Ossobuco com calabresa

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Este preparo de carne de boi, antes relegado à comida caseira de interior, vem ganhando destaque em restaurantes da moda, preparado por chefs conhecidos. Na Itália, o ossobuco sempre foi muito valorizado e servido nos melhores restaurantes. A influência vem ganhando admiradores por aqui. O importante é prepará-la no tempo devido – que é longo. A receita de hoje é bem típica da região central da Itália. Nota: a panela perfeita para preparar essa receita é a Le Creuset.

Ossobuco com calabresa

Ingredientes (para 4 pessoas): 4 pedaços de ossobuco (para rabada, use 1,2 kg), azeite, sal a gosto, 1 cebola branca grande picadinha, 5 dentes de alhos amassados, 1/2 xícara de linguiça calabresa picadinha (ou bacon), 1 copo de vinho tinto seco e encorpado, 2 latas de tomati pelati sem as sementes, 1/2 xícara de tomates secos (sem o óleo), 1 colher de chá de orégano desidratado, 1/2 colher de chá de alecrim, 4 fatias de presunto parma desfiadas.

Tempere as peças de ossobuco com sal e deixe por 15 minutos a meia hora. Aqueça uma panela de fundo grosso (de preferência que possa ir ao forno; nesse caso, pré-aqueça o forno a 180 graus). Deite azeite e sele as peças de ossobuco, de um lado e de outro. Reserve-as em um recipiente à parte.

Doure a cebola picadinha e acrescente os dentes de alho. Quando estiverem amolecidos, junte a linguiça e deixe que doure um pouco, soltando a gordura. Acrescente o vinho tinto e deixe que o álcool evapore. Adicione os tomates (os despelados da lata com o suco e os tomates secos) e os temperos e volte com a carne para a panela, cuidando para que fique submersa no molho.

Se sua panela puder ir ao forno, cubra-a com papel alumínio e sua tampa e deixe cozinhar por 1 e 1/2 hora. Se não puder, deixe-a no fogão, no fogo mais baixo que conseguir, pelo mesmo tempo. Confira, de tempos em tempos, se o molho começa a secar. Nesse caso, pingue água quente aos poucos (deixe uma panelinha com água a ferver ao lado).

Após esse tempo, acrescente as fatias de presunto parma desfiadas e confira o nível do molho e a maciez da carne. Devolva a panela para o forno (ou deixe no fogo baixo do fogão) por mais 1 hora ou até verificar que a carne está soltando do osso.

Sirva com polenta, risoto ou batatas ao murro (o acompanhamento deve ser capaz de absorver o suculento molho que se formou).

Para harmonizar, sugerimos um Merlot de bom corpo (recomendamos o da Vinícula Pizzato, da Serra Gaúcha).

Obs 1: Para quem gosta, adicione azeitonas pretas ao preparo (faltando 30 minutos para o término do cozimento).

Obs 2: Se o jantar for para dois, aproveite o que sobrar para preparar um ragu sensacional. É só desfiar a carne, desprezar os ossos e guardá-la com o molho no freezer para um outro jantar (nesse caso, retire as azeitonas e as substitua por outras frescas ao reaquecer o ragú). O molho fica ainda muito mais saboroso quando reaquecido. Sirva-o com uma boa massa.

Paella de pato

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Sabe a diferença entre arroz de pato, paella de pato e risotto de pato? O primeiro é português, o segundo é espanhol e o terceiro, italiano. Só isto? Não! O arroz é diferente, sobretudo o  italiano, que pode ser o arbóreo ou o carnaroli – esse tipo de arroz deixa o risotto mais pastoso. No mais, são muito parecidos e depende também das origens culinárias de quem o faz. Esta receita de hoje bem poderia ser um arroz de pato, porém vou fazer uma paella, igualzinha à que comi na região de Leon y Castilla, na Espanha.

Paella de pato com linguiça, ervilhas e cebolas

Primeira parte: cozimento do pato

Para 4 pessoas coloque na panela de pressão 2 coxas de pato para cozinhar junto com 1 cebola, 1 talo de salsão, 1/2 cenoura, 1 xícara de café de vinho branco ou tinto, 4 dentes de alho, 1 colher de sobremesa de sal, pimenta do reino a gosto e um raminho de salsa e cebolinha. Cubra com água e acrescente mais 1 litro. Feche bem a panela. Depois que começar a apitar, conte 40 minutos. Destrave e abra a tampa debaixo do jato de água fria (a tampa vai abrir sozinha). Retire as coxas e coe o caldo. Retire a carne dos ossos, pele e gordura e desfie em pedaços grandes. Reserve.

Segunda parte: Paella

Ingredientes: 1 xícara de chá de arroz, 6 cebolinhas baby ou 2 a 3 cebolas, 4 linguiças (tipo Guanabara da Sadia), 1 bom punhado de ervilhas de folha, 4 colheres de sopa de azeite, 1 colher de café de sal com alho, 2 colheres de sopa de bacon picadinho. Em uma panela funda, frite no azeite e no bacon as cebolas, o sal com alho e a linguiça pré-cozida cortada em tronquinhos. Coloque o arroz. Frite, mexendo bem para não agarrar no fundo. Despeje o caldo do pato – a conta de cobrir o arroz com certa folga. Assim que o arroz começar a amolecer, junte o pato desfiado. Abaixe o fogo. Vá acrescentando o caldo do pato – sempre quente – aos poucos, quando necessário. Prove, se o gosto do caldo estiver muito forte, pingue água quente ao invés do caldo.

Misture de vez em quando para não agarrar no fundo. Quando o arroz estiver quase cozido, junte as ervilhas de folha cortadas em lascas grandes. Vigie até o completo cozimento do arroz. Atenção: não deixe o arroz amolecer e virar uma papa. O arroz da paella é quase ao dente. Regue com um bom azeite e sirva quente. Nunca coloque queijo ralado na receita ou no prato, por cima (deixe-o para o risotto!)

Favas são comuns na região norte da Espanha e também muito usadas nesse tipo de paella. Se gostar, cozinhe-as à parte, ao dente, e acrescente-as ao arroz, bem escorridas, depois do pato. Outra receita parecida e muito popular é a que se usa grão-de-bico e pedaços de repolho ao invés de ervilhas de folha. Dependendo da região, o espanhol costuma fazer uma paella mista de pato e carne de porco, usando pedaços de pernil, de bacon e embutidos (como chamam as linguiças). No caso, as carnes precisam ser semi-cozidas à parte e acrescentadas no princípio do cozimento (junto com a cebola).

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Canoinha de beringela

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Esta receita é ideal para aquele prato único que você deixa semi-pronto para a noite. Pode ser preparada com antecedência e levada ao forno quando for servir. Varie o recheio, por exemplo, retirando a carne ou trocando a carne de boi moída por carne cozida desfiada, carne de porco desfiada, carne seca ou linguiça picadinha. Esta versão que apresento em seguida é a favorita da família.

Canoinha de beringela

Ingredientes: 1 beringela grande, 2 colheres de sopa de cada: cebola ralada, pimentão vermelho e pimentão amarelo cortados bem miudinho, molho de tomates, queijo parmesão* ralado. 1 xícara de chá de carne moída duas vezes ( prefiro chã-de-dentro, aparas de miolo de alcatra ou patinho). 1 colher de sopa de óleo e 1 colher de café de sal com alho.

Tome uma panela, esquente o óleo, doure a cebola e o sal com alho, junte a carne. Mexa até que mude de cor. Deixe corar ligeiramente. Reserve.

Prepare a beringela: corte-a ao meio no sentido do comprimento e retire o miolo com a ajuda de uma colher. Pique-o.

Junte o molho de tomate, os pimentões e a beringela picada à carne. Acenda o fogo novamente e misture tudo. Recheie as canoinhas. Cubra com o queijo ralado. Leve ao forno a 180 graus para derreter o queijo. Se for comer mais tarde, leve ao forno apenas quando for servir (o queijo endurece se levado ao forno por duas vezes).

Acompanhe com arroz branco e salada ou legumes cozidos.

  • substitua o parmesão por queijo minas sem lactose se tiver intolerância à lactose.Quer esta receita impressa? Clique aqui para baixar o PDF e imprimi-lo.

Arroz de pato

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Um dos artigos mais acessados  deste blog é a dica de como cozinhar pato. A maioria das pessoas acha que pato é semelhante a frango e quer fazer com que as receitas que faz com frango dêem certo com pato. Só que o pato tem a carne dura e demora muito mais tempo para cozinhar. Resultado: como a carne do pato fica dura e sem gosto – pois sua carne é mais difícil de absorver o tempero – dizem que detestam comer pato. Depois que aprendem como preparar o pato aí percebem como sua carne é saborosa. Pensei: se tanta gente acessa a dica, o que devem estar fazendo com o pato? Então hoje teremos mais uma receita de pato, originária da Península Ibérica, muito popular tanto  em Portugal como na Espanha. É ideal para ser servida como prato único naqueles almoços tardios de fim de semana ou como jantar, pois apesar de leve, sustenta.

Arroz de pato

Esta receita dá para 4 pessoas, considerando 1/2 coxa de pato por pessoa. Além das 2 coxas de pato ( é a parte melhor para se fazer esta receita) você vai precisar de alguns legumes como ingredientes para dar sabor e maciez à carne do pato no processo de cozimento: 1/2 cenoura, 1/2 cebola, 1/2 talo de alho poró, 2 dentes de alho, 1 raminho de cebolinha, de salsinha e de hortelã, 1 colher de sobremesa de sal, pimenta do reino a gosto, 2 folhas de louro e mais 1/2 xícara de café de vinho tinto. Não precisa colocar óleo ou similar porque o pato já vem com muita gordura, também não coloque vinagre pois já está colocando o vinho.

Tome uma panela de pressão e coloque dentro as coxas de pato e os ingredientes acima citados. Complete com água até cobrir o pato e sobrar mais 2 dedos de água, não ultrapassando 2/3 da altura da panela de pressão. Cozinhe por aproximadamente 40 minutos depois que a panela começar a apitar – dependendo da chama do fogão pode demorar mais. O importante é ter a carne macia ao final do cozimento.

Tire as coxas da panela e separe a carne dos ossos, peles e excesso de gorduras. Desfaça a carne do pato em lascas grandes. Coe o caldo e reserve. À parte, coloque um caneco com 1 litro de água para ferver. Agora vai precisar dos seguinte ingredientes: 1 colher de sopa de óleo ou de azeite, 1 colher de chá  de sal com alho, 1 xícara de chá de arroz, 1 cebola cortada em quatro, 1 cenoura cortada em cubinhos e 1 palmo de linguiça defumada tipo portuguesa ou calabresa.

 

Pique a linguiça em rodelas com 2 cm de espessura e coloque-as numa frigideira com 1/2 xícara de chá de água. Deixe que cozinhe nesta água até amaciar. Escorra e reserve. Tome uma panela larga e frite a linguiça no óleo.  Junte a cebola e o sal com alho. Não deixe que nenhum desses ingrediente escureça. Assim que estiverem fritos, acrescente o arroz e a cenoura em cubinhos e mexa até que o arroz fique translúcido. Acrescente o pato desfiado em pedaço grandes. Misture delicadamente. Abaixe o fogo e despeje o caldo de pato até tampar o arroz e sobrar 1 dedo. Tampe a panela ( deixando uma fresta) e vigie até que o caldo abaixe e apareça o arroz. Então despeje a água fervendo até o nível do arroz, cobrindo-o ligeiramente. Deixe cozinhar até o arroz ficar no ponto – bem cozido mas sem amolecer. Se precisar, vá pingando água até o completo cozimento.

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Castrillo – Cocido Maragato

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A começar do farto e variado café da manhã no Parador San Marco em León, hoje foi um dia de muitas andanças e comilanças. Ainda bem que a primeira compensa a segunda, caso contrário só hoje teria engordado um quilo. Pé na estrada pelo Caminho de Santiago. No meio da manhã paramos em Astorga. Imagine uma cidadezinha cuja rua principal é composta de uma loja de doce ao lado da outra com todo o tipo de guloseimas, balas, chocolates e os famosos biscoitos Mantecados. Minhas amigas se esbaldaram! Como não posso comer nada com farinha nem manteiga fui a ver vitrais na famosa Catedral gótica. Belíssimos!

 

Lá pelas duas da tarde, após uma boa caminhada em ligeiro aclive, chegamos a um dos povoados mais lindos e românticos que já vi na vida: Castrillo de los Polvazares. Juro que se casasse de novo iria passar a lua-de-mel neste lugar encantador. As vielas tem calçamento de pedra rústica,o casario é todo antigo e construído em alvenaria de pedras e argamassa da cor de terra, as janelas são pintadas de verde e de azul e há muitas flores por todo canto. Apaixonei. Bem, paramos neste lugarejo porque lá se faz o melhor Cocido Maragato da Espanha. Trata-se de uma das comidas típicas desta região do Norte e é de se comer de joelhos. O restaurante Entrepiedras é super charmoso, a começar pela divertida coleção de quadros. Veja:

Quanto à receita, à princípio a dona do restaurante fez ouvidos de surda. Aí tive a ideia de apresentar-me com um cartão do salcomalho  e mostrar o nosso blog. Pois ela ficou tão encantada que se desdobrou: chamou a cozinheira e esta me explicou tudo! Vamos lá:

Cocido Maragado (veja foto acima)

O prato principal é constituído de carnes que são cozidas no fogão de lenha por muitas horas. Entra carne de boi ( pode colocar um pedaço de maçã de peito), joelho e costelinha de porco ( com bastante carne e gordura), chorizo ( pode colocar linguiça defumada e calabresa), coxa de pato ou frango. Depois de tudo bem cozido, retire as carnes do caldo do cozimento. Apure o caldo e reserve-o. Frite, já na panela que vai para a mesa, um bom pedaço de toucinho de barriga e assim que derreter, frite as carnes. À parte, fazem bolinhos de peixe fritos ( tipo bolinho de bacalhau) misturando farinha, batata e peixe desfiado que são adicionados na panela na hora de servir. Este prato é acompanhado de grão-de-bico e repolho, que são cozidos separadamente no caldo da carne. Pode incluir batatas.

Depois de servidos estes pratos, trouxeram uma terrina de fideos ( pasta bem fininha) cozido no caldo da carne qua já cozinhou o repolho. Dizem que é digestivo (?). A refeição é acompanhada de pão caseiro ( tipo italiano) e vinho tinto.

Como sobremesa, serviram um creme (um mingau grosso de amido de milho e gema de ovo) com biscoito Maria e calda caramelada. É bem típico da região.

Veja abaixo o cardápio que nos foi servido e também outras opções do Restaurante Entrepiedras. Vale a pena ir até lá. Recomendo!

Depois de uma refeição pesada dessas, tomamos um bom café e retornamos à estrada para nova caminhada até o entardecer. Fim do dia em um lugarejo pitoresco e emblemático – Rabanal del Camino – que tem um bom hotel, três pousadinhas e apenas 60 habitantes. É parada obrigatória dos peregrinos para assistir-se à missa em canto gregoriano dos frades beneditinos. Um momento de reflexão, muita emoção e fé!

Arroz de carreteiro

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Fazeres populares como o arroz de carreteiro têm variações conforme a região do país. Até na casa da gente variamos conforme os ingredientes disponíveis. A base é sempre arroz, muita cebola e alho acrescida de carne seca ou de sol, charque ou linguiça ou até um pouco de cada. Pimenta? Sempre, na medida do gosto de cada um. Goianos metidos têm a coragem de achar que este arroz é invenção deles, mas nós mineiros fomos quem povoamos as terras de Goiás e a receita veio de Minas, uai. Se nos tempos antigos veio da Bahia? Provavelmente, pois parte da colonização do estado veio do Norte e este costume de colocar carne seca na comida é coisa de nordestino e mais – pimenta certamente é coisa de baiano.

Arroz de carreteiro

Quando estou com paciência de torrar bem o arroz até ficar bem moreninho, este preparo de arroz toma uma bonita tonalidade de dourada a marrom. Mas se você estiver com muita fome, perdôo, pode sair clarinho mesmo, é sempre muito gostoso.

Como ingredientes temos: óleo, bacon – que no interior de Minas tem o nome de toucinho defumado (quando eu era criança chamava de toucinho perfumado!), bastante cebola picada em rodelas, alho picadinho, carne seca ou de sol ou então charque já preparado. Pode por linguiça frita picada também.  E arroz, lógico!

Para esta receita que serve 2 pessoas usei 1 xícara de arroz, 2 colheres de óleo, 3 cebolas grandes, 2 dentes de alho, 1 tomate bem maduro sem semente cortado em cubinhos e  250 gr. de carne seca já pronta, da marca Vazda.

Antes de tudo, coloque 1 litro de água para ferver. Se quiser o arroz bem moreninho como o da foto você precisa usar uma panela de ferro. Se não tiver, vai outra qualquer. Prepare a carne: coloque 1 colher de óleo na panela, doure 1/4 da quantidade de cebola picada, junte o tomate em cubinhos. Assim que a cebola e o tomate tiverem amolecido, junte a carne já pronta e desfiada. Revire e está pronta. Tire da panela e reserve.

Na mesma panela, coloque mais óleo, espere esquentar, doure o restante da cebola e junte o alho. Acrescente o arroz e com uma colher de pau continue mexendo até que arroz e cebola fiquem marrons. Abaixe o fogo. Verta a água fervendo até cobrir o arroz, cerca de 1 1/2 cm. acima do nível do arroz. Prove o sal e acrescente pimenta. Confira se está bem temperadinho. Tampe a panela parcialmente e deixe o arroz cozinhar. Assim que a água baixar para o nível do arroz, junte a carne refogada e misture. Se necessário vá pingando água quente até que o arroz fique cozidinho. Sirva o prato salpicado de cheiro verde ( salsinha e cebolinha) picadinho, acompanhado de ovo frito e pimentas biquinho.

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Sopa de lentilhas

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É costume servir-se sopa de lentilhas no Natal. Dizem as famílias árabes que traz dinheiro o ano todo. Tudo bem, estamos em setembro, mas não custa fazer esta sopa mais vezes por ano para ajudar a carteira a ficar mais gordinha! Com ou sem superstição, é uma sopa muito fácil de fazer, nutritiva e deliciosa!

Sopa de lentilhas com bacon e linguiça defumada

Cozinhe a lentilha ao dente – calculo uma xícara de café para cada pessoa. Para 2 pessoas separe 1 cebola média picadinha, 1 colher de sopa cheia de bacon picadinho, 1 palmo de linguiça defumada, 1 colher de sopa de azeite e sal com alho.14

Coloque um pouco mais de 1/2 litro de água para ferver. Em outra panela, afervente a linguiça. Retire-a da panela e pique-a em rodelas.

Esquente o azeite, frite o bacon. Doure a cebola e depois o sal com alho. Junte a linguiça, misture. Junte a lentilha e a água fervendo. Prove o sal. Se quiser, coloque um tiquinho de pimenta síria ou pimenta do reino branca. Abaixe o fogo e deixe cozinhar mais um pouquinho. Sirva bem quente, acompanhada de pão.

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Caldo verde

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Abro um espaço entre os posts do Sal& Alho viaja – série Itália e Croácia para postar a receita do Caldo Verde português que fiquei devendo às minhas alunas desde antes desta viagem. Com atraso, aqui segue.

Caldo Verde 

Esta deliciosa sopa é perfeita para o frio que está fazendo aí nas Minas Gerais neste início de julho. Faz parte do elenco dos mais tradicionais pratos de origem portuguesa da culinária mineira.

Para 4 pessoas escolha 4 batatas médias, 1/2 linguiça cozida e defumada tipo portuguesa (calcule 20 cm.), 2 folhas grandes de couve, 1/2 cebola pequena ralada, 1 colher de sobremesa cheia de azeite ou manteiga, 1/2 colherinha de café de sal com alho e 1 pitadinha de pimenta do reino branca.

Corte as batatas em cubos e a linguiça em rodelas. Pique a couve bem fininha (veja aqui dica de como cortar) e passe a cebola no triturador de modo a ficar como ralada. Lave e afervente ligeiramente a linguiça.

Em uma panela, doure no azeite ou na manteiga a cebola e o sal com alho, sem deixar escurecer. Junte a linguiça  e a batata dando uma fritadinha. Acrescente água fervente, abaixe o fogo e deixe cozinhar. Assim que a batata estiver macia, deixe na panela a linguiça e o equivalente a uma batata e bata o restante das batatas no liquidificador com a água do cozimento. Junte mais água morna, se necessário, de modo a obter um caldo ralo.

Volte com o caldo para a panela e deixe engrossar até obter o ponto de sopa. Prove o tempero, acrescentando pimenta e sal, se necessário. Por último, antes de servir, junte a couve, mexa por 2 minutos e desligue.

Sirva em cumbuca ou prato fundo, acompanhada de  pão ou de torradas amanteigadas.

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Sopa de feijão branco

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Nada como uma sopinha para esquentar o corpo em uma noite de chuva fria! O problema é que, na volta para casa fugindo da chuva, não compramos nada para o jantar. Estamos famintas e o estoque de legumes do supermercado já acabou. Bem, achei uma lata de feijão branco no armário. Na geladeira tem um restinho de linguicinha. Descobri também uma última cebola. Pois daqui a 10 minutos teremos uma sopa deliciosa!

Se acontecer a mesma coisa com você – chegar em casa com fome e achar que não tem nada para comer – não fique triste, tudo tem solução. Mantenha na despensa alimentos enlatados (milho, grão-de-bico, feijão branco, lentilha, tomate pelado) e na geladeira bacon e linguiça, que têm longo prazo de validade. Cebola e alho também duram bastante e – maior dica- tenha uma pequena horta em casa, nem que seja em um vasinho.

Sopa de feijão branco com linguiça

Vamos preparar a sopa logo:

Corte a cebola e frite-a no azeite ou na manteiga. À parte, afervente e linguicinha. Esquente água em um caneco. Junte a linguicinha – ou a linguiça picada em tronquinhos – à cebola e frite junto o sal com alho.

Acrescente o feijão branco – que já está cozido – e misture. Amasse um pouco do feijão com uma colher de pau, para engrossar o caldo que veio na lata. Despeje água fervente, a conta de formar o caldo de sopa ralo. Prove o tempero, salpique sal, se necessário e uma pitada de pimenta do reino. Tampe a panela, abaixe o fogo e deixe cozinhar mais 5 minutos ou mais, para o caldo dar uma secada. Se tiver em casa ( temos sempre nos vasinhos que ficam na janela da cozinha) pique e jogue por cima um pouco de cebolinha verde. Está pronta!

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Risotto de alcachofras com linguicinha

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Adoro preparar um risotto porque é um prato rápido e simples de fazer.  Este foi preparado com alguns produtos comprados no supermercado de conveniência da esquina e usando uma única panela.

Gosto também de fazer risotto porque nos dá a oportunidade de criar, de inventar a cada dia uma receita nova. Tem só que seguir umas regrinhas básicas. Vejamos:

1- Use um bom arroz dos tipos que se vende para risottos, como carnaroli, arbório, etc. Nunca lave o arroz!

2- Há de se obedecer a ordem de colocação dos ingredientes – primeiro os mais firmes, depois os mais moles, sendo que alguns, como carnes, merecem ser preparados ou semi-cozidos antes.

3- É preciso que se tenha um bom caldo de legumes (ou de carne) já preparado ou então, use legumes, como cebola, cenoura, alho poró e bouquet garni (amarrado com ervas frescas) na preparação.

4- Se for colocar vinho, lembre-se que o tinto colore o arroz. O vinho tem que ser colocado depois da primeira água secar e precisa deixar evaporar o álcool.

5- Finalize, se quiser, com queijo tipo grana padano, parmesão ou pecorino, mas nunca use- jamais- creme de leite (caso de assassinato ao risotto para qualquer italiano) .

Este risotto que escolhemos para o nosso jantar de hoje é um bom exemplo de como seguir estas regrinhas. Acompanhe o passo-a-passo.

Risotto de alcachofras com linguicinha

Separe: arroz para risotto (1 xícara de chá para 2 pessoas, se for prato único), ½ cenoura picada , ½ cebola grande picada , 2 corações de alcachofras grandes, 10 mini-linguiças tipo italianas, 1 colher de café de sal, 1 dente de alho (ou 1 ponta de colher de alho em pó), 1 colher de sopa de cebolinha verde picadinha, ½ a ¾ de xícara de café de azeite de oliva, 1 xícara de café de vinho tinto, 1 colher de sobremesa de pesto ou molho de tomate.

Cozinhe a linguiça à parte com um pouco de água e reserve. Coloque cerca de 1 litro de água para ferver.

Esquente metade do azeite em uma panela. Frite primeiro a cenoura, depois doure a cebola e frite o sal com alho. Junte o restante do azeite e o arroz. Mexa, com uma colher de pau, até que os bagos fiquem translúcidos. Abaixe o fogo e acrescente água fervendo até tampar o arroz. Misture o pesto de tomate e a cebolinha verde. Prove o tempero e acrescente, se for o caso, sal a gosto.

Deixe a panela aberta e vá mexendo o arroz, de vez em quando, só para não agarrar no fundo. Assim que esta água quase secar, junte o vinho, misture e deixe que o álcool evapore. Mexa e acrescente mais água, até quase cobrir o arroz. Junte as alcachofras e as linguicinhas ( que já devem estar cozidas). Vá acrescentando água quente aos poucos até que o arroz fique ao dente- ou seja, cozido mas com alguma resistência ao ser mastigado.

Se quiser, finalize com 2 colheres de sopa rasas de queijo, mexendo ligeiramente.

Sirva bem quente.

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Aperitivo de linguicinha com cidra

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A comida de bar ou, como se diz em Minas, a comida de buteco, prima por ser aquele aperitivo ideal para petiscar enquanto se toma uma bebida gelada, como uma cerveja artesanal mineira, uma caipirinha caprichada ou até mesmo um whisky. Pois este aperitivo, ligeiramente adocicado,  vai perfeitamente bem com qualquer destas bebidas. Se seus amigos chegarem na sua casa de repente e cada um pedir uma bebida diferente, nem pense duas vezes, dê uma fugidinha ali na cozinha, prepare a linguicinha com cidra e surpreenda a todos com este tira-gosto delicioso. 

Para não ser pego de surpresa, tenha sempre em casa um pacote de 500 gr. de linguicinha e uma garrafa de cidra.

Tome uma panela e deite ao fundo um fio de óleo. Deixe esquentar e passe rapidamente a linguiça, em bolinhas ou cortada em tronquinhos de 1,5 cm. de largura. Acrescente a cidra e espere que o álcool evapore. Abaixe o fogo. Mexa de vez em quando e espere até que a calda seque. Está pronto! Sirva acompanhada de torradinhas amanteigadas.

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Linguicinha ao vinho

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Este é um aperitivo delicioso, bom para acompanhar vinho. É bem fácil de fazer.

Compre a linguicinha especial para aperitivo. Lave e fure cada uma fazendo um pequeno corte com uma faquinha. Coloque-as no micro-ondas para assar por 5 minutos ( atenção: se você não furar a linguiça ela estoura!)

Veja como fazer o molho: misture 1 xícara de café de aceto balsâmico com a mesma quantidade de vinho tinto. Leve ao fogo baixo em uma panelinha. Deixe evaporar o álcool e então misture 1 colher de sobremesa de maisena, previamente diluída em um pouco de água. Cozinhe em fogo baixo por uns 2 minutos e junte a linguiça, cozinhando por mais 5 minutos. Sirva imediatamente, pois à medida que esfria o caldo pode engrossar.

Acompanhe com pão francês ou baguette, natural ou ligeiramente torrado.

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Batata – aperitivo ou salada MB

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Batata é sempre fácil de preparar e tem uma infinidade de receitas, inclusive você poderá inventá-las! Se, de repente, seus amigos chegarem na sua casa sem avisar e você quiser aprontar um aperitivo rapidinho, veja se tem batatas na despensa e corra à cozinha para preparar uma dessas receitas.

Batata com ervas

Tanto é ótima para acompanhar uma cerveja como para colocar na Marmita Business e levar para o trabalho junto com uma saladinha de folhas. Basta ter em casa ou comprar batatinhas baby ou batatas comuns, azeite e ervas.

Cozinhe as batatas com casca. As pequenininhas ( ou maiores cortadas em cubos) colocadas para cozinhar na pressão ficam prontas em 10 minutos. Pegue uma dessas embalagens de supermercado redondas com tampa ( veja foto) e coloque as batatas cortadas dentro. Regue com um pouco de azeite e as ervas que tiver: pode ser ervas secas tipo aromáticas ou salsinha e cebolinha, ou manjericão ou alecrim, picados miudinho – o que for do seu agrado. Salpique uma poeirinha de sal. Se quiser, acrescente pimenta do reino ou calabresa ( cuidado!) Se for fazer uma conserva para guardar na geladeira e servir até uma semana depois, pode acrescentar vinagre de vinho branco. Tampe a embalagem e balance bem até misturar tudo. Sirva fria.

Batata com cebola e ervas

Proceda da mesma forma da receita anterior para fazer a batata. Estando esta pronta, pique as cebolinhas em quatro e frite ou asse-as com pouco azeite e um tiquinho de sal. Depois junte-as às batatas.

Batata com linguiça calabresa e cebola

Neste aperitivo, excelente para acompanhar cerveja, chopp, caipirinha ou whisky, junte à receita anterior uma linguiça defumada tipo calabresa para incrementar. Para isto, corte a linguiça e coloque para aferventar em uma frigideira até a água secar. Junte um pouquinho de azeite e salteie ( frite de todos os lados por igual – sabe como? Levante a frigideira do fogo e faça repetidos movimentos para a frente em circular, de baixo para cima). Coloque a linguiça para escorrer a gordura em uma peneira e depois transfira para o papel toalha para ficar bem sequinha. Junte à batata e à cebola. Veja o prato pronto na foto do topo da página.

Ideal também para acompanhar churrasco.

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Almoço mineiro em Tiradentes

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No último final de semana fomos à cidade histórica de Tiradentes, em Minas Gerais, para a inauguração do Museu de Sant’Ana. É mais um presente que Minas ganha do Instituto Cultural Flávio Gutierrez, criado e presidido por sua dinâmica e dedicada filha Ângela Gutierrez. Em 1998, Ouro Preto ganhou o Museu do Oratório; em 2005, Belo Horizonte recebeu o Museu de Artes e Ofícios. Neste último 19 de setembro foi a vez de vermos a antiga Cadeia de Tiradentes transformada no esplêndido museu dedicado às 291 imagens de Sant’Ana, descobertas e trazidas pela colecionadora de vários estados do Brasil e agora doadas por esta extraordinária mulher ao Patrimônio Histórico para constituir este museu.

Vá conhecer os dois outros museus (se ainda não foi) e o novíssimo Museu de Sant’Ana, pois têm obras belíssimas e são muito interessantes.

Porém este é um blog de gastronomia! Aqui compartilhamos os deliciosos pratos e doces da tradicional culinária mineira servidos no almoço de sábado, após nossa visita ao museu.

O conhecido chef Cantídio Lanna preparou para esta ocasião especial – vejam por ordem das fotos:

1- Cuscuz com açafrão, linguiça defumada e feijão roxinho, acompanhado de crespinho de couve;

2- Galinhada (nesta sou craque, passarei a receita em breve);

3 – Lombo de pirarucu (peixe grande encontrado nos rios da Amazônia) com ora-pro-nobis ( folha de uma trepadeira do mato muito comum no interior) e purê de banana da terra ( este estava divino, vou tentar repetir e passarei a receita);

4- Jarré de porco com angu (preparado de fubá com água) e mostarda (trata-se de uma folha de horta um pouco amarga muito apreciada no interior de Minas).

Vejam a maravilha dos doces mineiros – nome nas fotos:

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Doces cristalizados: laranja, mamão verde, abóbora moranga, abacaxi e figo

Estes doces merecerão receitas feitas uma a uma: com tempo iremos preparando e publicando. Minha avó, nascida em Ouro Preto, fazia muitíssimo bem todos eles e tive a chance e a sorte de aprender com ela.

Cassoulet

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A cidadezinha medieval de Carcassone, no sudeste da França, tem a fama de ser o lugar de origem deste prato tradicional da culinária francesa. Fui lá conferir e procurei o restaurante mais antigo da cidade – o põe antigo nisso – funciona ali desde antes do descobrimento do Brasil.

 

Realmente comi o melhor cassoulet da minha vida! Como sempre gosto de fazer, acompanhei no local e de perto o passo-a-passo do famoso prato. O cassoulet vem servido em uma cumbuca de cerâmica saída do forno de barro direto para a mesa.O sabor do feijão branco é delicioso, pois fica cremoso depois das horas que leva cozinhando em panela de ferro sobre brasa. Os outros ingredientes são a coxa de pato, que é feita em separado e depois colocada por cima antes da cumbuca ir ao forno e um tipo de embutido, parecido com nossa linguiça, por ser de lombo de porco. Este fica dias e dias pendurado sobre o fogão de lenha para defumar e depois é cortado em fatias e cozido junto com o feijão. Vamos então ao preparo desta iguaria seguindo de perto a receita original mas feito com a praticidade da cozinha atual.

Cassoulet de pato 

Quantidade de ingredientes para 4 pessoas: 2 xicaras de chá de feijão branco cru e 4 coxas de pato ( já preparadas – veja aqui como cozinhar o pato ), 1 xícara de café rasa de bacon picadinho, 1 cebola picadinha, sal e alho, pimenta do reino branca, louro em pó e mais 2 linguiças calabresas ( a mais semelhante ao embutido defumado da receita original). É fundamental que tenha guardado 2 xícaras do caldo do cozimento do pato.

De véspera, coloque o feijão branco de molho cobrindo com água dois dedos além do nível do feijão. No dia seguinte, cozinhe na panela de pressão com a água que ficou de molho ( deve ficar dois dedos acima do nível do feijão). O tempo de cozimento depende do feijão, normalmente, depois que a panela apita, deixo apenas 10 minutos. O bago deve ficar ainda um pouco duro e devem sobrar 2 xícaras do caldo do feijão cozido.

Enquanto isto, lave e pique a linguiça em fatias finas. Coloque para cozinhar, em separado, com ½ xícara de café de água e deixe que seque completamente. Reserve.

 

Em uma panela larga, frite bem o bacon em um pouco de óleo. Junte 1 colher de chá rasa de sal com alho e a cebola picada bem miudinha ou ralada. Assim que dourar, escorra os bagos do feijão, junte-os à fritura, mexendo com uma colher de pau, no mesmo sentido, até desgrudar do fundo.

Junte a linguiça ao feijão e em seguida, acrescente o caldo de feijão do cozimento. Misture e veja se está totalmente desgrudado do fundo da panela. Acrescente outras 2 xícaras do caldo do cozimento do pato. Misture bem, abaixe o fogo, tampe a panela e deixe que o feijão e a linguiça terminem de cozinhar juntos.

À parte, retire o excesso de gordura e pele das coxas de pato, conservando-as inteiras.

Quando o caldo estiver de boa consistência e o feijão já bem cozido, prove o tempero, acrescentando pimenta do reino branca, louro em pó e sal, se necessário.

Coloque as coxas de pato na panela por cima do feijão, pouco antes da hora de servir, a conta de esquentar junto. Sirva com cuidado, para as coxas não se desfazerem. Porém, se quiser servir à francesa, sirva as porções de feijão com linguiça em cumbucas de cerâmica, com uma coxa de pato em cada uma e leve ao forno só para esquentar.

Na França, o acompanhamento é apenas uma baguete bem crocante. O cassoulet pode ser servido com arroz branco à parte.

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Maneco sem jaleco

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Este nome engraçado, que nos lembra o jaleco do jeca da festa junina é o nome que o jeca mineiro ou o capiau da roça, dá para o caldo de fubá com linguiça e couve. É a versão brasileira do caldo verde, feito em Portugal com batata, paio e couve. Como o fubá de milho rende muito, sai muito mais barato que a versão portuguesa e o milho dá sensação de saciedade. Bom para alimentar as famílias com muitos filhos, pois é um caldo forte e nutritivo. Em casa, ora fazemos um, ora outro, mas eu acho o caldo com fubá muito mais gostoso. Há variações do caldo de fubá, por exemplo, experimente trocar a linguiça por frango desfiado. Compro fubá de milho no mercado central, mas há boas marcas no supermercado. Prefira o que é bem amarelinho.

Caldo de fubá com linguiça e couve

Os ingredientes que vai usar são: 1 xícara de chá ou 100 gr. de fubá de milho, 1 linguiça calabresa, 2 folhas de couve, 1 colher de sobremesa de óleo, ½ cebola e 1 colherinha de sal com alho. Nessas quantidades, o caldo dá para 6 pessoas.

Se for fazer conta de calorias veja: 100 gr. de fubá= 350 calorias, 200 gr. de linguiça= 600 calorias, 2 folhas de couve=22 calorias, óleo= 50 calorias e cebola= 31 calorias. Total dividido por 6= 175 calorias. Viu? Não precisa ter medo de comer, 1 prato do caldo não engorda!

Primeiro cozinhe o fubá com 2 xícaras de água e ½ colherinha de sal. Logo que provar e ver que está com gosto de cozido, desligue e reserve. Se precisar coloque mais água até formar um caldo ralo. Lave e pique a linguiça em fatias finas e parta as fatias ao meio. Cozinhe ligeiramente. Reserve. Enrole a couve e fatie fininho. Reserve.

Em uma panela, frite a cebola no sal com alho, junte as fatias de linguiça e mexa para que fritem ligeiramente. Acrescente o caldo de fubá, prove o sal. Deixe cozinhar mais 10 minutos até o caldo adquirir consistência de sopa rala. Pouco antes de servir, tipo 5 minutos, junte a couve.Sirva bem quente.Se quiser, enfeite com cheiro verde picadinho.

P.S. : jantamos esta sopa em um destes dias mais frios e que delícia estava!

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Canjiquinha com costelinha

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Desde o ano passado não provava desta delícia. Fiz ontem para o jantar e estava simplesmente divina, tive que me segurar para não mergulhar na panela e raspar até o último caldinho. Ainda bem que chegou uma amiga e levou um bocado para a família provar. Me salvou! Comi ali pelas 7 horas só um prato de sopa raso, mas me sustentou até pra mais de meia noite. Este caldo é uma da minhas mineirices prediletas. Tem cara de fazenda do interior, sabor de lembranças da infância, das festas juninas.

Canjiquinha com costelinha

A melhor canjiquinha é a fresquinha da roça, comprada no Mercado Central, no 2o. corredor paralelo à rua Curitiba, onde também se acha todo tipo de farinhas. Também comprei lá 1 linguiça calabresa bem cheirosa e 300 gr. de costelinha de porco bem gordinha de carnes. Canjiquinha rende muito, o volume dobra, então, se for fazer para 4 pessoas, 2 xícaras de chá são suficientes.Pique o equivalente a 1 xícara de café mal cheia de cebola e outro tanto igual de bacon. Reserve.

Faça primeiro a costelinha. Tempere com sal e alho, deixe uns 15 minutos, depois frite no óleo até ficar bem corada e vá colocando água fervente pelas beiradas da panela até que a carne esteja quase cozida. Precisa sobrar 1 xícara de chá cheia de caldo. Enquanto isto, coloque a canjiquinha, com água cobrindo, em outra panela e deixe cozinhar. À parte, corte a linguiça em lâminas finas e coloque para dar uma fervura com água. Depois escorra e reserve.

Quando a canjiquinha estiver começando a ficar molinha, pegue outra panela, frite no óleo o bacon e depois a cebola e 1 colher de chá rasa de sal com alho. Frite também a linguiça. Agora, com uma escumadeira, acrescente toda a canjiquinha, retirando-a escorrida da água do cozimento e mexendo para refogá-la. Despeje a costelinha com o seu caldo nesta panela. Veja se o caldo está tampando a canjiquinha cerca de 1 dedo, se não estiver, complete com a água do cozimento ou água fervente. Deixe que acabe de cozinhar tudo junto. Prove o sal, acrescente caldo de pimenta malagueta. No final, deve ficar com caldo, mas não muito.

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Creme de inhame com linguiça

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O inhame, ou cará (embora sejam um pouco diferentes), é um tubérculo comestível com o qual se pode fazer cremes, sopas, purês e bolos. Traz muitos benefícios para a saúde e ajuda no controle de peso, pois, ao ser ingerido, dá uma sensação de saciedade. Saiba mais em http://www.saude.pdw.com.br/2013/03/beneficios-do-inhame.html.

Hoje trazemos para você o creme de inhame feito com um toque mineiro. Para as noites mais frias, alimenta e é muito gostoso.

Creme de inhame com linguiça

Para 2 pessoas basta 1 inhame médio ou 2 pequenos, pois rende muito. Você vai usar ½ cebola, 1 ponta de colher de sal com alho, 1 colher de sopa de óleo, 1 palmo de linguiça de lombo fresca e temperada e ½ xícara de cheiro verde picadinho.

Descasque o inhame e pique em pedaços. Corte cebola, na medida de ¼ da quantidade de inhame. Ponha água para ferver à parte. Doure a cebola e o sal com alho no óleo, acrescente o inhame. Mexa. Assim que tiver mudado de cor e começar a secar, despeja água quente, tampe a panela, abaixe o fogo e deixe cozinhar até ficar macio.

Enquanto cozinha, coloque a linguiça inteira em um frigideira com pouca água e deixe que ferva. Espete a linguiça para ver se está cozida. Agora deixe a água secar ou escorra. Deite um pingo de óleo na frigideira e frite a linguiça de todos os lados. Assim que esfriar, corte-a com uma faquinha afiada ao comprido, para retirar a pele e os pedacinhos de lombo. Descarte as partes brancas, que são gordura pura. Reserve.

Desligue o fogo da panela com o inhame assim que estiver cozido, espere esfriar um pouquinho e bata no liquidificador. Volte com o creme para a panela, regule a espessura do creme, colocando mais água quente se estiver grosso ou deixando secar um pouquinho se estiver muito ralo. A consistência é de creme ralo, pois ao esfriar e depois esquentar para servir, vai engrossar. Prove o tempero; se gostar, acrescente pimenta do reino branca.

Pique a salsinha e a cebolinha verde miudinho e reserve.

Na hora de servir, coloque por cima do creme o cheiro verde e os pedacinhos da linguiça, como na foto.

Comida de rua em Budapeste

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Tarde de sábado de céu azul e temperatura fresca em Budapeste, capital da Hungria. Oba! Feira de comida na rua, barraquinhas, comidas e bebidas típicas a ótimos preços, feitas no maior capricho e deliciosas. Por todo lado, gente bonita e alegre aproveitando o início de primavera e tomando cerveja em canecos enormes! Saí fotografando tudo a fim de mostrar para vocês. Vamos lá, de 3 em 3 fotos. Clique nas fotos para ver o texto de cada uma.

A primeira receita seria a do Goulash, que aqui se chama sopa de Goulash ( pronuncia-se goyash). Esta já saiu no blog. Tem diferenças: a sopa tem muito mais caldo, vem temperada com muita páprica e leva batatas e cenouras. Fazem assim para render mais, pois carne aqui é muito cara e este é um prato bem popular.

A carne de porco é vista em todo lugar, na brasa assam pernil e joelho de porco ( primeira foto) e na chapa fritam embutidos (quinta foto), que apresentam muitas variedades; alguns, tipo salaminho, são comidos crus.

O Pato ao molho de laranja (segunda foto) é delicioso. Este você já pode fazer com receitas que já demos. Veja dica de como cozinhar pato e confira a receita do frango ao molho de laranja. Depois que o pato estiver cozido, siga a mesma receita do frango.

Esta maneira de se fazer batata (que está na terceira foto) é muito boa para acompanhar carnes assadas na brasa. Parece com a Salada de batatas quentes, só que é feita na chapa, por partes. Em uma chapa fritam a cebola cortada em quatro. Na outra, fritam as batatas cortadas e no final jogam por cima bastante cebolinha verde picada. Misturam as cebolas e as batatas com a linguiça, que por sua vez, também já foi frita em outra chapa. Em algumas barracas vi colocarem tomates cortados em quatro sem as sementes, que são fritos junto com as cebolas depois que estas já começaram a corar. Temperam com sal, páprica (sempre doce) em pó e pimenta do reino negra também em pó.

Nas barraquinhas vendem ainda queijos de muitas qualidades e procedências; pães, bolos e biscoitões; uma grande variedade de geléias e de temperinhos com ervas, mel natural, chocolates e outros produtos artesanais, como sabonetes. Já estamos às vésperas da Páscoa: vi lindos ovos, tanto os de verdade pintados à mãos quanto os de chocolate. Difícil resistir!

O feijão do tropeiro

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Duas preparações de feijão à mineira em seguida? Exato, pois são duas variações para acompanhar o lombo à mineira, que já está temperado e vai para o blog amanhã. Também fazem parte da mesma história!

Quando, no século 17, as Entradas e Bandeiras subiram as montanhas de Minas à procura de ouro, esmeraldas e diamantes, precisaram levar uma carga bem variada e pesada, que eram não só suas ferramentas de trabalho como barracas, cobertas, vestuário e mantimentos.  Quem fazia este serviço, comandando a tropa de escravos, conduzindo as mulas de carga e pequenos animais como galinhas e porcos eram os chamados tropeiros. Em geral, estes homens mestiços de confiança do patrão bandeirante eram quem conduzia e dava ordens à tropa.

Os primeiros bandeirantes exploravam o ouro de aluvião, ou seja, o que era coletado com bateias nas águas rasas de riachos. Assim que as pepitas de ouro começavam a escassear em um determinado ponto, os homens desmontavam  tudo e subiam rio acima, ou então procuravam outro veios. Desta forma, ficavam de 2 a 4 meses em um mesmo local. Assim que escolhiam onde montar novo acampamento, plantavam vegetais como feijão, couve, cebola, alho e ervas, que podiam ser colhidos em pouco tempo e também montavam o cercado para criar galinhas e porcos. A mandioca era nativa e fácil de secar e socar para virar farinha e ser guardada. Assim, tinham sempre à mão feijão, farinha e ovos. Quando um porco era abatido, comiam a carne, faziam linguiça com as tripas e miúdos e guardavam o que restava em latas com banha.  A comida de sustança da tropa no domingo, que além do feijão diário tinha direito aos restos da carne de porco consumida pelos patrões, era chamado de feijão do tropeiro. Hoje, é um prato tradicional preparado maravilhosamente nos restaurantes das cidades históricas de Minas Gerais. Você pode fazê-lo em casa!

Feijão tropeiro

O melhor feijão para este prato é o roxinho, por ter os bagos mais firmes. Vai precisar de bacon, cebola, linguiça e/ou pedaços de carne de porco, farinha de mandioca, ovos e ervas, como salsinha e cebolinha. Há quem misture ou adorne com couve e torresmo. Uma boa pimentinha é indispensável.

Para 4 pessoas separe ½ kg ou 2 xícaras de chá bem cheias de feijão. Coloque de molho na água de véspera para facilitar o cozimento. Atenção: cuidado para não cozinhar demais o feijão, os bagos precisam ficar ainda um pouco duros.

Corte o bacon ( 1 colher de sopa), a cebola ( 2 colheres de sopa), os pedaços de linguiça e de carne, do tamanho que caibam na boca sem precisar partir no prato. Pique a salsinha e a cebolinha. Separe 2 a 3 ovos.

Muita gente faz este feijão misturando tudo na panela, afirmo que não vai prestar, pois vira uma maçaroca.  É preciso que seja feito em 3 panelas. Na primeira panela, frite o bacon, a cebola e o sal com alho. Escorra bem o feijão do caldo e frite os bagos com cuidado para não parti-los. Misture então 1 a 2 colheres de farinha de mandioca. Se ficar seco, ponha um fio de azeite ou um pouco de manteiga. Na segunda panela, esquente ou frite a linguiça e/ou a carne de porco. Na terceira panela, frite os ovos, já misturados ligeiramente, no óleo ou na manteiga, salpique o sal e assim que endurecer, corte-o em pedaços grandes. Agora misture as carnes e depois os ovos ao feijão, com cuidado para não ficar pastoso. Prove o sal e a pimenta, acrescente o cheiro verde e sirva quente.  Acompanha couve e arroz.

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Batata na salada, curinga na mão

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Uma salada de batatas é um curinga que você tem na mão. Pode ser servida fria, como tira-gosto para uma cerveja bem gelada ou como entrada, junto à salada de folhas verdes. Servida quente, é uma excelente guarnição para acompanhar carnes.

Batata combina com cebola e com frios, tipo salaminho ou salames picantes e também com embutidos, tipo salsicha e linguiça. E, claro, nos lembra a culinária alemã. Então, vamos chamar esta receita que preparamos agora de

Salada alemã de batatas

Separe um caneco para cozinhar as batatas e uma frigideira para fritura.

Para 2 pessoas escolha 2 batatas médias e separe ½ cebola e 1 colher de sobremesa de bacon picadinho. Escolha um destes ingredientes: salaminho fatiado (o que eu prefiro), mortadela em cubos, salsichão ou linguiça aferventada e cortada em pedaços (de tamanho que dê para colocar na boca sem ter que partir).

Para o molho, misture: 1 gema, 1 colher de sobremesa de cada um desses: azeite, vinagre de vinho tinto e mostarda amarela. Tempere com 5 gotas de molho inglês, pimenta do reino e sal.

Cozinhe as batatas ao dente, despele e corte em cubos.  Frite a cebola e o bacon picadinhos em um fio de azeite. Tire do fogo, junte os cubos de batata e mexa com cuidado. Junte o salaminho (ou outro ingrediente que escolher), acrescente o molho e misture com cuidado para não desmanchar a batata.

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