Durban 2 – Nino’s

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Turista que vai a Durban, cidade à beira mar do lado leste da África do Sul, tem de visitar o estádio Moses Mabhida, é ponto obrigatório. Além de ser uma bela construção (e olha que nós duas, as blogueiras do Sal & Alho, somos arquitetas e fomos a esta cidade para um congresso internacional de arquitetura) ainda tem no estádio um passeio sensacional para turistas. Pois devido à esta atração, o ano inteiro visita-se o lugar. Imagina que subimos em um bondinho até o topo do estádio e descemos em uma plataforma de onde se descortina o Oceano Índico, boa parte da cidade e o amplo parque esportivo em torno do estádio.

Demoramos mais do previsto no passeio e nos veio uma fome brutal. Não gosto de fast-food, tenho sempre a impressão que a comida pesa no estômago e engorda. Porém, numa terça feira às três da tarde só havia um único local aberto e a solução foi comer lá mesmo. Tivemos uma ótima surpresa, pois veio uma comida leve e deliciosa! Lição de hoje: nunca devemos ter pré-conceitos…

Almoço no Nino’s

Trata-se se uma cadeia de restaurantes que tem várias lojas no país. No cardápio encontra-se as tradicionais opções para café da manhã e refeições rápidas, tipo saladas, burguers e pastas. O que gostei é que oferece pratos completos com frango ou carne. Veja o que escolhi na foto do topo da página. Uma feliz combinação de peito de frango grelhado, molho hollandaise com aspargos, purê de abóbora, creme de espinafre,  fritas e uma saladinha básica. Todos estes já publicamos as receitas neste blog: basta clicar e achará cada uma delas. Só faltou:

Molho hollandaise

Este molho é feito à base de manteiga e gema de ovo. Derreta 1 colher de sopa de manteiga no microondas. Reserve. Junte em uma travessinha: 1 gema de ovo (sem a pele), 1 colherinha de café de suco de limão siciliano e 1 colher de sopa de água, sal e pimenta. Bata com o batedor de ovos. Leve esta mistura ao fogo baixo, continuando a mexer, por 2 minutos. Tire a panela do fogo. Misture a manteiga bem aos pouquinhos, sem parar de mexer, até o molho ficar bem cremoso. Mantenha o molho aquecido em banho maria até a hora de servir, mas , atenção, o molho não pode ferver senão talha. Na receita do Nino’s, aferventaram os aspargos e misturaram a este molho imediatamente antes de servir, uma delícia!

Viu? Se você estiver fazendo o dever de casa direitinho e preparando nossas receitas dia a dia, quando chegar a um restaurante como este poderá dizer: olha, gente! Sei fazer tudo o que está aqui no prato que escolhi!

 

Creme de feijão branco com gorgonzola

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O feijão branco e a fava são pouco valorizados e consumidos em Minas Gerais, talvez por falta de criatividade. Uma opção deliciosa é usar o feijão branco no Cassoulet de Pato (receita francesa) , outra é usar a fava na famosa Favada Asturiana (oba, lembrei desta receita espanhola, qualquer dia desses vamos fazê-la). Na culinária portuguesa é muito usado em saladas, uma boa dica é misturar os bagos de feijão branco, cozido e temperado, com bacalhau e cheiro verde. Para dar graça ao caldo de feijão branco é interessante acrescentar linguiça e bacon. Porém, hoje vamos a uma receita que tem um gostinho sofisticado:

Creme de feijão branco com gorgonzola

Para 4 pessoas, separe: 2 xícaras de chá de feijão branco, já cozido e sem caldo,1 xícara de café de cebola batidinha, 1 xícara de café de leite e outra de creme de leite, 1 colher de chá cheia de queijo gorgonzola ou roquefort. Para o tempero, irá usar: sal, alho, noz moscada e pimenta de reino branca.

O tempo de cozimento do feijão depende muito, se é novo, vai levar pouco tempo. Geralmente é suficiente cozinhar 10 minutos na panela de pressão (conte o tempo depois que começar a apitar). Enquanto o feijão cozinha, pique uma cebola pequena e prepare o creme de queijo: pique um pedaço de gorgonzola (ou roquefort) equivalente a uma colher de sopa bem cheia e amasse. Misture com o leite e leve ao fogo ou ao microondas para derreter.

Despeje uma colher de chá de óleo ou manteiga na panela, frite a cebola e o sal com alho até dourar. Acrescente os bagos do feijão, sem o caldo e frite-os. Reserve a terça parte do feijão cozido na panela e bata o restante no liquidificador junto com o creme de queijo. Volte com o creme batido para a panela e prove o tempero. Acrescentando uma pitadinha de noz moscada e outra de pimenta do reino branca. Deixe cozinhar mais alguns minutinhos. O ponto deve ser de creme grosso, se precisar ralear, uso o caldo do feijão e se precisar engrossar, deixe cozinhar mais, sempre mexendo com uma espátula de silicone ou colher de pau para não agarrar no fundo da panela. Um pouco antes de servir, junte 1 xícara de café de creme de leite, de preferência fresco (o creme de leite pode ser substituído por leite). Decore o creme já servido nos pratos ou cumbucas com pimenta rosa em grãos – além de ficar bonito dá um sabor especial.

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Durban 1 – Cargo Hold com tubarões

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Imagine-se jantando no porão de um velho galeão tendo à sua volta imensos tubarões! Pois isto é possível em Durban. No extremo sul das praias da cidade, próximo ao centro, em uma ponta de terra entre a praia e o porto, fica um interessante ponto turístico com diversas atrações, como o uShaka Marine World, um parque temático dedicado às maravilhas marítimas, lojas e restaurantes. É um lugar muito agradável de se passear a qualquer hora do dia, inclusive à noite, pois é bastante seguro. Entre as diversos opções gastronômicas escolhemos o restaurante que fica dentro do antigo barco, não somente por ser pitoresco jantar na companhia de tubarões, arraias e outros peixes incríveis como já sabíamos que a comida era bem feita, farta e oferecida a um bom preço. Pelo cardápio constatamos que a especialidade da casa é mesmo os frutos do mar, que oferecem em diversas combinações. Confira:

 

Frutos do mar grelhados

Meu olho cresceu quando vi o prato de lagostas, camarões, mexilhões e mariscos que serviram aos nossos amigos que já estavam na mesa do restaurante Cargo Hold quando chegamos. Sorte nossa encontrá-los ali, pois a fila de espera era grande. Gentilmente dividiram conosco este primeiro super farto prato bonito e aromático e depois dividimos com eles o que pedimos em seguida. Assim comemos, fizemos um intervalo e comemos de novo! Foi uma ótima experiência, pois enquanto esperávamos calmamente o recomeço, degustamos um excelente Sauvignon Blanc, evidentemente sul-africano e nos serviram (sem cobra nada!) deliciosos petiscos com sabor de mar.

 

Gulosa? Sim, confesso que sou. Aprecio tanto cozinhar como também comer bem. Porém mantenho o mesmo peso ideal a vida toda. O segredo é um só: mesmo que tenha vontade de devorar algo delicioso, mantenha o controle: coma sempre pouco! A gente acostuma…

Safari no Tala Reserve

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Durban é uma bela cidade turística da África do Sul, com um movimentado porto e quilômetros de excelentes praias à beira do Oceano Índico. Tendo ótima estrutura viária, hoteleira, esportiva e de lazer, o ano inteiro sedia eventos de todo tipo. É vizinha ao Vale das Mil Montanhas e do território PheZulu, onde tivemos um contato próximo com os zulus, suas tradições e artesanato. Ao lado de Durban ficam algumas das conhecidas reservas que fazem parte dos Parques Nacionais, onde tivemos oportunidade de ver, no seu habitat natural – e de bem pertinho – leões, hipopótamos, rinocerontes, zebras, girafas, impalas, búfalos, avestruzes, macacos, crocodilos e muitos outros.

Escolhemos visitar o Tala Private Game Reserve, a menos de 45 minutos do centro de Durban. Além da facilidade para se ver os animais à solta em uma imensa área de natureza preservada, o restaurante e os chalés para hospedagem são de um bom gosto arquitetônico e decorativo de impressionar pelo perfeito entrosamento com a natureza e o belíssimo trabalho artesanal.

Antes de sairmos numa 4×4 com um bem informado e simpático guia, encomendamos o nosso almoço. Às três da tarde, uma deliciosa refeição nos aguardava. Veja o que comemos:

Costeleta de cordeiro com fritas

As costeletas de cordeiro servidas na África do Sul tem bem mais carne e menos gordura do que as que se comem no nosso país. No prato que escolhi (ver foto no topo da página) a costeleta veio envolvida em um suculento molho barbecue de sabor apimentado, com tudo o que se come na África. Comi com as mãos, como a muito tempo não fazia. Uma experiência deliciosa!

Cordeiro cozido com molho barbecue, menta e beterraba

Difícil interpretar o molho que veio sobre os cubos de cordeiro cozido pois os temperos que usam na típica culinária sul-africana são bem diferentes dos nossos. Parece-me ter sido feito da seguinte maneira: aproveitou-se a borra do cozimento da carne para fritar a cebola roxa cortada em fatias finas. Juntou-se açúcar mascavo para caramelizá-la. Um molho barbecue básico foi acrescentado e finalizou-se com folhas de menta fresca picadas bem miudinho. Na decoração do prato usaram rodelas de pepino em conserva.

Capetown 5 – Vinícolas

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Vale a pena ficar mais um dia em Capetown só para visitar as vinícolas. Se estiver com pouco tempo, há uma pequena região ao sul da Table Montain distante apenas vinte a trinta minutos de Waterfront. Se for passear no Cabo da Boa Esperança, saia da cidade por volta das onze horas, tome a direção de Constantia e escolha uma das vinícolas que servem almoço. Depois da refeição, prossiga o passeio, dá tempo de ir ao Cabo ver o por do sol e retornar à cidade.

Como já havíamos previsto um dia inteiro dedicado à degustação de vinhos, saímos cedo, tomamos a N1 para o noroeste e, pouco antes de chegar a Paarl, dobramos à direita na R45, tendo como objetivo ir até Franschhoek. Esta é uma graciosa cidadezinha de origem francesa, fundada pelos huguenotes obrigados a deixar a França em 1685 por causa da perseguição religiosa. Ali fundaram uma comunidade que veio a produzir os primeiros vinhos do sul da África. Hoje é um famoso reduto de eno-gastronomia de influência francesa, com lojinhas, pequenos hotéis, cafés e restaurantes charmosíssimos. A região tem uma rota de vinhos bem organizada que conta com mais de cinquenta vinícolas.

Felizmente fomos com uma lista de vinícolas indicadas pela filha casada que lá esteve no ano passado com o marido gaúcho, apreciador de bons vinhos, com bastante tempo para conhecerem a região. Visitamos quatro vinícolas, e escolhemos duas delas para apresentarmos a vocês.

Vrede en Lust

Logo à entrada há um bar restaurante. Pelo horário, ainda cedo para o almoço, pedimos uma tábua de frios para acompanhar a degustação dos vinhos da casa. Além de ser uma vinícola famosa, ainda produzem um pão maravilhoso na padaria ao lado do restaurante. Veio uma cesta de pães recém assados e uma tábua cujo destaque foi a excelente qualidade do presunto cru. Três tops: manteiga da fábrica ao lado, um chutney de figos com pinoles e outro de beterrabas. Para se fazer um chutney prepara-se uma calda de vinagre de vinho tinto ou branco e açúcar mascavo, temperada com gengibre e outras especiarias, como cravo e canela, por exemplo. Então mistura-se a fruta cortada em lasquinhas ou ralada e deixa-se apurar (secar a calda) até o ponto de geleia. Como ambos tinham o paladar bem suave, percebi que na receita não tinha cebola, alho e pimenta, como levam os chutneys indianos. Vamos tentar reproduzir a receita e repassar para vocês. Repare nos figos, como os nossos, misturados ao presunto e à copa (semelhante ao nosso salaminho).

Tábua de frios

Tábua de frios

 

Delaire – Graff Estate

 

Chegamos à esta chiquérrima vinícola ao final da tarde e ficamos a ver o magnífico por do sol até escurecer por completo. Da sede fazem parte: o salão de degustação, dois restaurantes – o Indochine especializado em culinária asiática e o Delaire Graff, um bistro-chic – a adega de vinhos especiais e ainda um spa e área de hospedagem com apenas dez exclusivíssimos lodges. Ambientes do mais fino gosto e sofisticação. A vista para o vale e as montanhas é deslumbrante. Tanto nos ambientes internos quanto nos externos pode-se apreciar obras de arte singulares. Amei tudo!

Pelas fotos vocês podem ter uma ligeira ideia do lugar. Para lua-de-mel é perfeito! Acesse www.delaire.co.za e me dê razão.

Mousse de chocolate rápida

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Tenho colecionado durante a vida diversas receitas de mousses de chocolate, pois é uma sobremesa que a minha família adora.  A que passo hoje para vocês é a mais simples de fazer. Todas as vezes que a fazemos em casa, a travessa volta da mesa raspada até o último vestígio de chocolate. Veja como é simples:

Mousse de chocolate

A mousse fica muito mais gostosa se feita com chocolate em barra. Prefiro o meio-amargo da Nestlé – são 150 gr. que você irá gastar. Vai usar também: 1 lata de leite condensado (395 gr.),1 lata ou caixa de creme de leite (250gr.), 3 claras de ovos ( 4 claras se o ovo for pequeno) e 1/2 sachê de gelatina em pó incolor.

Primeiro misture o pó da gelatina com 1 colher de sopa de água e leve por 30 segundos ao microondas para derreter. Reserve. Corte 150 gr. da barra de chocolate e leve ao microondas em uma travessa de louça ou pirex por 1 minuto. Misture, veja se está todo derretido e reserve.  Rale o equivalente a 3/4 de xícara de café de chocolate para a cobertura. Reserve. Tome o recipiente maior da batedeira e coloque o leite condensado com o creme de leite.  Bata em baixa velocidade. Junte o chocolate, torne a bater. Em outro recipiente, bata as claras em neve. Junte as claras batidas à mistura de cremes e chocolate e misture devagar e de leve. Por último, junte a gelatina e misture bem, de leve. Coloque na travessa que irá servir. Por cima, espalhe o chocolate ralado. Leve à geladeira por aproximadamente 5 horas antes de servir.

Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimí-lo.

Capetown 4 – V&A shopping – Willoughby&Co.

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Retornamos ao Victoria & Albert Waterfront, desta vez ao shopping, para umas comprinhas, afinal…duas mulheres juntas, já viu, né? Quem resiste? Era a terceira vez que passávamos , em horários diferentes, pelo largo corredor que dá acesso à saída 9 para o estacionamento e notamos, mais uma vez, haver uma fila imensa para entrar no espaço fechado, cheio de mesas no meio deste corredor, em frente a uma mercearia – a Willoughby & Co. Bom sinal, pensei. A comida deve ser boa e barata. O ambiente estava animado, gente de todas as idades, conversando em vários idiomas. Espiamos dentro da mercearia, estava lotado, avaliei que haviam mais de cem pessoas às 18 horas. Voltamos às 20 horas, haviam só dez pessoas na fila. Ofereceram-nos uma taça de vinho e logo tomamos lugar numa das mesas coletivas da parte interna. Um tanto barulhenta, mas achei bom porque ficava entre as duas cozinhas – a japonesa e a de frutos do mar. Do nosso assento, pudemos acompanhar o intenso movimento dos sushimen japoneses de um lado e de três funcionários do outro lado, usando os tais chapéus de chef: um africano altíssimo de pele tão escura que chegava a ser azul, um branquelo de cabelo ruivo, também bem alto e uma moça oriental bem baixinha. Riam o tempo todo, enquanto conversavam e coordenavam com eficiência uma equipe de cozinheiros na cozinha adjacente e soltavam os pedidos para os garçons. Artistas.

 

O cardápio oferecia desde variedades surreais de comida japonêsa até todo tipo de frutos do mar e ainda carnes tradicionais e caças. Fui dar uma volta para ver o que as pessoas estavam comendo( sempre faço isto, despistadamente). A maioria delas, degustava sushis, sashimis, tempuras e yakisobas muito originais e lindos, veja alguns nas fotos abaixo:

A mercearia vende peixe fresco, que você escolhe e preparam na hora. O peixe é empanado e grelhado, vem com um molho de manteiga com ervas, acompanhado de batatas douradas. É preparado e vem direto à mesa em uma caçarola, servido individualmente – uma panela só para você! É o verdadeiro charme do restaurante!

 

Quase pedi o peixe do dia- Kinglip – mas não resisti a uma bacia de frutos do mar que vi passando. Perguntei o que era. Paella! ( veja foto do topo da página). Pedimos uma para duas pessoas- dava para quatro. Foi com muito, muito pesar, que fui obrigada a largar parte dos mariscos para trás. Fui ao balcão da cozinha ver como a preparavam. Diferente da Paella Valenciana que faço em casa e que já publicamos, lá fazem um arroz com açafrão que colocam no fundo da bacia. Por cima, colocam os frutos do mar. São feitos na grelha – uma enorme chapa de fogão industrial. À medida do cozimento, regam com azeite de ervas. Este você pode fazer misturando o azeite com ervas secas aromáticas.

À parte, ainda havia opções de sobremesa irresistíveis, ainda mais quando você as vê no prato do vizinho. Como desde criança acho que no estômago temos dois departamentos separados, um para salgados, outro para doces, atacamos as sobremesas. Já testamos a receita do bolo de chocolate vermelho (Red Velvet) e vamos fazê-lo para o blog qualquer dia desses. Quanto ao brownie, vamos pesquisar receitas, testá-las e escolher a melhor para o blog. Aguardem!

Uma boa surpresa nos esperava ao final: o preço precinho, a terça parte do que pagaríamos no litoral do Brasil. Indicamos!!!

Peixe à cambojana

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Desde gerações passadas, nossa família adora sair pelo mundo conhecendo novas culturas. Hoje o mundo está ficando todo igual, entramos em um shopping, são as mesmas lojas, as mesmas marcas. De repente, achamos que estamos ali ao lado da nossa casa. Porém, há traços marcantes em cada cultura dos quais cada povo se orgulha e defende a unhas e dentes. O mais visível e ainda possível de tocar, cheirar e provar, é a culinária. Uma experiência gastronômica em outras terras é sempre gratificante e enriquecedora.

A filha casada chegou do Camboja trazendo novidades, presentes, fotos e…ingredientes! Queria repetir para nós, mãe e irmã blogueiras – e, por tabela, para o nosso público – um prato típico que lá provou e adorou. Fomos jantar na casa dela e passamos uma noite muito agradável. Compartilhar o ato de cozinhar com as filhas é uma experiência inigualável.

Compartilhamos nosso jantar com vocês, prepare-o em casa para a sua família e amigos e receberá muitos elogios. 

Amok fish cambojano

Trata-se de um peixe de água doce que é temperado com uma mistura à qual dão o mesmo nome do peixe: Amok. É uma receita Khmer, ou seja, tradicional do antigo reino que ali existiu antes do Camboja de hoje. Por aqui, o peixe mais semelhante e fácil de encontrar é o surubim. Considere 150 gr. por pessoa e compre um bom filé já limpo. A receita seguinte é para 4 pessoas.

Tem um detalhe importante: o peixe é cozido à vapor dentro de uma forminha feita com folha de bananeira. Providencie, então, uma folha grande e larga – mesmo que seja para dar uma voltinha na estrada mais próxima e apanhar uma no mato. Lave muito bem a folha. Coloque-a sobre a bancada e com a ajuda de um prato de sopa emborcado para baixo como molde e uma faca de ponta fina, recorte no mínimo 8 discos – veja na primeira foto acima o disco cortado sobre o prato. Depois passe os discos de folha de bananeira ligeiramente na água quente para perderem a rigidez, a fim de dobrarem-se com facilidade. Para fazer as forminhas, acompanhe as fotos acima: dobre de 2 a 2, cada disco em um sentido da fibra da folha – isto é , observe as fibras, se um disco ficar com as fibras na horizontal o outro fica sobreposto com as fibras na vertical. Dobre ligeiramente, sem vincar, em três partes, com as bordas para cima. De cada lado, faça uma dobrinha e depois outra e outra, como pacote de presente. Prenda com um palito. Está pronta a “canoinha” para cozinhar o peixe. Providencie uma panela larga e uma peneira para colocar as canoinhas que serão cozidas no vapor ( banho-maria).

Para o molho do peixe, separe: 1 xícara de leite de côco, 1 colher de sopa bem cheia de açúcar mascavo, 2 ovos, 1 dente de alho bem socado, 1 colher de café de sal e os temperos especiais – 1 colher de sopa de molho de peixe ( encontra-se em mercearias orientais) e 1 colher de sopa do tempero de nome Amok Powder.

Bata primeiro os ovos, só para misturar as claras com as gemas e depois junte todos os demais ingredientes, sendo o último o leite de côco. Misture bem.

Corte o peixe em cubos de 3×3 cm. e tempere-o com o molho. Deixe descansando por quinze minutos. Divida o peixe em quatro partes e encha as canoinhas.

Coloque-as para cozinhar no vapor. Primeiro coloque no fogo alto, assim que a água ferver, deixe o fogo no mínimo. Deve cozinhar por aproximadamente 45 minutos. Após 30 minutos, confira o cozimento. Antes de tirar as canoinhas da panela, verifique, com um palito, se o peixe está macio.

Para acompanhar, o usual no Camboja é arroz branco cozido na água com sal. Porém, a filha é sofisticada e cozinhou, na água com sal, um arroz 7 grãos. Deixou 2 colheres de passas pretas hidratarem em ½ xícara de vinho branco e, ao final do cozimento, juntou ao arroz. Ficou delicioso! Para servir, desenforme-o usando um recipiente redondo (veja dica).

Meu genro escolheu um perfeito Sauvignon Blanc sul-africano para acompanhar o peixe. Caiu super bem!

Se quiser tentar preparar o Amok Powder em casa, os ingredientes são estes:

Talo de capim limão moído(ou capim santo), folhas de kaffir ( folha de limão Kaffir – pode ser desidratada), páprica, cúrcuma, galangal (da família do gengibre) e gengibre chinês. Tente achar em lojas de produtos alimentícios orientais. Possivelmente os nomes estarão em inglês: lemon grass, kaffir leaves, paprica, galangal, curcuma e finger root. A apresentação final é um pozinho fino marrom claro, da cor de cominho, menos amarelado que o curry.

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Capetown 3 – Karibu South Africa Dining

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Para quem mora em Belo Horizonte como nós, uma cidade mundialmente famosa pela quantidade de bares e restaurantes – mais de 16 mil estabelecimentos para 2,4 milhões de habitantes – estranha que aqui na África do Sul não existam bares ( como os nossos) e os restaurantes se acham restritos à área turística. Isto se deve ao fato dos nativos não terem o hábito de se alimentarem fora de casa. Tanto que só se vê nos restaurantes turistas e um ou outro grupo de executivos recebendo convidados estrangeiros.

Em Capetown, os restaurantes estão concentrados na área do antigo cais do porto, onde um cartaz de propaganda no Victoria & Albert Waterfront anuncia uma ampla área de alimentação onde se pode escolher o que comer entre 80 diferentes tipos de comida, que vai de fast-food a restaurantes de luxo apresentando a gastronomia de dezenas de países. Depois de percorrer mais de trinta restaurantes lendo os cardápios expostos na porta, escolhemos o que avaliamos ser o melhor – o Karibu South Africa Dining – tanto pela luxuosa decoração como pelo fluxo de pessoas – era o único praticamente lotado enquanto muitos outros estavam às moscas. Tomamos assento e logo chegou um coral de vozes masculinas que nos ofereceu um belo espetáculo. Passamos a analisar o cardápio. O restaurante oferece uma boa variedade de pratos típicos da África do Sul, como caças, cordeiro e frutos do mar. Escolhemos cordeiro da região de Karoo, especialidade da casa, em duas variações recomendadas.

Costeleta de cordeiro ao molho Karibu com batata salteada

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O famoso molho da casa do qual guardam segredo é um molho tipo barbecue, denso e temperado, feito na base de tomate com gosto de ketchup e, ao que me pareceu, temperado com ervas aromáticas, como hortelã e alecrim e um tanto caramelado. Vamos tentar reproduzi-lo em casa, quem sabe chegamos perto?

A costeleta, assada provavelmente por muitas horas, pois estava tenra, veio envolta no molho Karibu. Achei uma boa ideia servir a batata junto e ao mesmo tempo, à parte, pois caso contrário ficaria suja com o molho. A batata, cujo preparo chamam de wedge é impossível de ser reproduzida em casa, pois precisa de equipamento de uso industrial. Faça-a como a batata salteada que já publicamos, porém sem cheiro verde. Para arrematar, uma grossa fatia de tomate grelhado e um maço de salsa laçada com talos de cebolinha. Bela apresentação. Sabor? Delicioso!

Cordeiro ao molho secreto com arroz de açafrão

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Neste prato de cubos de cordeiro assado o grande lance é também o molho. No cardápio só diz que trata-se de um molho secreto que vem sendo preparado a gerações. Impossível de descobrir-se o que leva, quando muito, percebemos que o sabor a destacar-se é o do tamarindo e da pimenta zimbro. Simplesmente divino! O arroz deve ter sido preparado colocando-se um pouco de açafrão, curry e cominho na água do cozimento e finalizado com passas. Acompanhamento perfeito para cordeiro e carnes adocicadas.

V&A Crème Brûlée ( veja foto de destaque no topo da página)

De comer de joelhos! O creme veio com uma crosta de morangos e berries caramelizada. Ao lado, um copinho com Amarula, o famoso licor sul-africano. Aí quebra-se a crosta e vai-se derramando o licor aos pouquinhos. Hum… se um dia eu me tornar chef de verdade esta sobremesa será o meu cartão de visitas!

Abóbora moranga com carne seca

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Quando eu era menina as festas juninas eram em Junho. Começava a temporada de festança com as barraquinhas de Santo Antônio no dia 13, do santo padroeiro do colégio de mesmo nome no bairro dos Funcionários, hoje chamado de Savassi. Sucediam-se as festas nos colégios e clubes, com São João no dia 24 e fechando o mês com São Pedro no dia 29. Se eu começar a lembrar das histórias…escrevo esta folha e mais dez! Lembrei-me disto porque nunca faltavam nas barraquinhas os três caldos típicos mineiros: caldo de feijão, de mandioca e de abóbora. Hoje as festas se estenderam por julho afora mas não perderam suas características principais: quadrilha, fogueira, bandeirinhas e balões coloridos, barraquinhas de comidas típicas e de prendas. Ai, eu amo festa junina!

Vamos ao caldo que falta:

Caldo de abóbora com carne seca

Abóbora moranga rende bastante e nas festas juninas o caldo era infalível para que sua venda engordasse o cofrinho do santo. Ficava a ferver a noite toda nos imensos panelões das barraquinhas e era – ainda é – um dos pontos fortes de qualquer festa.

Em casa, se quiser sofisticar, pode apresentar o caldo dentro da própria moranga – é só pedir ao verdureiro para abrir uma tampa. Depois tire o recheio para fazer o caldo e coloque a abóbora no forno para amaciar. Por último, coloque o caldo pronto, esquente no forno e leve à mesa.

Para fazer o caldo, retire as sementes e corte a polpa da moranga em pedaços. Corte também cebola. Em uma panela, coloque um pouco de óleo e refogue a cebola e o sal com alho. Junte os pedaços de abóbora e acrescente água quente. Deixe cozinhar.

A esta altura, a carne seca (ou de sol) já deve estar preparada. Faça-a de véspera e deixe-a descansar no seu próprio caldo do cozimento. Veja a receita – igualzinho como se faz a carne cozida de panela.

Continuando, bata a abóbora já cozida com água no liquidificador e volte com o creme para a panela. Se precisar, acrescente água até o ponto de caldo. Deixe ferver. Pouco antes de servir, junte a carne seca desfiada e deixe cozinhar mais um pouco para entranhar o gosto. Prove o tempero, se quiser, acrescente pimenta. Na hora de servir, salpique cheiro verde picadinho.

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Capetown 2 – Penísula do Cabo

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Entre o passeio pela bem cuidada praia de Boulders Beach a ver milhares de pinguins ( ver foto acima) e o belíssimo por do sol enfrentando a ventania do extremo sul da África, no famoso farol do Cabo da Boa Esperança ( ver foto no final do texto), paramos para almoçar em um simpático restaurante típico da região de Saint Simon/ Saint James. Trata-se de uma ex-colônia da Marinha Britânica, rica em incríveis histórias de marinheiros dos séculos passados, desde os idos do século 17. Um típico sobrado branco com varanda, igualzinho àqueles velhinhos de beira-mar do sul da Inglaterra, oferecendo o tradicional fish and chips. Mais britânico, impossível. Pois bem, o cardápio oferecia ainda uma mescla de pratos internacionais com tempero local. Apostamos no peixe e no camarão frescos, pescas do dia, segundo o simpático rapaz que nos atendeu. As receitas que se seguem são a nossa interpretação do pratos que escolhemos.

Badejo sobre batatas com molho de alcaparras

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Um prato simples pode aparentar um certo requinte se servido com alguma arte. Vamos primeiro ao preparo do peixe e das batatas: tempere com sal e limão o filé de peixe – cerca de 150 a 200 gr. por pessoa. Reserve. Coloque as batatas baby para cozinhar com a pele, 4 pequenas por pessoa.

Prepare o molho tipo vinagrete: para cada pessoa, pique ¼ de tomate em cubinhos miúdos, junte uma colher de sopa de alcaparras picadas, ¼ de cebola picadinha, sal, limão, azeite e vinagre. Reserve. Cozinhe o brócolis no vapor. Prepare a maionese ou outro molho de sua preferência.

Cerca de quinze minutos antes de servir, grelhe ou asse o peixe, usando manteiga ou azeite. Quando mudar de cor e ficar branco e macio, antes de corar, jogue sobre o peixe um misturinha de cebola ralada, ervas aromáticas, sal e pimenta do reino branca. Tome a manteiga ou o azeite da panela ou assadeira e regue o peixe. Enquanto o peixe cora, use uma forma redonda para enformar as batatas já cozidas e salgadas (veja dica), apertando-as dentro do aro e depois virando-as diretamente no prato. Coloque o filé de peixe sobre a caminha de batatas e cubra-o com o molho que acabou de preparar junto com o peixe. Disponha no prato – veja a foto – o molho de maionese, o brócolis e o vinagrete de tomates e alcaparras.

Obs.: O peixe revelou-se de ótima consistência, o molho saboroso e as batatas sul-africanas são sempre uma boa pedida. O molho de maionese industrializado foi o ponto fraco. Aconselho substitui-lo por um simples fio de azeite de boa qualidade. Para incrementá-lo, soque ervas frescas, misture ao azeite, deixe ficar por algum tempo e depois coe.

Camarões com spaguetti ao molho de pimenta, côco e rúcula

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Tempere os camarões já limpos com sal e limão. Calcule de 150 a 200 gr. por pessoa. Deixe no tempero por quinze minutos. Lave as folhas da rúcula de deixe-as secarem. Corte as pimentas frescas – as que nos serviram parecem com a nossa malagueta porém são maiores e menos ardidas. Se preferir, substitua por pimentão vermelho.

Cozinhe o spaguetti – cerca de 50 gr. por pessoa (veja dica). Enquanto a pasta cozinha, derrame uma colher de sobremesa de azeite sobre na frigideira e frite os camarões até ficarem vermelhos. Retire os camarões da panela. Reserve.

Na borra que ficou, acrescente um fio de azeite ou um pouquinho de manteiga, uma colher de chá de cebola ralada e frite até dourar. Junte a mesma quantidade de molho de tomate caseiro ( por minha conta, na receita do restaurante não tinha nem cebola nem tomate no molho). Misture. Coloque ½ xícara de chá de água quente, raspe toda a borra até formar um caldo homogêneo. Acrescente as pimentas cortadas. Deixe que amaciem. Junte ½ xícara de chá de leite de côco (pode substituir por creme de leite ou uma mistura dos dois). Volte com os camarões. Misture. Deixe que o molho e os camarões cozinhem. Prove o sal. Desligue o fogo.

Escorra o spaguetti. Volte com o molho ao fogo, junte a pasta e as folhas de rúcula. Misture e sirva imediatamente.

Obs.: Para quem não está habituado a comida muito apimentada, há de se tomar cuidado ao pedir ou fazer um prato como este. Gostamos da mistura de leite de côco, porém acho melhor misturar também creme de leite fresco para suavizar o sabor do côco e dar uma consistência menos aguada ao molho.

Abaixo, foto do ponto mais ao sul da África, no Cabo da Boa Esperança, onde o Oceano Atlântico encontra o Oceano Índico

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Capetown 1 – Table Thirteen

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Novamente no continente africano para mais um passeio gastronômico do Sal & Alho! Há pouco tempo, a blogueira filha provou e amou a original culinária de Gana, semelhante à nossa baiana. Agora viemos, blogueiras mãe e filha, à África do Sul – desta feita com sérias intenções de comer bem. De outra vez que cá estivemos, há dez anos, lembro-me de ter provado carne de animais tipo avestruz, cobra, crocodilo, tartaruga, búfalo, impala, rã e outras mais estranhas. Desta vez, já que certas experiências só se precisa fazer uma vez na vida, escolheremos pratos que possamos interpretar e adaptar as receitas para vocês.

Pela sua localização geográfica, entre os Oceanos Atlântico e Índico, este país, colonizado por holandeses e ingleses, sofre também a influência da culinária árabe, indiana e paquistanesa, além da cozinha original das tribos locais e a de outros povos imigrantes africanos, tais como os vizinhos moçambicanos de colonização portuguesa. Comida chinesa, japonesa, italiana e francesa se vê por toda parte neste mundo, então você pode imaginar a miscelânea da culinária deste país! Bem, comemos um pouco de tudo, sem desagravo aos nossos sensíveis e exigentes paladares e estômagos.

À parte da aventura de circularmos por toda parte guiando na mão inglesa, enfrentamos não só o trânsito do rush de fim de tarde nas grandes cidades e nas rodovias, como também as incertas e bucólicas estradinhas das vinícolas e as emocionantes trilhas de Safari na savana.

Selecionamos para você algumas de nossas melhores experiências gastronômicas: a partir de hoje, siga a nossa série sobre a África do Sul.

 

 

Capetown 1 – Table Thirteen

Chegamos esfomeadas, indo direto do aeroporto para a região de Green Point à procura de alguma coisa para comer. Por ser duas da tarde, seguimos nosso faro até um pequeno café ainda aberto mas já vazio, sem esperança de algo relevante. Porém, a cozinheira nos recebeu com um largo sorriso, oferecendo-se para complementar o já quase findo buffet de saladas com um frango ao molho feito na hora. Fomos surpreendidas por um prato leve e delicioso. Aqui vai a receita, passada diretamente pela cozinheira:

Peito de frango ao molho de champignons com molho de iogurte e cominho.

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Corte como um pão para sanduiche o peito de frango desossado, faça um bife grande, tempere. Enrole-o, amarre-o com um barbante e leve à panela para grelhar. Depois de corado, desamarre o barbante o corte o rolinho em rodelas. Você vai obter simpáticas rodelas de frango! (Veja como fazer na receita do Frango Recheado). Achou complicado? Esqueça disto e escolha como quer fazer o peito de frango, ou simplesmente, grelhe o peito e fatie-o atravessado. O importante é ter o frango grelhado em pedaços.

Agora o molho: aproveite a borra da fritura do frango (no óleo ou na manteiga). Adicione cebola ralada ou picada miudinho. Junte cogumelo-de-paris fresco cortado às lascas. Frite, despeje um pouco d’água quente para fazer o caldo ( veja receita básica do frango com molho de cogumelos). Tempere com cominho e pimenta do reino branca. Prove o sal. Deixe o caldo quase secar. Derrame um pouquinho de vinho branco e deixe evaporar o álcool. Junte o iogurte, misture e desligue. Esta receita, pela delicadeza do paladar, classificamos como sendo inspirada na culinária francesa, porém com tempero local.

Para acompanhar, escolhemos uma salada de lentilhas com pimentões e cheiro verde, uma deliciosa abóbora moranga (daquela pequenininha) cortada em fatias e grelhada e salada de rúcula. Ótimo almoço de estréia!

 

O Table Thirteen serve café da manhã, almoço executivo e ainda vende produtos de fabricação local, como deliciosos biscoitos tipo tarallo italiano e brownies.

Palha italiana x salaminho de chocolate.

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Existem sobremesas com sabor de infância, como brigadeiro, pé de moleque, cajuzinho, cocada, olho de sogra. A gente cresce, passa a frequentar restaurantes e confeitarias sofisticadas na nossa terra e pelo mundo afora. Descobre novos sabores, deslumbra-se com tortas famosas, como, por exemplo, a Torta Sacher de Viena, a preferida de Sissi, a imperatriz. Porém a nossa memória gustativa fala mais alto. Basta chegar em casa e ver um prato de palha italiana que vem um ahhh! incontrolável. Tente resistir, você saliva sem querer. Tente prometer-se que só vai comer depois do almoço de domingo. Perda de tempo, o doce não lhe sai da cabeça.

Dê uma trégua ao seu regime, vá agora lá na cozinha. Em 10 minutos você prepara esta delícia chamada de palha italiana e tenho certeza que passará um dia mais feliz!

Já fiquei curiosa por causa do nome palha italiana. Visitando o Piemonte, ao norte da Itália, descobri na cidade de Alba, um doce maravilhoso – salame di cioccolato – bem parecido como o nosso, o que justifica a origem do nome. Se quiser saber a receita original, achei-a no site da Giallo Zafferano

Em Portugal também existe algo parecido. Chama-se salaminho, porém é feito com amêndoas. É praticamente a mesma base, mas troca-se o biscoito pela amêndoa sem casca e triturada (ou sem palha, como dizem por lá) e faz-se um rolinho igual a salaminho. Coloca-se para esfriar na geladeira, enrolado em papel alumínio, e depois corta-se em fatias. Tal como o brigadeiro, que já se chamou negrinho, a palha italiana surgiu há mais de um século no sul do Brasil, provavelmente nas comunidades mistas de italianos do norte da Itália e portugueses dos Açores. Certamente, desta mescla de culturas, nasceram esta e muitas outras delícias da legítima culinária brasileira.

Palha italiana 

Separe 1 lata ou caixa de leite condensado ( 250 gr.) , 2 colheres de sopa de chocolate Nestlé do fradinho ou Nescau ( ou melhor: ½ xícara de café de chocolate meio-amargo ralado), 1 colher de sopa de manteiga, 1 colher de sopa de creme de leite e 1 pacote de biscoito maizena ( 200 gr.). Eu prefiro usar o biscoito Divertidos.

Misture bem o leite condensado, a manteiga e o chocolate. Leve ao fogo baixo para cozinhar. Misture com colher de pau, continuamente, até começar a soltar da panela. Cuidado para não empelotar e não agarrar no fundo. Misture o creme de leite para dar uma consistência macia. Pique os biscoitos. Misture. Coloque a massa ainda quente sobre uma bancada limpa ou tabuleiro, formando uma camada de 1 cm de espessura. Deixe esfriar. Salpique açúcar refinado. Corte em losangos ou, como dizem os italianos “mal tagliatti”, ou seja, mal cortado, como os da foto acima.

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Pimentões coloridos

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Já publicamos no blog Sal & Alho 20 saladas clássicas e 20 saladas light. Todas frias. Que tal variar e servir no inverno legumes quentes?

Para quem gosta de legumes para servir frios como entrada e quentes como acompanhamento de carnes, selecionamos algumas receitas diferentes criadas por nós, simples de fazer e deliciosas. Pimentões ficam muito mais gostosos e fáceis de digerir se forem levados ao forno, sempre com um pouco de azeite. Experimente recheá-los e colha elogios.

Pimentões recheados com berinjela

Escolha 1 pimentão amarelo e outro vermelho mais 1 berinjela pequena e ½ cebola, de preferência da roxa. Separe 1 colher de passas, ½ xícara de café de vinho ou suco de uva, azeite, sal com alho e cheiro verde. Se tiver pimentão verde em casa, pode incluir também.

Corte os pimentões ao meio e tire as sementes. Reserve a metade de cada um para rechear. A outra metade será picada.

Pique a berinjela como na foto. Coloque imediatamente na água para não escurecer. Pique os pimentões e a cebola também, em quadrinhos bem pequenos. Reserve. Coloque as passas de molho no suco (ou vinho). Pique salsinha, cebolinha e hortelã em partes iguais.

Numa frigideira, coloque 1 colher de sopa de azeite e uma pontinha de colher de café de sal com alho. Se gostar de alho, prefira o alho picadinho, no caso, 1 dente. Escorra bem a berinjela e frite ligeiramente junto com a cebola. Desligue, acrescente os cubinhos de pimentões e as passas escorridas. Salpique o cheiro verde. Corte a base dos pimentões sem fazer buraco, apenas para que fiquem de pé. Recheie-os. Leve ao forno a 180 graus por 10 minutos.

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Panhoca com creme de queijo

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Quem conhece San Francisco, na costa leste dos Estados Unidos, deve lembrar-se de Fisherman’s Wharf, um antigo entreposto de peixe. Ainda hoje pode-se acompanhar de perto o movimento dos barcos de madeira coloridos e passear pelos barracões e passarelas construídos em madeira rústica à beira mar. Desde há muitos anos foi transformado em um tipo de shopping a céu aberto, cheio de bares, restaurantes e lojinhas descoladas. Sempre achei uma delícia passear por lá, pois é um lugar festivo e descontraído. Faz parte do programa de todo turista visitar o velho mercado para comer frutos do mar e ver os leões marinhos.

Foi lá que certa vez fiquei encantada com algo que comi e adorei: um tipo de pão redondo, que no Brasil chamamos de panhoca, recheado com creme. Não me lembro mais do nome que lá tem, mas recordo que se podia escolher o recheio. Parece-me que, originalmente, era uma comida barata de pescadores, um pão que servia como cuia para se comer um nutritivo caldo de peixe. Porém, o que faz sucesso hoje em dia é o que leva recheio de um creme branco com sabor de queijo. Com o tempo imagino que foram variando e enriquecendo a receita original.

Com esta chuvinha fria lá fora, chamei algumas amigas para tomarmos um vinho à noite e me deu vontade de tentar repetir a receita. Foi o que fiz, embora, confesso, não me lembro mais dos ingredientes dos recheios oferecidos. Não importa, deu certo e todo mundo adorou!

Panhoca recheada com creme de queijo

Escolha um pão por pessoa: é um pão redondo e alto, com uns 15 centímetros de circunferência, feito com massa semelhante à do pão francês e coberto com farinha fininha, como as baguetes. Corte uma tampa com cerca de 6 centímetros de circunferência na parte de cima e retire o miolo todo. Reserve o pão e a tampa.

 

Faça o recheio da seguinte maneira:

1- prepare 1 coxa de frango por pessoa, seguindo a receita do Coq-au-vin. Retire a carne dos ossos, desfie em pedaços pequenos e reserve.

2 – prepare um molho branco bem encorpado, cerca de 1 xícara por pessoa.

3 – cozinhe e pique a cenoura em cubinhos ( 1/3 de cenoura por pessoa)

4- lave e pique cogumelos de paris frescos em fatias ( 2 cogumelos por pessoa)

Misture o molho branco com requeijão de copo ( 1 a 2 colheres de sopa por pessoa). Junte o frango desfiado, a cenoura e os cogumelos. Deixe ferver. Se ficar muito grosso, coloque um pouco de leite. Deve ficar no ponto de mingau grosso. Outra opção seria derreter queijo tipo ementhal no leite e colocar no lugar do requeijão – acho que ficaria até mais gostoso, com gostinho de fondue!

Recheie os pães com o creme, tampe-os e leve ao forno já quente para aquecerem por 5 a 10 minutos. Coloquei cada pão dentro de uma tigelinha rasa de louça branca pois fiquei com receio de quebrarem se os transferisse de um tabuleiro para os respectivos pratos. Sirva bem quente, sobre outro prato para que as pessoas não se queimem.

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Frango recheado

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Se você se cansou do frango de sempre e hoje acordou com paciência para fazer um prato um pouquinho mais elaborado, aproveite para experimentar como valorizar um simples peito de frango. Dá até pra fazer um jantarzinho para os amigos gastando pouco e apresentando um prato bonito, com pinta de gourmet.

O recheio pode variar. Por exemplo, pode-se usar: ovo de codorna cozido, cenoura ligeiramente aferventada e cortada  em tiras, bacon cru, ameixa preta sem caroço, cogumelos fatiados, palmito, fatias de presunto, fatias de muçarela, etc. Gosto de usar sempre 3 variedades, de cores diferentes. Hoje abri a geladeira e achei tomate seco, abobrinha e queijo minas. Vamos ver como ficou:

Peito de frango recheado

Se ainda não tentou, está na hora de aprender a desdobrar um peito de frango para que possa recheá-lo. Limpe e coloque o peito de frango deitado sobre uma tábua de plástico. Faça o primeiro corte no peito deitado, pela frente, passando a faca na altura da primeira terça parte, da direita para a esquerda, sem deixar o corte ir até o fundo. Desdobre. Vire. Do lado contrário, faça outro corte no mesmo sentido, no meio da altura. Torne a desdobrar. Se achou difícil, escolha um peito de frango grande e simplesmente corte-o ao meio, como se corta pão francês para sanduíche. Bata o peito aberto com uma batedor de carne até obter um filé grande, liso e todo da mesma altura. Cuidado para não furar. Tempere com sal e alho e deixe por 15 minutos.

Recheie com o que quiser, observando os tamanhos compatíveis. O recheio deve ocupar o meio do bife, de modo que dê para dobrá-lo, fechando. Não coloque recheio até as pontas, para não sair fora na hora de fechar. Dobre um lado e depois o outro, feche nas pontas. Passe um barbante e amarre.Dobre as pontas para dentro e prenda com o barbante.

Doure o rolinho de um lado e outro, despeja água fervente pelas bordas e deixe cozinhar com pouco caldo até ficar macio. Deixe que sobre um pouco de caldo para regar a carne. Se preferir, leve ao forno a 180 graus, com papel laminado cobrindo, até ficar macio. Retire o laminado e deixe corar. Coloque um pouco de água fervente na assadeira para formar o caldo.

Corte e desenrole o barbante. Fatie o rolinho com cuidado para não arrebentar. Depois de fatiado, regue com o caldo do cozimento para não ficar seco.

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Suflê de goiabada com sorvete de queijo

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Sabe aquela receitinha fácil que você resolve fazer de repente e sempre é o maior sucesso? Exatamente esta! Ai, só de ver as fotos e começar a escrever já me deu vontade de largar o computador e ir para a cozinha fazê-la de novo!  Pois a que fizemos da última vez acabou num piscar de olhos. Tá bom, tá bom, não vou prometer e te largar aí na vontade. Primeiro escrevo, depois  faço mais. Olha que bobagem é a receita:

Suflê de goiabada

Recomendo usar travessinhas redondas de louça branca com 10 cm de boca e 6 cm de altura, que você compra nessas lojas que vendem louça branca comum. A receita leva apenas clara de ovo batida em neve e goiabada mole. Primeiro, pré aqueça o forno a 220 graus.

Para obter a goiabada no ponto certo é só levar a goiabada ao fogo com água e deixar derreter até o ponto em que você a coloca na colher e ela cai como um fio grosso. Para mim, a melhor goiabada que tem (industrializada) é a Zélia.

As claras devem ser batidas na batedeira em ¾ da velocidade até ficarem bem consistentes. Separe 1 colher de sopa cheia da calda de goiabada para cada clara de ovo. Esta quantidade dá para 2 pessoas, se considerar a porção da vasilha indicada. Assim que as claras estiverem batidas no ponto certo, vá adicionando a calda aos poucos e misturando levemente com a ajuda de uma espátula. Se for fazer em maior quantidade, continue batendo as claras com a calda de goiabada na batedeira, porém em baixa velocidade. Coloque as vasilhas dentro de um tabuleiro, enche-as até ¾ do volume. Diminua o forno para 180 graus e asse até que o suflê cresça e comece a corar. Sirva imediatamente.

Para acompanhar:

1a. opção: sorvete de queijo

Compre sorvete de nata ou de queijo. Rale queijo minas padrão bem fresquinho no ralo grosso. Deixe o sorvete derreter e misture o queijo ralado, na proporção de 2 partes de sorvete para 1 parte de queijo. Volte para o congelador e deixe que endureça de novo. Sirva ao lado do suflê, como na foto acima.

2a. opção : requeijão de copo

Se não teve tempo para fazer o sorvete de queijo.

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