Ceviche do La Mar – Peru

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A abertura do La Mar por Gastón Acurio, em 2005, foi um marco importante na história recente da culinária peruana. A ideia do restaurante nascera em 2002, quando Gastón empreendeu uma longa viagem ao interior do Peru e voltou com a ideia de dar destaque à qualidade dos ingredientes e ao pequeno produtor peruano. Sua intenção foi a de abrir não só uma cevicheria como valorizar a sustentabilidade e as boas práticas comerciais. Sonhou fazer do La Mar uma embaixada da cozinha peruana no mundo, tornando o “cebiche”( como se diz em Lima) um prato tão popular quanto a pizza e o sushi, incentivando a gastronomia peruana a se espalhar pelo mundo. O que vem acontecendo!

Na foto principal : o famoso cebiche do La Mar

O La Mar tem uma decoração alegre e descontraída, mais parece uma grande barraca de praia. Abre para almoço, não faz reserva e recebe, em sua maioria, executivos que tem pouco tempo para comer e querem uma refeição leve e saudável. Os garçons impressionam pela cordialidade e o serviço é rápido, de modo que a alta rotatividade torna o restaurante rentável. O que achei mais interessante é que, a cada dia, uma cooperativa de produtores é a responsável pelo fornecimento do pescado, tão fresco que não se passam mais de quatro horas entre o peixe sair do mar e ser servido!

Mas vamos ao que interessa: a receita do ceviche. Amei! Repeti em casa e ficou ótimo. Pena não ter camote ( tipo batata doce) e choclo ( milho graúdo), pois se tivesse ficaria muito melhor!

Ceviche peruano

O ceviche pode ser feito com peixe, camarão, polvo ou misturado. O mais tradicional é o de peixe branco – escolha entre badejo, linguado ou pescada, de preferência. Calcule de 50 a 80 gr. por pessoa.

Preparo: o filé de peixe ( limpo, sem pele nem ossinhos) precisa ser cortado em cubinhos e marinado por uma hora e meia ( não deixe passar) em uma mistura de suco de limão tahiti e sal marinho – muito limão pois o peixe precisa ficar imerso na mistura. Deixe em um recipiente de louça, na geladeira, tampado com um plástico filme.

Corte cebola roxa em fatias finíssimas.

Como tempero use coentro e ají ( na falta deste tipo de pimenta, use a dedo-de- moça, comum no Brasil). Corte-os bem miudinho.

Como fazer: tire o peixe da salmoura, escorra e separe o caldo que ficou – a este dão o nome de “leche de tigre”. Cada restaurante tem sua receita particular da salmoura, que pode levar outros temperos.

Na hora de servir, misture, em um bowl de aço inox, o peixe e a cebola e tempere com o leche de tigre, o coentro e a pimenta. Sirva imediatamente.

Para acompanhar: na receita do La Mar servem o ceviche junto com camote cozido e o choclo aferventado. Ambos levam apenas sal como tempero. Na falta destes, a opção é servir com a nossa batata doce roxa cozida ou então com chips de batata inglesa e mix de batata doce, à venda no Brasil.

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Pisco Sour

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O pisco está para o Peru como a cachaça está para o Brasil, ou seja, é a bebida mais típica e popular do país. Assim como se faz a famosa caipirinha ( umas das dez bebidas mais constantes nos menus de bares no mundo) com limão – a mais tradicional – e também com outras frutas, como abacaxi, maracujá, morango, lima, uva – no Peru tem pisco de vários sabores, sendo o mais tradicional o Pisco Sour, feito com limão tipo tahiti. Como no Brasil, há grandes fabricantes mas a bebida artesanal, dos pequenos alambiques, costuma ser melhor. Enquanto a cachaça é um destilado feito com cana-de-açúcar, o pisco é feito de uva e o título que vem na garrafa costuma ser do tipo de uva usada na sua fabricação.

Em minha viagem de dez dias pelo Peru tomei um Pisco Sour por dia, variando os sabores. Como se diz por lá, com um Pisco ficamos felizes e falantes, com dois, diz-se o que não se deve e com três, não se diz nada, pois a língua enrola!

A qualidade da bebida costuma ser de acordo com o nível do restaurante e os melhores coquetéis que tomei em Lima foram: na cebicheria La Mar, no restaurante Rosa Náutica e na centenária Taberna Queirolo . Nesta última, onde acredita-se que o coquetel Pisco Sour foi criado, servem a bebida com o famoso sanduíche de pernil. A taberna é ponto obrigatório tanto para a boemia da cidade quanto para os turistas que gostam de conhecer os pontos históricos da cidade. Em Cuzco, amei o Pisco de morango do Inka, na Praça de Armas.

Pisco Sour

 É difícil encontrar a bebida, mas tente, vale a pena! Eu trouxe duas garrafas do dutyfree de Lima (e já acabaram, que pena!).

Primeiro coloque os copos onde servirá a bebida no congelador.

Anote:

-3 doses de Pisco ( pode medir pelo nosso tradicional mini-copinho de cachaça) – fica bem forte

-1 dose de suco de limão coado e resfriado na geladeira

-1 dose de calda de açúcar já resfriada na geladeira ( leve ao fogo 1 colher de sobremesa de açúcar misturada com 1/2 copo d’água, deixe esfriar)

-½ clara de ovo ( considere fazer os coquetéis de 2 em 2)

Misture tudo na coqueteleira, com cuidado, pois a clara de ovo espuma e aumenta de volume.

Coloque imediatamente em um copo previamente gelado.

Nos melhores restaurantes costumam pingar 5 gotas de angostura – dá um toque especial!

Sirva antes que a espuma baixe.