Atum grelhado com crosta de gergelim

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O atum é um dos peixes mais nobres e conceituados da gastronomia internacional. Em seu preparo, o que o difere dos outros peixes – e isto é muito importante – é o ponto de cozimento: quase cru, no máximo, rosado. Portanto, se você não gosta de peixe cru, desista do atum. Mas se é um bom gourmet, com paladar sofisticado, experimente esta receita. Vai adorar e querer comer sempre o peixe suculento e tenro!

Compre na peixaria o filé de atum inteiro, que deve apresentar diâmetro e cor semelhantes a um lombo de porco de tamanho médio. Resfrie a carne no congelador para conseguir cortar os filés com perfeição – marque 2 dedos e corte reto, perpendicular ao sentido das fibras da carne ( como se corta um tornedor de filé mignon). Passe uma fina camada de sal de todos os lados de cada filé,  de 15 minutos a meia hora antes de prepará-lo para servir em seguida.

Torre o gergelim branco e o preto em quantidade suficiente para envolver todos os filés de atum.

Prepare um pesto com azeite extra-virgem, um macerado de ervas frescas ( salsinha e cebolinha verde/ pode por um pouquinho de hortelã) e uma pitadinha de sal.

No fogo alto, aqueça uma frigideira antiaderente. Assim que esquentar, coloque os filés de atum. Observe a lateral das peças: quando metade da altura tiver mudado de cor, vire os filés. Fique de olho: assim que observar gotículas sobre a carne, como se estivesse suando, a carne está no ponto certo, ou seja, semicrua por dentro. Neste ponto, os filés devem estar ligeiramente corados. Retire-os da frigideira, envolva-os primeiro no pesto e depois passe de um lado e outro no gergelim. Volte para a frigideira apenas para dar uma tostada rápida. Está pronto!

Sirva, de preferência, com uma salada de rúcula e alfaces, temperada com aceto balsâmico, shoyo e azeite. Pode acrescentar tomates confitados e cogumelos salteados.

Dica: para cortar os filés de atum de forma regular deixe-o no freezer até ficar duro. Corte reto no sentido transversal, marcando para cada filé cerca de de 3 cm ou 2 dedos.Veja o atum cru:

 

Sahagún – Paella de legumes

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Chegamos ao fim do dia a esta cidade histórica – muito rica e importante na época medieval – depois de uma boa caminhada morro acima entre campos de girassóis. Pena que, a esta época do ano, as flores que não foram colhidas já estão secas, sem o esplendor amarelo-dourado. Porém, me dei por muito feliz com as alfazemas lilases e de intenso aroma que margeiam o caminho. Colhi muitas flores e as minhas mãos ficaram impregnadas com seu delicioso perfume característico por dias. Fiz vários pacotinhos de sachês mas tive de deixá-los em Bruxelas, na casa da filha, pois é proibido trazer produtos vegetais para o Brasil. Queria tanto aquele perfume no meu armário…

Sahagún ainda guarda imponentes ruinas dos tempos medievais ( Abadia beneditina de Cluny) e muitas igrejas românicas ( sec. IX a XII) bem originais e conservadas, pois o gótico não passou por aqui. O estilo arquitetônico de suas casas lembrou-me o casario das cidadezinhas das Astúrias, exatamente no rumo norte. Assim que cheguei disparei pelas ruas abaixo e fui imediatamente atacada de paixão por esta cidade dourada ao por do sol. O lugar é considerado o meio do caminho francês de Santiago e tem muitos lugares a visitar – merece uma estadia de dia inteiro.

O ponto alto da visita foi uma belíssima e emocionante apresentação que tive a sorte de assistir ( acontece muito comigo de estar nos lugares certos nas horas certas, por mero acaso) no Santuário da Peregrina. Orquestra, coral e recital – tudo muito bem conduzido pelos habitantes da cidade, apresentando convidados especiais. Nós, peregrinos e turistas, somos sempre muitíssimos bem recebidos por toda parte na Espanha e ainda nos convidam a participar de tudo! Amei!

Vamos ao jantar. Nem é preciso dizer que eu estava absolutamente faminta depois de caminhar muitos e muitos quilômetros o dia inteiro. No restaurante “San Facundo” ( padroeiro da cidade) nos aguardava um jantar delicioso, composto de entradas – salada e pastel de aspargos, seguida de uma paella de legumes divina, entrecôt de boi ou peixe grelhado e postres ( sobremesas tradicionais). O peixe branco e saboroso – parece com nossa tilápia – foi servido grelhado na brasa, com a pele crocante e acompanhado de um molho de coentro com cebola e pimentão vermelho fatiados e também grelhados no azeite. Foi a primeira vez que comi uma paella só com legumes e estava tão maravilhosa que decidi tê-la por primeira receita a experimentar em casa, para passá-la já testada a vocês.

Paella de legumes

Resolvi fazer a paella em casa com os legumes que tinha na geladeira: cenoura, aspargos verdes, abobrinha, pimentões vermelho e amarelo e ainda cogumelos.

Você pode fazer com os legumes que mais gostar, mas não ponha batata ( a paella vai virar uma papa!) e se for acrescentar tomate, que seja pouco e ao finalzinho do cozimento, caso contrário o tomate toma o gosto de tudo. Sempre os legumes mais duros entrarão na panela antes do arroz e os mais moles, depois que fritar o arroz.

Quantidades para 10 pessoas: 4 xícaras de chá de arroz, 1 xícara de café de azeite, 1 colher de café de sal com alho, 2 xícaras de chá de cebola, 1 xícara de chá de cada um destes legumes picados: cenoura, aspargos verdes, pimentões (vermelho e amarelo junto) e abobrinha, 1 xícara de café de cogumelos, 1 colher de chá de sal, ½ colher de café de colorau. É muito importante ter 1 litro de um bom caldo de legumes caseiro já pronto e aquecido. À parte, coloque outro litro de água para ferver.

Tome uma panela grande. Aqueça o azeite no fogo alto e doure a cebola. Assim que amarelar, doure o sal com alho. Acrescente os legumes duros: cenoura e aspargos verdes. Mexa bem e deixe fritar por 5 a 8 minutos. Junte o arroz, mexa bem até misturar com os legumes. Baixe o fogo e despeje o caldo de legumes quente até cobrir o arroz. Coloque os pimentões e deixe os legumes mais macios para depois. Tampe parcialmente a panela e deixe cozinhando por mais 10 minutos.

Agora junte a abobrinha e os cogumelos, que são bem macios. Coloque o restante do caldo já misturado com o colorau. Misture e deixe mais 5 minutos. Prove o sal e acrescente o necessário. Mexa tudo de tanto em tanto só para não grudar no fundo. Se for preciso, vá acrescentando água quente até o cozimento de todos os legumes e do arroz. Atenção: o ponto, tanto do arroz quanto dos legumes é ao dente, não deixe que sua paella vire uma papa! E, por favor, nunca acrescente queijo, manteiga ou qualquer creme a uma paella, pois esta é uma receita espanhola (deixe estes ingredientes para as receitas italianas e francesas).

Foi o maior sucesso! A panela estava bem cheia e não sobrou nem um grãozinho!

Dica – Filé de peixe – grelhar, fritar ou assar?

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1- Se você tiver uma grelha, de churrasqueira ou elétrica, pode colocar o filé direto sobre a mesma. Assim que um lado corar, vire e core do outro lado.

2- Peixe é muito delicado para colocar sobre aquelas chapas de ferro que você põe sobre a trempe do fogão. Mesmo se untar com óleo costuma queimar.

3- Se quiser fritar o peixe numa frigideira, primeiro você tem que passar os dois lados do filé na farinha de trigo ou de pão para que o peixe não desmanche na fritura. Frite no óleo ou azeite e se, quiser, coloque manteiga só no final.

4 – Para assar, esquente o forno a 180 graus. Coloque o peixe na travessa refratária que vai servir, pois se colocar em uma assadeira o filé pode partir ao ser transportado para outro recipiente.  Passe azeite no fundo formando uma camada fina. Assente o peixe no meio da travessa e leve ao forno. O tempo de cozimento é de aproximadamente 20 minutos. Se o filé for alto, ou quiser apressar o cozimento, cubra com um papel alumínio; se começar a dar água, retire o papel alumínio e deixe corar ligeiramente.

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