa. Pedi a sugestão da casa e fiquei feliz quando me recomedaram um bacalhau fresco, justo o que eu queria comer! Pelo cardápio vi que servem uma boa variedade de peixes e frutos do mar, carnes de novilho, pato, codorna e porco.

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Como entrada, escolhi um carpaccio de pato. Veio rapidinho, o que é surpreendente para um restaurante quase lotado. Ponto para eles! Deve ser bem difícil preparar um pato para carpaccio, pois é um carne dura e veio tenra e deliciosa. Sabe-se que para cortar fatias tão finas é necessário que a carne esteja quase gelada, para estar na consistência que se possa cortar, de modo que o preparo já mostrou a arte da cozinha. O carpaccio veio temperado com uma redução de vinagre de vinho tinto, com cebolinhas cortadas bem miudinho, coberto com alfaces frescas e bem crocantes e acompanhado de fatias de pão com frutas secas, o que deu um toque adocicado contrastante. Amei!

DSCN0237Depois de um tempinho apreciando um vinho branco seco do Alentejo, veio o prato principal. Bacalhau, claro! Nada como um bacalhau fresco e este chegou branquinho,tenro, perfumado pelo azeite, derretendo na boca. A técnica é fazê-lo escalfado, ou seja, cozido lentamente em banho maria em uma mistura de azeite virgem de oliva e água. A releitura do bacalhau a Brás foi feita com a base de batatas. Na minha interpretação, ralaram a batata e a fritaram rapidamente com azeite, sal e um pouco de clara batida com gema só para dar liga. O toque interessante foi dado com uma emulsão de azeitonas pretas servido à borda do prato. Com não podia deixar de ser, bem regado à um excelente e levíssimo azeite de oliva. Gosto de comida como esta (imagino que as demais do cardápio seguem a mesma linha) preparadas com excelentes ingredientes e feitas na hora, com a necessária e tão difícil simplicidade que só os realmente bons sabem ter.

Para completar a noite, pedi a versão local da famosa Pavlova. Veio um suspirão recheado com sorbet de amoras e couli de frutas vermelhas. Você pode tentar fazê-lo batendo claras em neve e colocando açucar aos poucos até a massa adquirir uma boa consistência. Coloque o suspirão no forno pré-aquecido e não deixe corar. O sorbet pode ser comprado na Alessa, lá tem o perfeito para esta receita. Quanto ao couli, já demos a receita aqui no blog.

Escrevo para vocês tomando o meu chá da manhã no Starbucks da Praça Restauradores, tendo como vista o Castelo de São Jorge. Uma pena não ter mais noites aqui em Lisboa. Fica a sugestão de outros restaurantes daqui indicados por amigos portugueses que amam uma boa gastronomia: o Papa Açorda, dos mesmos donos do Bica do Sapato, que tem mais de 30 anos de tradição; o Solar dos Presuntos, o A Travessia e o famoso Eleven, estrelado pelo Michelin.

Ah, não posso me esquecer dos famosos pastéis de Belém, hoje servidos por toda parte mas originários da famosa pastelaria bem pertinho do Mosteiro dos Jerônimos. Ontem estava lotada de brasileiros, alemães e franceses.

 

 

 

 

Bacalhau fresco – experimente!

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Para nós, brasileiros e portugueses, falou-se em bacalhau já sabemos que se trata do peixe seco e salgado. Esta tradição de salgar o peixe originário dos mares gelados do Norte, sobretudo da Escandinávia, passa de milenar. Como na época da pesca havia muita fartura de peixe fresco e o sal e o sol nas costas de Portugal eram certeiros e quase de graça, lá despejavam toneladas de peixe para secar e salgar, a fim de serem comercializados posteriormente, durante todo o ano. Havia – e há – peixes de vários tipos, mas ficaram conhecidos sob o nome genérico de bacalhau. Por muitos anos, até recentemente, peixe seco era comida de pobre. Na nossa geração, o bacalhau chegou a tal valor que tornou-se prato de luxo, preparado no Natal e na Páscoa. Quanto a isto, eu, que amo bacalhau, acho que nasci na época errada!

Dia destes, uma amiga de minha filha ganhou um bacalhau fresco e não sabia o que fazer. Como já tínhamos o blog, pediu-nos uma receita. Sabe o que fizemos? Oferecemo-nos para preparar o peixe! Foi uma noite muito agradável, pois fora o papo na cozinha, todo mundo comeu, adorou e ainda levaram para casa! Vai aí a receita para prepararem junto com os seus amigos.

Bacalhau fresco ao creme de três batatas

Calcule de 200 a 250 gr. de bacalhau por pessoa. Para 1 quilo de peixe separe para o molho: 3 pimentões, um de cada cor: vermelho, verde e amarelo; 3 cebolas pequenas (se forem da roxa, melhor), azeitonas verdes e pretas sem caroço e fatiadas, a gosto.  1 colher de molho de tomates bem encorpado,  1 xícara de café de vinho tinto. Para o creme: 1 a 2 batatas inglesas, a mesma quantidade de baroa e a mesma quantidade de batata doce.

Preparo do bacalhau: lave e seque o peixe, fatie-o em postas grandes, se der, de uns 6 por 6 cm. Tempere apenas com sal. Reserve.

Preparo do molho: corte os pimentões e as cebolas em fatias bem finas. Despeje um fio de azeite sobre uma frigideira e frite tudo. Assim que estiverem fritos, misture o molho de tomates. Coloque sal e gotas de molho inglês e prove. Despeje o vinho e deixe ferver por 5 minutos. Acrescente as azeitonas. Retire do fogo e reserve.

Preparo do purê: cozinhe as batatas na panela de pressão até ficarem bem macias (deve contar 15 minutos depois que começar a apitar). Retire as peles e amasse-as com um garfo até formarem um creme liso e homogêneo. Em uma panela, despeje  3 colheres de azeite e passe a mistura de batatas, mexendo bem, com uma colher de pau, sempre no mesmo sentido, até que comece a soltar das laterais. Junte aos poucos 1 xícara de leite e continue mexendo até dar ponto de purê. Tempere com sal e pimenta do reino branca. Misture bem. Retire do fogo e reserve.

Deite o bacalhau sobre o purê

Deite o bacalhau sobre o purê

Cocção: Escolha uma travessa refratária que vá caber tudo. Coloque todo o purê no fundo da travessa. Disponha sobre o purê as postas do bacalhau (que ainda está cru).  Leve ao forno pré-aquecido a 250o. Assim que o bacalhau ficar branco, retire do forno e cubra com o molho. Volte para o forno até certificar-se que está tudo quente.

Sirva com arroz branco à parte.

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Surubim com camarão

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O surubim é um peixe grande de água doce, dos mais populares do Brasil, sendo encontrado em todas as suas bacias hidrográficas. A carne é consistente e muito saborosa, merecendo um molho rico em sabor.  Com a posta do surubim, gosto de preparar moqueca, e como o filé,  prefiro de prepará-lo na brasa ou assado. Uma boa receita para o fim de semana ou mesmo o dia a dia, pela facilidade do preparo é esta:

Filé de surubim ao molho de camarões com côco

Calcule 200 gr. de filé por pessoa. Lave, seque e tempere com sal e limão. Ligue o forno a 200o C. Coloque os filés em uma assadeira untada com óleo, jogue um pouco de ervas desidratadas por cima e leve ao forno até corar, por cerca de 20 minutos a meia hora.

Molho para 4 pessoas:

Separe:  800 gr. de camarãozinho rosa, 1 tomate italiano grande bem maduro, 1 cebola, ¼ de pimentão vermelho e a mesma quantidade do amarelo, 1 xícara de café de molho de tomate, a mesma quantidade de leite de côco, 1 a 2 dentes de alho triturados,  ¾ de litro de caldo de peixe e ½ xícara de café de azeite.

Limpe os camarões e tempere-os com 1 colher de sobremesa rasa de sal e 1 limão. Pique miudinho todos os demais ingredientes. Em uma panela média, coloque o azeite e frite o camarão até que fique vermelho. Junte a cebola e o alho e deixe fritar até corar. Acrescente os tomates e os pimentões e frite bem, sem deixar agarrar. Prepare, em outra panela, o caldo de peixe e junte o molho de tomates. Assim que os ingredientes estiverem fritos, junte o caldo. Deixe ferver. Prove o sal e acrescente pimenta malagueta. Quando o molho já estiver de boa consistência, ajunte o leite de côco e deixe ferver em fogo baixo por mais 10 minutos.

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Retire o peixe do forno, disponha os filés em um a travessa e cubra-os com o molho de camarões. Acompanha arroz branco e ou purê de batatas.

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Peixe assado com maracujá

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Ter filé de peixe guardado no congelador é muito prático. Primeiro: descongela rapidinho, é só deixar na água corrente por pouco tempo. Segundo: fácil de fazer no forno e, já assado, acrescentar um molho bem gostoso. Este é dos mais fáceis de fazer, tem um sabor diferente e ainda é bem light. Experimente esta receita, dá para fazer um almoço ou jantar em meia hora:

Badejo ao molho de maracujá e pimenta rosa

O peixe pode ser badejo ou qualquer outro, como linguado, robalo, salmão, pescada, etc. Seque bem os filés e tempere com sal e suco de limão (se for salmão, use só sal).  Escorra o tempero depois de 15 minutos e coloque os filés dispostos em uma assadeira ou travessa refratária untada com azeite. Nunca ponha um filé por cima de outro. Leve ao forno, já aquecido a 200/250o. até que a carne fique branca e comece a dourar.

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Para o molho: Considerando quantidade para 4 pessoas leva 1 xícara de chá de suco de maracujá doce extraído da própria fruta,  a mesma quantidade de caldo de peixe já temperado*, ½ xícara de chá de vinho branco, a mesma quantidade de creme de leite, de preferência fresco, 1 colher de maizena, 1 colher de pimenta rosa.

Em uma panela junte o suco, o caldo e o vinho. Deixe ferver. Acrescente a maizena misturada, fora do fogo, com parte do caldo. Mexa bem até engrossar. Acrescente a pimenta rosa (aquela de bolinhas igual a pimenta do reino), prove o tempero, junte o creme de leite , misture e desligue antes que ferva novamente.

*Para o caldo de peixe: peça na peixaria cabeça e ossos de peixe acabado de limpar. Em casa, passe tudo na água quente e coloque para ferver em uma panela. Acrescente cheiro verde, sal, pimenta a gosto e por último, um pouco de molho de tomate para que o caldo fique com uma cor bonita.

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Peixe maneiro na segunda-feira

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Daquela listinha do que se deve ter sempre à mão no congelador, na geladeira e na despensa, certamente, se é que seu estoque não anda desfalcado, você terá os itens básicos para esta receita dupla.  Para o almoço de segunda-feira, que só tem meia horinha para ser feito, é o que basta.

Filé de peixe à Provençal com  risoto de abobrinha

Peixe: se você não mora à beira-mar, confira se tem no congelador um pacote de filé de peixe e descongele, sob água fria corrente, a quantidade necessária. Depois de descongelado, escorra, seque e tempere com sal e limão.

Molho Provençal: separe sal, alho, limão e tomate.  Colha um raminho de manjericão da sua mini hortinha em vasos, que você já deve estar cuidando.

Preparo: espalhe um pouco de azeite no fundo de uma travessa refratária, assente os filés do peixe e leve ao forno a 180o. por 10 a 15 minutos. Enquanto isto, pique o tomate em quadrinhos e o alho miúdo; separe as folhinhas do manjericão. Tempere o tomate com sal, gotas de limão e metade do manjericão picadinho. Deixe marinar por 5 minutos. Assim que o peixe der sinal de assado – a carne fica branca e o azeite (ou óleo) começa a ferver – prepare o molho. Deite um fio de azeite na frigideira e frite o alho. Assim que corar, acrescente a salmoura de tomate e deixe fritar ligeiramente. Desligue o fogo e jogue as folhinhas inteiras de manjericão.  Tire o peixe do forno e disponha o molho por cima dos filés.

Já publicamos a receita do risoto de abobrinha com queijo minas. Confira!

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Ceviche

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Champagne, espumante ou vinho branco em um fim de tarde ou noite de verão pedem como acompanhamento um agrado que desperte seus sentidos com um leve aroma marítimo, uma sinfonia de cores e um intrigante sabor cítrico. Experimente esta receita de ceviche, com ingredientes pescados daqui e dali e que afinal se deram bem, em uma perfeita  harmonia de aroma, cor e sabor.

Ceviche

O ideal é que seja feito de véspera ou com, pelo menos, 4 horas de antecedência para que possa marinar. Da parte dos frutos do mar, escolha entre salmão fresco ou peixe branco, camarãozinho rosa, kani e lula; separados, em dupla, trio ou todos juntos, felizes na companhia uns dos outros, desde que os personagens principais sejam peixe e/ou camarãozinho.

Da parte dos vegetais, este trio é imbatível: cebola roxa, cenoura e tomate verde ( sim, todinho verde). Se achar carambola, corte em fatias finas e enfeite com as estrelinhas.

Preparo – Do salmão: coloque o filé do peixe no congelador para ficar mais firme para cortar. O ponto ideal é, estando a carne ainda dura, que a faca deslize com facilidade. Corte reto filés de 1 cm, deite a fatia, torne a cortar em um sentido e depois no sentido contrário de modo a formar quadrinhos de 1x1cm.  Do camarãozinho: lave e tire as tripas; deixe escorrer toda a água. Do kani e da lula : só cortar em tronquinhos de 1 cm.

Corte a cebola roxa em fatias finíssimas, rale a cenoura no ralo grosso e corte o tomate em cubinhos de 1×1 cm (veja Dica – corte de tomates).

Molho para marinar: azeite e vinagre de champagne ou de vinho branco em partes iguais, suco de limão, sal, uma poeira de pimenta rosa triturada. Prove.

Misture tudo em uma travessa de vidro e coloque o molho até o meio, para deixar marinando. Na metade do tempo, troque de posição a porção que ficou embaixo com a de cima. Na hora de servir, escorra um pouco do molho, a conta de deixar os ingredientes molhadinhos, mas não imersos no caldo que se formou.

Sirva bem frio, acompanhado de torradinhas de baguette francesa. Fica lindo e chiquérrimo se colocado em tacinhas de sorvete!  Para dar um toque bem verão, sirva com uma bola de sorbet de limão da Alessa. Perfeito!

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Moqueca – baiana ou capixaba?

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Que nos corrijam os nativos das praias da Bahia e do Espírito Santo: a moqueca baiana tem dendê e leite de côco e a capixaba tem só leite de côco, ou não? E peixada. É a mesma coisa? Pra nós, peixada é a feita com peixe de rio.

Bem, na nossa casa a gente faz moqueca sem dendê e com leite de côco.

Moqueca pode ser de peixe ou de camarão. Ou dos dois, misturada. Pode ser também de lagosta e de siri.  A primeira vez que  provei moqueca foi em Salvador, eu tinha 16 anos e me apaixonei perdidamente pela culinária baiana. A moqueca baiana ganhou fama com Gabriela, a do Cravo e Canela, preparando, lascivamente, uma moqueca no filme homônimo.

Moqueca de peixe com camarões

Não tem segredo, é muito fácil de fazer. Também não tem medida, é no olho mesmo.  Hoje vamos fazer moqueca com robalo, que é um peixe de mar de excelente qualidade junto com camarões – é a nossa preferida. Feliz de quem tem uma panela de barro curtida, que é o meu caso, comprada há anos no Mercado Modelo de Salvador. Empresto, mas só se for pra cozinhar na minha casa mesmo.

Só para ter ideia de quantidade: para 6 pessoas compre 1,5 kg de peixe e 1 kg de camarão descascado. Peça ao peixeiro para limpar e cortar o peixe em postas.

Vai precisar de aproximadamente 1kg de tomate  bem maduro, 2 cebolas grandes;  metade de cada pimentão, se quiser colocar do verde, do vermelho e do amarelo para deixar a moqueca colorida,  3 a 4 dentes de alho e um raminho de coentro. Uma garrafinha de leite de côco é o suficiente para dar um leve sabor especial, sem deixar gosto de côco.  Um bom azeite de oliva é fundamental (deve usar, no máximo, uma xícara de chá).  É recomendável fazer a moqueca com duas horas de antecedência da hora que for servir, pois se deixar descansar por, pelo menos, uma hora, o sabor fica muito melhor, pois o peixe pega o gosto do caldo.

Limpe os camarões, tirando casca e tripa. Tempere o peixe e os camarões com sal e limão. Enquanto pega tempero, corte os tomates em cubos e fatie as cebolas, o alho e os pimentões. Pique o coentro, vai precisar de 3 colheres de sobremesa cheias.

Se tiver uma panela bem grande, ótimo, porque é bom fazer a moqueca em uma só camada, para que cozinhe por igual e ainda evita que parta as postas na hora de servir. Se só tiver panela média, paciência, vai ter que usar mais de uma.

Agora forre o fundo da panela com azeite, depois faça uma “caminha” com  a metade dos tomates, cebola, alho, pimentões e coentro. Coloque as postas do peixe e por cima os camarões. Cubra com o restante dos ingredientes e torne a regar com o azeite. Tampe a panela e deixe no fogo forte até que dê caldo, então despeje o leite de côco e balance a panela. Abaixe o fogo e vigie até perceber que o peixe está branquinho e macio. Nunca ponha água, nem precisa. Prove o tempero. Retire um bocado de caldo com uma xícara e neste caldo coloque pimenta e mais sal, se precisar. Torne a balançar a panela, para o tempero misturar.  Se mexer, corre o risco de partir as postas. Se  tiver deixado a moqueca descansando, esquente na hora de servir. Acompanha arroz branco.

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Salmão à Belle Meunière

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Tradução do francês:  à moda da bela moleira; pronuncia-se “béle mêniér”. Porque será que o tradicional molho para peixes é feito à maneira da bela moleira ( mulher do dono do moinho)? Fico imaginando um cenário de  pintura de Van Gogh: um campo ensolarado no sul da França, um moinho à beira de um riacho, uma longa mesa rústica ao ar livre.  Almoço de domingo. Uma bela moça loura de tranças, de saia longa azul, avental e touca branca, servindo à família um peixe com o molho tradicional de sua família.

Este molho acompanha peixes grelhados ou assados. Tradicionalmente é feito com azeite ou manteiga, cogumelos e alcaparras; você pode acrescentar camarões e ervas.

Vamos ao preparo de um salmão,  mas pode ser outro peixe de sua preferência. Normalmente a porção é de 200 gr. por pessoa. O filé deve estar limpo, sem nenhuma escama ou espinho. Conserve a pele sob o filé, principalmente se for grelhar. Tempere apenas com sal, espalhando-o suavemente por todos os lados. Deixe por 15 minutos, no mínimo.

Grelhe, frite ou asse o peixe ( veja Dica – Filé de peixe – grelhar, fritar ou assar?)

Enquanto isto, faça o molho Belle Meunière.

Para 2 pessoas, separe ½ xícara de café de azeite (ou uma colher de sopa cheia de manteiga). Em partes iguais (½ xícara de chá): alcaparra, cogumelo-de-paris fatiado e camarãozinho rosa descascado e limpo. Pode colocar também tomate picadinho (mesma medida) e cebola ralada e escorrida (1 colher se sobremesa rasa). Esquente o azeite, frite a cebola e ½ colherinha rasa de sal com alho. Frite o camarão até avermelhar, junte a alcaparra, o cogumelo e por último o tomate. Dê uma revirada e desligue, antes do tomate amolecer. Salpique cheiro verde ou erva desidratada ( finas ou Provence).

Coloque o molho sobre o peixe imediatamente antes de servir. Regue com azeite antes de levar à mesa.

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Dica – Filé de peixe – grelhar, fritar ou assar?

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1- Se você tiver uma grelha, de churrasqueira ou elétrica, pode colocar o filé direto sobre a mesma. Assim que um lado corar, vire e core do outro lado.

2- Peixe é muito delicado para colocar sobre aquelas chapas de ferro que você põe sobre a trempe do fogão. Mesmo se untar com óleo costuma queimar.

3- Se quiser fritar o peixe numa frigideira, primeiro você tem que passar os dois lados do filé na farinha de trigo ou de pão para que o peixe não desmanche na fritura. Frite no óleo ou azeite e se, quiser, coloque manteiga só no final.

4 – Para assar, esquente o forno a 180 graus. Coloque o peixe na travessa refratária que vai servir, pois se colocar em uma assadeira o filé pode partir ao ser transportado para outro recipiente.  Passe azeite no fundo formando uma camada fina. Assente o peixe no meio da travessa e leve ao forno. O tempo de cozimento é de aproximadamente 20 minutos. Se o filé for alto, ou quiser apressar o cozimento, cubra com um papel alumínio; se começar a dar água, retire o papel alumínio e deixe corar ligeiramente.

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Bacalhau com natas

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Véspera de Natal é aquela correria mas você quer fazer um prato especial para a ceia ou o almoço do dia 25. Pois, vamos ser práticos, pode fazer esta receita com alguma antecedência, guardar na geladeira e na hora é só colocar no forno!

Esta receita é tradicional no Natal em Portugal e tem este nome porque lá eles chamam creme de leite fresco de “natas”. Como pode ser feita para o número de pessoas que desejar, aqui vamos dar a quantidade de ingredientes e fazer a receita para apenas 2 pessoas e você multiplica pela quantidade que quiser.

Bacalhau com natas

O cálculo da quantidade de bacalhau para um prato como este é de uma posta de 300 gr.  para 2 pessoas. Mais: 2 batatas médias, 2 cebolas, 1 xícara de café mal cheia de azeite, 1 xícara de café de molho branco e a mesma quantidade de creme de leite fresco.

Separe uma panela, um escorredor, uma faca de lâmina estreita e afiada e uma espátula. Panela de pressão para cozinhar as batatas. Uma travessa refratária, que vai ao forno e depois à mesa.

Coloque as  batatas para cozinhar na pressão por 15 minutos (conte depois que a panela chiar). Enquanto isto, coloque a posta de bacalhau já dessalgado ( veja Dica – Bacalhau) numa panela com água até que esta comece a ferver. Desligue, escorra, deixe que o bacalhau esfrie. Retire a pele, limpe bem qualquer vestígio de gosma branca, retire os ossos e espinhas. Separe em lascas grandes.

Corte as cebolas em fatias finas. Aqueça o azeite na panela e doure as cebolas até que fiquem amareladas e macias. Para isto, mexa o tempo todo com uma espátula em fogo baixo. Não coloque água. Acrescente um pouquinho de sal e prove se ficou ligeiramente salgada.

Verifique se as batatas estão cozidas, sem estarem moles. Tire a pele e reserve. Misture o molho branco pronto com o creme de leite fresco e tempere com sal, pimenta do reino branca e nós moscada, de modo que fique bem temperadinho.

Coloque a travessa refratária na sua frente. Agora vamos às camadas:

1a. camada: corte 1 batata, já fria, em fatias finas e, à medida que for cortando, disponha-as em uma camada única no fundo da travessa.

2a. camada: coloque metade da cebola.

3a. camada: disponha todas as lascas de bacalhau formando uma camada grossa.

4a. camada: despeje metade do creme.

5a. camada: coloque a outra metade da cebola.

6a. camada: disponha uma camada de fatias finas da outra batata.

7a. camada:  cubra com a outra metade do creme.

Obs: se o bacalhau ainda estiver salgado, elimine o sal dos outros ingredientes.

Tanto você pode levar ao forno para corar as batatas e servir imediatamente como pode preparar de véspera, deixar sem assar e guardar na geladeira até 1 hora antes de ir ao forno. Prefiro fazer de véspera, pois assim o sabor dos ingredientes se misturam.

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Bacalhau à Brás

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Sal com AlhoEsta receita é uma das mais tradicionais da cozinha portuguesa, que a minha família ama. Apesar de ter 7/8 de ascendência lusa, esta maneira de preparar o bacalhau não me foi passada pelas avós. Aprendi a fazer este prato em Lisboa,  há mais de vinte anos, quando fui ouvir um fado no Bairro Alto, onde a receita  foi criada por um tal de Braz. Serviram o bacalhau da casa, delicioso. Fiquei encantada! Na maior cara de pau pedi para aprender a fazer a receita. Pois não é que fui mesmo para a cozinha ajudar a preparar os pedidos?

Tem vantagens: é o bacalhau mais fácil e rápido de preparar, rende muito e sai barato, então dá pra fazer pra muita gente!

Sal com Alho

Esta receita é para 6 pessoas, então convide seus amigos!

Primeiro: veja em Dicas – bacalhau sobre a compra e o pré-preparo do bacalhau salgado.  O bacalhau – de 600 a 900 gr. – deve estar dessalgado, aferventado (não é cozido!) e em lascas grossas e compridas.

Prepare a batata palha. Corte de 2 a 3 cebolas grandes em fatias finas. Estes 3 ingredientes – bacalhau, batata palha e cebola – entram na receita em partes iguais. Separe ½ xícara de azeite, 4 dentes de alho e 4 ovos. Pique cebolinha verde na medida de ½ xícara.

Se tiver uma panela tipo wok, maravilha, porque é  mais fácil de não agarrar.

Despeje o azeite na panela. Frite a cebola até ficar amarelinha. Jogue o alho picado no fundo e deixe que frite. Acrescente o bacalhau e mexa com uma espátula. Junte metade da batata e misture tudo. Agora bata os ovos em uma vasilha funda, acrescente sal e pimenta do reino como se fosse temperar só o ovo. Jogue o ovo misturado na panela de modo que cubra toda a superfície. Vá mexendo com delicadeza até perceber que o ovo ficou  amarelo. Junte o restante da batata e misture. Prove o sal e a pimenta. O ponto do sal é o mínimo para que a mistura perca o sabor adocicado que a cebola dá. Por último, espalhe a cebolinha picada. Leve azeite, sal e pimenta do reino à mesa para que cada um tempere como quiser. Sirva acompanhado de arroz branco.

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Dica – Bacalhau

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  • Qual é o melhor bacalhau?

No caso do bacalhau seco e salgado, escolha sempre o que estiver mais alto e apresentar a cor mais clara.

  •  Compro o peixe inteiro, em postas ou desfiado?

Depende da receita.

  • Qual a quantidade por pessoa?

Se o bacalhau for o primeiro ou segundo prato, pode ser 100 gr. por pessoa, se for prato único e na receita o bacalhau for misturado com outros ingredientes pode ser 150 gr. Se for posta, pode calcular 200 gr. por pessoa.

  •  Como pré-prepará-lo para qualquer receita?

1. Lave e coloque o peixe salgado de molho na água fria por 24 horas antes de ir para o fogo. Troque toda a água 3 vezes.

2. Afervente o bacalhau só até a água ferver. Deixe esfriar. Retire os ossos, as espinhas e toda a pele. Nada de preguiça, não deixe nenhuma pele ou gordura, é isto que dá aquele gosto e cheiro nojentos.

3. Se for fazer bacalhau em posta, corte paralelo ao osso  da vértebra e tire as espinhas com cuidado para não abrir a peça.

4. Se for fazer prato tipo bacalhoada, à medida que for limpando as postas, vá separando as lascas curtas e grossas.

5. Se for fazer bacalhau tipo Brás, pataniscas ou salada, é mais fácil e mais barato comprar já desfiado, porque se comprar em posta não dá para tirar lascas compridas.

6. Depois de dessalgado e limpo, pode guardar no freezer por um bom tempo.

. Qual a diferença entre aferventar bacalhau na água ou no leite? Qual é melhor? 

Sempre afervente o bacalhau na água, mas se for fazer alguma receita que entre leite ou creme de leite  como ingrediente – como Bacalhau com Natas ou Bacalhau a Zé do Pipo, é bom aferventá-lo no leite e depois usar este leite, coado, como ingrediente. Se você colocar o bacalhau cozido no leite em uma receita que não leva leite está arriscando perder tudo, pois pode coalhar!

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