Sal & Alho Viaja – Gana

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Por esses dias o Sal & Alho teve a oportunidade de dar um pulinho ali em Gana. Sim: Gana, na África, aquele país que na Copa do Mundo deu um show de alegria e cores no futebol. O motivo foi um congresso e a viagem foi bem rápida. Mas é claro que aproveitamos para dar uma boa espiada em tudo que tinha a ver com comida e vou contar um pouco  do que vi e senti em apenas quatro dias.

Muitas cores!

Muitas cores!

Como todos com quem conversei depois do retorno, imagino que vocês estejam com muita curiosidade para saber como é tudo por lá. Pois lhe conto. A impressão que tive, nessa passagem super rápida, foi de um povo alegre, colorido e muito orgulhoso de seu país. A princípio, dão a impressão de serem um pouco “marrentos” mas com um pouco de conversa, logo abrem um sorriso e começam a contar tudo sobre a cidade e o país, a África. Chamam a todos de irmãos e irmãs, e apesar de falarem inúmeros dialetos, o idioma principal é o inglês, o que facilitou muito a nossa troca. E quando eu falava que era do Brasil, ficavam loucos de alegria e me abraçavam! São enlouquecidos por futebol e, durante a Copa, haviam cartazes por toda a cidade, celebrando o esporte, além de bandeiras do Brasil e de Gana por toda parte. Tinha até foto do prefeito com bola na mão! A cidade visitada foi Accra, a capital. Uma cidade com um resquício da colonização inglesa mas com um charme especial de edifícios modernistas africanos e improvizações de todo o tipo, um tanto parecido conosco.

Mas agora vamos ao que interessa, que é a comida! Assim como a cidade, o clima e o calor das pessoas, a comida também se parece muito com a nossa. Na rua, no mercado livre, fiquei inteiramente maravilhada com as cores dos alimentos dispostos, que junto às cores das roupas, dos lenços e bacias na cabeça tanto me fascinaram. Infelizmente, não pude tirar as milhões de fotos que gostaria. As mulheres do mercado ficaram muito bravas quando viram as nossas máquinas fotográficas e logo as guardamos. Vai ficar só na memória. (quem tiver curiosidade, dá um pulo no Google) Lá, consegue-se identificar claramente algumas de nossas origens culinárias: quiabo, mandioca, inhame a até água de côco. Nos menus havia sempre frango assado e carne de panela. O curry e as demais comidas apimentadas também tem um papel importante. O arroz frito é acompanhamento para todos os pratos, seja branco, seja “sujo” com um tempero especial de legumes. E acreditem: eles também comem feijão! Bem parecido com o nosso, porém levemente adocicado. E para finalizar: banana-da-terra. Come-se frita como acompanhamento, assim como nós!

O grande destaque vai para a Tilápia. Sabe aquele filé de tilápia pálido, sem graça e congelado que você compra no supermercado? Esqueça, é outra coisa. A tilápia de Gana é pescada por ali mesmo, e defumada de um jeito super especial. Tivemos a oportunidade de visitar uma vila de pescadores com um guia pra lá de especial. Seu nome era “Nice One” (ou pelo mesmo foi assim que ele se apresentou) e ele nos levou por todos os cantos dessa pequena comunidade que mora na beira da praia de Accra que é pobre, mas muito alegre e criativa. Por lá vimos os barcos de madeira que usam para pescar, os pescadores voltando do mar, arrumando as redes e o mercado de peixes. Logo além, se vê uma fumaça densa saindo de largos tambores e mulheres igualmente largas e sérias que tomam conta do peixe a ser defumado por bastante tempo.

Fomos recomendados à um restaurante que dizem ter a melhor tilápia de Accra. Para lá fomos e, na noite escura avistamos na calçada, um quadrado de madeira iluminado, pintado de azul escuro por fora e com muitas moças de lenços na cabeça do lado de dentro. Ao longo do muro, uma tenda se estendia com uma única lâmpada no centro e algumas mesas de plástico cheias de gente. Esse era o nosso restaurante. Sentamos, confesso, com um pouco de receio mas logo a descontração do ambiente nos contagiou. O menu, anunciado pela atendente, era só a tilápia. Normalmente é servida com tomates, cebolas e abacates e para o acompanhamento uma escolha de arroz branco ou tal do Banku. O banku é uma massa em formato de esfera feita de uma mistura de mandioca e milho. Não me pergunte como.

Quando nossos peixes e acompanhamentos chegaram, chegaram também bacias com água, pois come-se com a mão. Encarei o desafio e assim que retirei a pele do peixe, um cheiro delicioso invadiu minhas narinas: gengibre. Peguei um pedaço do peixe com a ponta dos dedos e provei: suculento e delicioso derreteu em minha boca. Nunca imaginei que uma tilápia com gengibre poderia ter um sabor tão enebriante. Eu até esqueci do arroz no prato ao lado e devorei o peixe em minutos. A foto do prato não faz nem um pouco jus ao sabor e por isso peço perdão. A escuridão do local não me possibilitou uma boa foto.

Dois dias depois, em restaurante na beira na praia não tive dúvida na escolha: tilápia de novo. Dessa vez escolhi como acompanhante um tal “yam” que me prometeram ser mais ou menos como uma  “potato chips”. Quando chegou, confirmando minhas suspeitas: inhame frito!

Essa receita dessa tilápia defumada especial, infelizmente não poderemos colocar aqui, pois dela só se encontra em Gana! Mas prometemos fazer experiências do peixe com tempero de gengibre e assim que descobrirmos a fórmula dividimos com vocês!

Em breve, voltaremos à África. Desta vez África do Sul. Com mais dias para explorar, prometemos muitas novidades exóticas por aqui. Aguardem!

 

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