Coelho ao caçador

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Pouca gente tem o costume de comer carne de coelho no Brasil. Acredito que as razões são culturais, pois a criação de coelhos, trazidos da Europa, foi introduzida tardiamente no país. Muitos se aventuram a cozinhá-lo tal qual se faz frango ou carne de porco, como não fica bom, passam a dizer que não gostam de carne de coelho. No entanto, sabendo fazê-lo, é um prato delicioso. Esta receita é proveniente da região da Toscana, na Itália, onde coelho é um prato muito comum e apreciado.

Nesta receita, servimos o coelho com nhoque grelhado e cenouras em corte palito, para dar um colorido ao prato.

Coelho ao caçador – com vinho e tomates

Como o tamanho o coelho varia, vamos tomar por base os ingredientes para preparar 1 (um) kg de coelho. Anote: 6 tomates tipo italiano maduros (ou 1 lata de tomati pelati), 1 cebola branca, 1 cebola roxa, 2 dentes de alho amassados (sem a casca, socados), 150 ml de vinho branco, 1 colher de chá de páprica picante, basílico ou manjericão, azeite, sal e pimenta do reino branca.  Vinho branco para a marinada.

Limpe o coelho e corte-o em pedaços. Prepare uma marinada com a cebola branca picada e os temperos verdes frescos de sua preferência, sal e pimenta do reino branca moída na hora. Para esta receita, além do manjericão, piquei salsinha, cebolinha verde e alecrim fresco. Junte vinho branco. Tome um saco plástico, coloque as peças cortadas do coelho, acrescente a marinada. Feche, deixe na geladeira por, no mínimo, 6 horas. Na metade do tempo, vire o saco de lado. Retire da geladeira e deixe voltar à temperatura ambiente.

Caso for usar tomates frescos: faça uma cruz superficial na lateral de cada tomate, com a ponta da faca. Coloque água para esquentar em uma panela. Quando a água estiver fervendo, desligue o fogo e coloque os tomates, um a um, retirando-os rapidamente, assim que a pele se soltar (use um garfão para não se queimar). Retire a pele com cuidado e parta-os em quatro, para tirar as sementes. Corte-os em cubos pequenos.

No caso dos tomates já pelados, retire as sementes, passando-os em um coador. Corte-os em pedaços.

Em uma panela funda, deite azeite e doure os pedaços do coelho. Retire-os e reserve em um recipiente à parte. Na mesma panela, doure a cebola roxa cortada em fatias. Acrescente a páprica e misture bem até incorporar. Pingue um pouco de água quente para a cebola não grudar na panela. Adicione o vinho branco e deixe o álcool evaporar. Acrescente os tomates, o alho e as folhas de manjericão.

Volte com o coelho para a panela e misture tudo. Acerte o tempero e deixe cozinhar, no fogo baixo, por, ao menos, 40 minutos, acrescentando água quente, pelas beiradas, de pouco em pouco,  até o completo cozimento da carne. Não deixe o molho secar, pois a carne deve ficar completamente envolvida no molho. Quando verificar que a carne está macia e o molho incorporado, está pronto!

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obs: sobrou coelho? Desfie a carne e guarde, junto com o resto do molho, no freezer. Quando precisar, terá  um ótimo ragú para rechear um ravioli caseiro.

 

 

Raviólis recheados com banana da terra

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Aprenda a fazer pasta caseira na forma de raviólis. Recheie-os com banana da terra, para variar do tradicional recheio de queijo ( ideal para os veganos e intolerantes). Ficam bonitos e originais se coloridos com suco de beterraba e deliciosos quando temperados com azeite e sálvia. No prato de hoje, o sabor contrasta à perfeição com o forte sabor de mostarda do molho da carne. Receita sofisticada para impressionar os amigos!

Raviólis de pasta fresca caseira recheados com banana da terra, ao molho de azeite e sálvia

Para o preparo de uma quantidade de massa (ou pasta) que serve 4 pessoas separe: 150 gr. de farinha de trigo de grano duro, 150 gr. de farinha de trigo comum, 1 beterraba pequena, 3 ovos, 1 colher de sopa de azeite e 1 colher de chá de sal.

Para o recheio: 3 bananas da terra, 1/2 cebola ralada, 1 colher de sopa de azeite, sal, pimenta branca e gengibre em pó a gosto.

Preparo da pasta:

Descasque a beterraba e corte-a em tiras. Bata no liquidificador com os ovos, até ficar um suco homogêneo.

Se tiver prática no preparo de pastas faça-a diretamente na bancada da cozinha, montando um “vulcãozinho”. (Caso contrário, prepare a massa da pasta em uma tigela, como na foto.

 

Peneire as farinhas, misture-as e disponha sobre a superfície de preparo. Faça um buraco no meio e despeje o suco de beterraba com ovos. Misture levemente com um garfo, adicione sal e azeite. Continue mexendo para incorporar a farinha ao líquido, aos poucos. Quando o garfo não for mais suficiente, ponha a mão na massa!

Misture bem até obter uma massa lisa e homogênea. Se estiver fazendo a pasta na tigela, em um determinado ponto será mais fácil virar a massa na bancada e usar a força das mãos para que a mistura incorpore toda a farinha e fique uniforme. Faça uma grande bola e envolva-a com filme plástico. Deixe-a descansar por, no mínimo, 30 minutos (máximo até uma hora). Se a temperatura do dia estiver muito quente, deixe a massa na geladeira. Porém não se esqueça de retirá-la dentro de meia hora, pois na geladeira perde a umidade e poderá ficar seca.

Aproveite o intervalo para preparar o recheio. Cozinhe a banana com casca até verificar que consegue perfurá-la facilmente com um garfo. Desligue o fogo, retire as bananas e despreze a água. Aproveite a mesma panela: aqueça-a em fogo baixo com um pouco de azeite e adicione a cebola ralada para dourar. Acrescente a banana (já amassada com garfo) e misture até que forme uma pasta. Tempere a gosto com sal, pimenta branca e gengibre. Apague o fogo e reserve (vale bater no processador se não tiver ralado a cebola ou amassado bem a banana).

Passado o tempo de repouso, é hora de abrir a massa. Reparta a bola de massa aos poucos, deixando o restante envolto em plástico filme para não ressecar. Na máquina, ou com um rolo usando a força dos braços, faça largas tiras para que possa cortar no formato desejado.

Se não tiver um cortador redondo, use um copo de vidro. Porcione as bolinhas de recheio e cubra com outro pedaço de massa e corte em círculos.

Dica: o segredo é ir cortando e recheando ao mesmo tempo para que a massa não resseque.
Vá colocando os raviólis na bancada e polvilhando com farinha. Quando terminar, aqueça um pouco de água em uma panela com uma colher de sal e leve-os para cozinhar. Subiu à superfície, está pronto!

Sirva com um molho de azeite e sálvia. Para prepará-lo basta aquecer o azeite e acrescentar as folhinhas de sálvia até que forme um molho aromatizado.

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Costelinhas de cordeiro ao molho de mostarda

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Hoje pela manhã, na rádio CBN, o Sardenberg perguntou ao Rusty Marcellini, em seu programa sobre gastronomia, qual era a sua maneira predileta de comer um cordeiro. Rusty respondeu com um fato curioso que, apesar de conhecido pela maioria, ainda confunde muita gente. A carne de cordeiro é a carne avermelhada e macia do bicho jovem que vem a ser o filhote do carneiro com a ovelha. No Rio Grande do Sul, terra onde há tradição de se comer churrasco de cordeiro, nos bons restaurantes servem o cordeiro mamão, que é o animal novinho, que foi abatido antes de ser desmamado e por isto tem a carne bem macia. Não é pra confundir com carne de cabrito, que é o filho do bode com a cabra. Como o cabrito é normalmente criado em solo montanhoso, sua carne é mais escura e mais dura – e o sabor é bem diferente da carne do cordeiro. Quanto ao preparo, Rusty explicou que quando tem tempo gosta de preparar pernil ou paleta, que podem ser ao forno ou cozidos na panela – os dois preparos levam tempo e são mais indicados para um jantar, acompanhados de um vinho encorpado. Quando tem pressa, no almoço por exemplo, Rusty prefere preparar uma costelinha ou o lombo do cordeiro, que são as partes mais macias. Pede um vinho leve.

Assim, procurei na minha reserva de receitas não publicadas e achei um preparo de costelinha de cordeiro muito rápido e fácil de fazer. Esta receita ainda foi feita em Bruxelas, quando minha filha lá morava.

Costelinhas de cordeiro ao molho de mostarda

Compre as costelinhas já cortadas como mostra a foto. Tempere-as com molho de mostarda ( se quiser fazer em casa veja a receita aqui), sal e pimenta do reino. Deixe por 15 minutos.

Esquente um fio de óleo ou azeite em uma frigideira antiaderente. Doure as costelinhas de um lado. Quando notar que começam a sair umas gotículas de sangue, vire  e deixe corar do outro lado. Retire do fogo e sirva imediatamente. Veja na última foto o ponto da carne: deve ficar bem vermelha por dentro, mal passada.

Como acompanhamento sugerimos nhoque de mandioquinha salteado ao molho de tomate com manjericão fresco. Para colorir o prato, enfeite-o com vagens bem verdinhas.

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Ossobuco ao Carmenère

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Quer fazer um jantar diferente e sofisticado e que vai custar muito pouco? O ossobuco, uma carne muito saborosa porque está perto do osso, é servida nos melhores restaurantes do mundo! É considerada uma receita gourmet porque é cheia de minúcias- que você precisa seguir para ter um resultado além das expectativas. Aqui está a receita passo-a-passo, não há nenhuma dificuldade para fazê-la, só precisa de tempo – mas quem vai trabalhar é o fogo!

Ossobuco ao molho de vinho Carmenère

Ingredientes para 4 pessoas: 4 peças de ossobuco, 1 cenoura pequena,1 cebola,1/3 de talo de alho poró, 2 xícaras de caldo de carne caseiro,2 xícaras de vinho tinto Carmenère,1 colher de sopa de geleia de Carmenère (opcional), 1 colher de sopa de farinha de trigo (ou de arroz), 2 folhas de louro e 2 dentes de alho (opcional), sal e pimenta do reino a gosto.

Deixe a carne à temperatura ambiente e tempere com sal e pimenta do reino. Aguarde, ao menos, 30 minutos. Enquanto isso, leve um caneco com água ao fogo. Corte em pedacinhos a cebola e o alho poró, rale a cenoura. Aqueça o forno a 180 graus.

Espalhe a farinha sobre as peças de carne (dos dois lados) e coloque-as em um prato. Leve uma panela funda, de preferência de ferro, ao fogo alto e espere que fique bem quente. Coloque manteiga ou azeite e doure as peças de ossobuco dos dois lados. Retire, disponha-as em uma assadeira e deixe-as no forno para se manterem aquecidas.

Retiradas as peças de carne, mantenha a panela no fogo para dourar a cebola, acrescentando azeite, se necessário. Quando estiverem amolecidas, junte a cenoura e o alho poró. Misture. Pingue um pouco de água quente se preciso, até ficarem macias. Abaixe o fogo e, afastando os legumes para as beiradas, coloque o vinho tinto. Espere que o álcool evapore (cheire e saberá). Nesse ponto, acrescente a geleia de carmenère* e misture. Logo após, junte o caldo de carne e um pouco d’ água quente para formar um bom caldo.

Retorne com as peças de ossobuco para a panela, deixando-as submersas no caldo. Se preciso, junte um pouco mais de água quente, pelas beiradas, mas não muito, para não ficar aguado. Coloque papel alumínio sobre a panela e tampe-a. Caso a sua panela possa ir ao forno, diminua a temperatura até os 150 graus e deixe cozinhando por 2:30 horas. Caso contrário, deixe no fogo mais baixo que conseguir e vigie o cozimento de tempos em tempos : se é necessário pingar mais água para o molho não secar. O tempo de cozimento será o mesmo.

Após este tempo, veja se a carne pode ser partida com uma colher. A esta altura é possível que algum osso tenha se soltado. Retire as peças de carne com cuidado e coloque-as na mesma assadeira, conservando-a no forno desligado para não esfriar.

Coe o molho que sobrou e, desprezando o bagaço dos legumes, volte com o caldo restante para a panela. Aumente o fogo e engrosse o caldo (misture um pouco de amido de milho diluído em água ou farinha de trigo pré tostada, como preferir).Volte com a carne para a panela e já pode servir!

Fica delicioso com quase tudo: arroz, batatas, nhoque, massa, risoto… Na foto principal: massa caseira com recheio de peras caramelizadas e roquefort.
* para fazer a geleia leve uma panelinha ao fogo com o vinho e um pouco de açúcar e vá misturando com uma colher de pau até o ponto de geleia.

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Rosas recheadas – pasta caseira colorida com beterraba e recheada com queijo

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Esta receita além de deliciosa tem uma linda e original apresentação. Surpreenda seu amor preparando-a para uma noite especial! Se nunca fez pasta em casa chegou o momento de experimentar. Porém há dois problemas: vai ficar com mania de fazer pasta em casa e nunca mais vai achar uma pasta industrializada suficientemente boa!

Rosas recheadas – pasta caseira colorida com beterraba e recheada com queijo

Para o preparo de uma quantidade de pasta que serve 4 pessoas separe: 150 gr. farinha de trigo de grano duro, 150 gr. de farinha de trigo comum, 3 ovos, 1 beterraba pequena, 1 colher de sopa de azeite e 1 colher de chá de sal.

Sugerimos rechear com queijo. Separe 500 gr. de queijo muçarela, 1/2 cebola ralada, 1 colher de sopa de azeite, sal, pimenta-do-reino e noz-moscada a gosto. Pode variar com o recheio que quiser.

Preparo da pasta:

Primeiro descasque a beterraba e corte-a em tiras pequenas e finas. Bata no liquidificador com os ovos até ficar um suco homogêneo.

Se tiver prática no preparo de pastas faça-a diretamente na bancada da cozinha montando o “vulcãozinho” como ensinamos da primeira vez. Clique aqui para lembrar o modo de fazer. Caso contrário, prepare a massa da pasta em uma tigela, como na foto.

Peneire as farinhas (para evitar que se surpreenda com alguma pedrinha), misture-as e disponha sobre a superfície de preparo. Faça um buraco no meio e despeje o suco de beterraba com ovos. Misture-os levemente com um garfo e adicione sal e azeite. Continue mexendo para incorporar a farinha ao líquido, aos poucos. Quando o garfo não for mais suficiente, ponha mão na massa!

Misture bem até obter uma massa lisa e homogênea. Se estiver fazendo a pasta na tigela, em um determinado ponto será mais fácil virar a massa na bancada e usar a força das mãos para que a mistura incorpore toda a farinha e fique uniforme. Faça uma grande bola e envolva-a com papel filme. Deixe-a descansar por, no mínimo, 30 minutos (máximo até uma hora). Se a temperatura do dia estiver muito quente, deixe a massa na geladeira. Porém não se esqueça de retirá-la dentro de meia hora, pois na geladeira perde a umidade e poderá ficar seca.

Aproveite o intervalo para preparar o recheio, que deve ficar tão gostoso como se fosse ser comido puro. Aqueça a panela (fogo baixo) com um pouco de azeite e adicione a cebola ralada para dourar. Acrescente o queijo (também já ralado) e misture até que derreta. Tempere a gosto com sal, pimenta-do-reino e noz moscada. Apague o fogo e reserve.

Passado o tempo de repouso, é hora de abrir a massa. Reparta a bola de massa aos poucos, deixando o restante envolto em plástico filme para não ressecar. Na máquina, ou com um rolo usando a força dos braços, faça largas tiras para que possa cortar no formato desejado.

Se não tiver um cortador redondo, use um copo de vidro. Com a ponta da faca, corte os círculos de massa. Com as aparas que sobraram, refaça uma bola e abra novamente para repetir o processo.

O segredo é ir cortando e recheando ao mesmo tempo para que a massa não resseque. Com o círculo na palma da mão, adicione um pouco de recheio no centro e dobre ao meio como uma meia-lua. Dobre novamente para juntar as pontas e aperte-as para que se grudem.

Vá colocando na bancada e polvilhando com farinha. Quando terminar, aqueça um pouco de água em uma panela e leve as rosinhas para cozinhar. Subiu à superfície, está pronto!

Sirva com um molho de manteiga e sálvia . Para prepará-lo basta derreter a manteiga e acrescentar as folhinhas de sálvia até que forme um molho aromatizado.

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Provincia di Salerno 1

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Todos os anos, no mês de janeiro, nosso querido Remo Peluso recebe os amigos para comemorar o seu aniversário no Provincia di Salerno, o famoso restaurante no tradicional bairro de Santa Efigênia, em Belo Horizonte.  Dizer que Remo é um dos mais tradicionais chefs da cidade é pouco, dizer que é o feliz proprietário de um dos melhores restaurantes da tradicional culinária italiana na cidade também é pouco. Remo é uma das figuras mais simpáticas que conheço, sempre um perfeito anfitrião, recebendo com um sorriso e um abraço seus inúmeros clientes, muitos deles diletos amigos de longa data.

Remo herdou o gosto pela gastronomia da família italiana, originária da região de Sicili, na Provincia di Salerno, Sul da Itália. Na casa da mamma Anella a disputa por quem cozinha melhor sempre foi acirrada, tanto que, dos nove irmãos, quatro têm (ou já tiveram) seus próprios restaurantes. No entanto, foi o primo, Marco Antonio Anastasia Cardoso, quem o convenceu a abrir o primeiro restaurante da família, já conhecida, desde a pátria mãe, no ramo de padaria e pastifício.

Frequento o restaurante desde a inauguração, há 32 anos, no seu primeiro endereço, no charmoso porão da antiga Casa Amarela da Rua Pernambuco. Quem se lembra? Era um ambiente de teto baixo, pequeno, pitoresco e muito acolhedor, onde comia-se uma pasta simplesmente divina. Um pedacinho da Itália no tradicional bairro dos Funcionários ( hoje chamado de Savassi), cujos 30 lugares eram sempre disputadíssimos.

Um belo dia, o proprietário da velha casa pediu o imóvel. Foi a nossa sorte, pois Remo decidiu abrir um restaurante muito maior, em um imóvel de sua propriedade que reformou completamente, na esquina de Avenida do Contorno com Rua Maranhão, bem no meio da colônia italiana da cidade. Na época, os restaurantes se concentravam entre o Centro e a Praça da Savassi e disseram que nosso amigo estava louco. Na verdade, foi um precursor, pois hoje a região é famosa por seus inúmeros restaurantes, muitos deles de descendentes das antigas famílias italianas do bairro.

Pergunto a Remo onde busca inspiração para tantas receitas deliciosas. Muitas são antigas receitas de família, resgatadas na região do Ciliento. Apaixonado por gastronomia, Remo está sempre estudando e pesquisando na Itália, onde já fez diversos cursos e recebeu, há 7 anos, do então Ministro da Gastronomia Nicko Cremaglia, um importante prêmio por ser um dos melhores restaurantes do mundo na divulgação da cultura italiana.

Na verdade, quem conhece a casa pode dizer: não é só a qualidade e variedade dos pratos que nos encanta – a decoração, recheada de peças antigas e originais da Itália é um museu interessantíssimo. Sempre me encanto com os afrescos das paredes, os móveis antigos, a rica pinacoteca, as peças trabalhadas em prata e metal, os cristais, a colorida faiança representando a pungente vida italiana – o teatro, a música e a dança. Divirto-me com os provérbios e troças escritas em peças de cerâmica – confesso que me despertaram e incentivaram-me no estudo do idioma italiano e suas variações regionais.

Há mais tempo – Remo conta-me – havia dificuldade em se conseguir ingredientes de qualidade. Hoje, sua casa importa diretamente o legítimo tomate italiano in natura, o azeite, os diferentes queijos. Com os melhores ingredientes, nosso dedicado chef tem tentado inovar o cardápio – o que, confessa-me, tem sido difícil. Compreendo, os frequentadores habituais – muitos dos quais chegam de diferentes partes do Brasil e do mundo – fazem questão de saborear os mesmos pratos que comiam há vinte anos! Muitos fazem parte de histórias das famílias dos clientes, como tirá-los do cardápio?

Bem, nem preciso dizer que adoro ir na Província tanto à noite, no fim de semana, como nos almoços de sábado ou domingo. Não é privilégio meu sentir-me em casa! Com um perfeito anfitrião sempre presente e sua atenciosa equipe sempre disponível, você certamente passará momentos inesquecíveis em uma vera casa italiana!

Quer conhecer o cardápio do restaurante? Clique aqui.

Amanhã continuo – vou mostrar o banquete do aniversário!

 

 

Fettuccine ao molho de limão siciliano

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Quem é de Belo Horizonte sabe porque a presença da culinária italiana é tão marcante entre nós. Para quem não é daqui, vou contar:

No início do século passado, quando iniciou-se a construção da nova capital de Minas Gerais,  artífices especializados em construção civil vieram com suas famílias de vários lugares da Itália, sobretudo do Norte, para erigir a nova cidade. A maior parte foi morar no Bairro de Santa Efigênia. Hoje temos em BH excelentes pizzarias, cantinas e restaurantes de filhos e netos destes imigrantes. Em nossa casa, preparamos pratos de origem italiana, no mínimo, três vezes por semana. Para receitas à base de molho branco gosto de usar as pastas de corte longo e chato, tipo fettuccine, tagliatelle ou papardelle.

Tagliatelle ao molho de limão siciliano

Para o preparo da pasta, veja Dica- cozimentos de pastas.

Vai precisar de azeite ou manteiga, sal com alho, cebola ralada, farinha de trigo, leite, creme de leite fresco e limão, de preferência siciliano.

Faça um molho branco básico bem temperado e consistente, batendo-o no liquidificador, já pronto, para que fique bem lisinho. Quantidade: para um pacote de 500 gr., que dá para de 6 a 10 pessoas, dependendo se for servido como primeiro prato ou prato único, faça o equivalente a 2 xícaras de chá de molho.

Assim que a pasta estiver quase cozida – veja o tempo na embalagem –proceda à finalização do molho: esquente o molho branco até quase ferver em uma panela limpa, pingue suco de limão até que o gosto fique de seu agrado. Enquanto a pasta escorre, acrescente o creme de leite fresco ao molho branco até que adquira a textura de um creme fluido, como a de creme de leite batido. Prove o sal e acrescente pimenta rosa a gosto. Desligue antes que ferva.

Coloque a  pasta entremeada com o molho em uma travessa refratária e sirva bem quente. Se houver um descompasso entre o perfeito cozimento da massa (ao dente) e o preparo final do molho, leve ao forno para aquecer antes de servir.

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